Propaganda da Coreia do Norte acena com nova geração de mísseis

por RTP
“Kim Jong-un deu instruções ao Instituto para que sejam produzidos mais motores de combustível sólido através da expansão do processo de produção”, afirmou a agência KCNA/ Reuters

Uma fotografia agora revelada pelo agência oficial norte-coreana dá a entender que estão a ser desenvolvidos mais mísseis balísticos com o aval de Kim Jong-un. Estes novos projéteis são desenvolvidos com combustível sólido, algo que não tinha sido ainda testado por Pyongyang.

De acordo com a KCNA, a ordem de desenvolvimento do novo míssil Pukguksong-3 foi dada pelo líder norte-coreano no Instituto de Material Químico da Academia de Ciências da Defesa.

“Kim Jong-un deu instruções ao Instituto para que sejam produzidos mais motores de combustível sólido através da expansão do processo de produção”, afirmou a agência.

O Instituto ficou responsável por produzir materiais compostos de fibra e carbono para construir motores de alta qualidade e desenvolver também as ogivas dos mísseis que têm de ter capacidade de reentrar na atmosfera.Estes novos projéteis são mais fáceis de transportar e esconder.

Desenvolver as ogivas dos mísseis de maneira a aguentarem o calor intenso e a fricção da reentrada são os principais desafios na construção de um míssil balístico intercontinental.

Ao contrário dos foguetes de combustível líquido, os novos mísseis de combustível sólido não precisam de ser abastecidos momentos antes do lançamento, um processo que demora cerca de uma hora e deixa o míssil mais vulnerável a um ataque.

Nos últimos testes feitos com os mísseis Hwasong-14 o combustível utilizado era líquido, mas recentemente a Coreia do Norte tem testado os novos mísseis Pukguksong com combustível sólido. Em agosto do ano passado foi testado o Pukguksong-1, um míssil balístico lançado a partir de um submarino. Foi também testado o Pukguksong-2, um míssil de médio alcance, em fevereiro e em maio deste ano.
Coreia do Sul já desconfiava

Desde 2013 a Coreia do Sul tem desenvolvido um programa conhecido como Kill Chain que, com a ajuda de satélites norte-americanos, tem como objetivo a deteção de sinais iminentes de mísseis nucleares provenientes do norte da Península Coreana. Mas os projéteis lançados por um submarino são difíceis de detetar através deste programa, o que dá uma vantagem estratégica aos norte-coreanos, de acordo com especialistas militares.

“Aparentemente a Coreia do Norte está a tentar dizer ao mundo que as tecnologias de combustível sólido passaram a fase experimental e já se encontram em fase de produção massiva”, disse Kim Dong-yub, um analista no Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, em Seul.

Em conferência de imprensa, o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, sublinhou, por sua vez, que a Coreia do Norte ainda não conseguiu desenvolver com total sucesso um míssil intercontinental.

“Acredito que só será ultrapassada a linha vermelha quando a Coreia do Norte conseguir desenvolver um míssil balístico intercontinental com a capacidade de ter uma ogiva nuclear”, afirmou Moon Jae-in.
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