Procuradora pede afastamento de Lula da Silva das eleições

por Mário Aleixo - RTP
A justiça quer travar a campanha de Lula à presidência, o povo não Joedson Alves - EPA

A procuradora-geral do Brasil pede ao Tribunal Superior Eleitoral do país para impugnar a candidatura de Lula da Silva e defende que o ex-Presidente é inelegível e que deve ser enquadrado na chamada “Lei da Ficha Limpa”.

Na quarta-feira o Partido dos Trabalhadores formalizou a candidatura de Lula da Silva à Presidência do país. Mas Lula está preso por corrupção e lavagem de dinheiro, tendo sido condenado a 12 anos e um mês de cadeia.

Para o candidato a vice-presidente da lista de Lula, Fernando Haddad, não há nada que impeça esta candidatura, que, diz, representa o resgate da soberania popular.


O antigo Presidente é o favorito em todas as sondagens para as presidenciais agendadas para 7 de outubro, arrecadando cerca de um terço das intenções de voto, o dobro de qualquer outro candidato. Numa carta, divulgada também na quarta-feira, Lula da Silva afirma que vai lutar até ao fim para manter a candidatura.

Milhares de apoiantes do antigo Presidente juntaram-se na capital, Brasília, onde também se encontrava Dilma Rousseff.


O Tribunal Superior Eleitoral terá de decidir se aceita a candidatura de Lula da Silva. A lei brasileira impede que alguém condenado em duas instâncias judiciais seja candidato. E na prisão Lula não poderá fazer campanha.

Na opinião do comentador da Antena 1 para assuntos internacionais Filipe Vasconcelos Romão, o Partido dos Trabalhadores segue uma estratégia arriscada.


Treze candidatos formalizaram dentro do prazo os respetivos processos junto do Tribunal Superior Eleitoral para concorrerem às eleições presidenciais do Brasil.

Os candidatos ao cargo máximo do edifício político brasileiro são Álvaro Dias, do Podemos, Cabo Daciolo, do Patriota, Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol).

Também serão candidatos Henrique Meirelles, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), João Amoêdo, do Novo, João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre (PPL), José Maria Eymael, do Democracia Cristã (DC), Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, e Vera Lúcia, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).

A campanha eleitoral brasileira começa esta quinta-feira, quando os candidatos têm autorização para realizar comícios, caravanas automóveis, distribuir material de campanha e de propaganda na Internet, desde que esta não seja paga.

Esta eleição é marcada por quatro anos de instabilidade, causada por inúmeros escândalos de corrupção que marcaram líderes da maioria dos partidos políticos e a destituição da última Presidente eleita, Dilma Rousseff.
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