Presos no Rio de Janeiro polícias suspeitos de sequestro de traficante de droga

por Lusa

Rio de Janeiro, Brasil, 18 out (Lusa) - Dois delegados e cinco oficiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram presos hoje, acusados de sequestrar um traficante e exigir dinheiro para a sua libertação, disseram fontes oficiais.

Os sete policiais foram presos durante uma operação que mobilizou cerca de 50 agentes da instituição, informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em comunicado.

Segundo a investigação, os agentes "sequestraram" em agosto passado um traficante de drogas com um registo criminal e contra o qual pesava uma ordem judicial, no município de Mesquita, localizada nos arredores da cidade do Rio de Janeiro.

Os policias mantiveram o traficante nos escritórios da polícia, até que a sua família pagasse uma quantia em dinheiro não determinada para o colocarem em liberdade.

Noutro episódio, um homem detido em flagrante delito, por roubo, e identificado pelas vítimas foi libertado. Poucos dias depois, esse mesmo suspeito foi baleado num confronto com policias.

As autoridades também descobriram que uma pessoa detida pela polícia por ter praticado atos de violência contra uma mulher também foi libertada após pagar suborno.

O autor não foi preso, o caso foi arquivado e qualquer referência sobre o assunto também foi removida dos registos, "apesar da vítima ter sido atacada com grande violência", acrescentou a nota da Polícia Civil.

A investigação foi desenvolvida a partir da escutas telefónicas autorizadas pela Justiça, de depoimentos às autoridades de alguns envolvidos e de um trabalho de infiltração.

Os policiais presos responderão pelos crimes de associação ilícita, extorsão por sequestro, roubo e prevaricação.

O estado do Rio de Janeiro enfrenta uma grave crise de segurança que eclodiu após os Jogos Olímpicos de 2016 e atingiu o auge em 2018.

Face ao aumento da violência, o Presidente do Brasil, Michel Temer, decretou a 16 de fevereiro uma intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro, que deixou o controlo da ordem pública nas mãos das Forças Armadas.

No entanto, a presença dos militares não se traduziu numa diminuição considerável da criminalidade e os episódios de violência repetem-se até hoje naquele estado, o terceiro mais populoso do Brasil.

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