Principal central sindical da Guiné-Bissau vai avançar com novo pré-aviso de greve para novembro

por Lusa

A União Nacional de Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) vai avançar com um novo pré-aviso de greve na função pública para o mês de novembro, anunciou hoje o vice-secretário-geral da central sindical, Yasser Turé.

"O Governo está a preparar o Orçamento Geral de Estado para o próximo ano e se o Governo não é capaz de dialogar connosco e as nossas reivindicações de justiça social e de melhores condições de trabalho, como é que é capaz de priorizar as suas ações? Estamos condicionados a continuar esta luta", disse Yasser Turé.

Segundo o dirigente sindical, a luta vai continuar até ao ponto em que tiverem a "certeza e a confirmação" de que vão trabalhar em conjunto.

Questionado pela Lusa se vão avançar com um pré-aviso de greve para o mês de novembro, Yasser Turé respondeu: "Absolutamente".

Sobre a detenção, na sexta-feira passada, do presidente e do vice-presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins, o vice-secretário-geral da UNTG afirmou que em vez da força se pode utilizar o diálogo e que não é novidade que têm havido tentativas para condicionar a liberdade de expressão.

"Se observamos do ponto de vista do cidadão, o objetivo do Governo não é só condicionar o sindicato, mas a liberdade de expressão. Se observarmos os últimos anos, não é a primeira vez que o Ministério do Interior é usado para silenciar ou intimidar. Estou a referir-me à imprensa, juventude, e hoje foi o sindicato", afirmou.

A detenção dos sindicalistas, que acabaram por ser libertados, provocou um movimento de solidariedade nacional e a sede da UNTG chegou mesmo a estar cercada pelas forças de segurança na segunda-feira.

"Como não têm capacidade de dialogar para atingir as exigências da classe laboral, decidiram intimidar os líderes sindicais", afirmou Yasser Turá, salientando que os líderes sindicais representam a vontade dos seus mandatários.

A central sindical tem convocado, desde dezembro de 2020, ondas de greves gerais na função pública, para exigir do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos cfa (76 euros) para o dobro.

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