Protestos no Chile causaram pelo menos 13 mortos

por Lusa
Ivan Alvarado - Reuters

Os protestos no Chile causaram pelo menos 13 mortos, segundo um novo balanço feito hoje pelas autoridades, após a descoberta do corpo de um homem que morreu eletrocutado durante a pilhagem a um supermercado em Santiago.

As forças de segurança informaram ter encontrado o corpo dentro das instalações, ao responderem a uma chamada de emergência para dispersar uma multidão que saqueava o estabelecimento.

O general de divisão do Exército chileno Javier Iturriaga, responsável da segurança durante o estado de emergência decretado na capital do Chile, estabeleceu na segunda-feira o terceiro recolher obrigatório em Santiago e na região metropolitana, perante a continuação dos distúrbios.

"Cheguei à convicção de que precisamos de um novo recolher obrigatório", disse o militar.

O recolher obrigatório entrou em vigor às 20h00 horas (00h00 de Lisboa) e prolonga-se até às 06h00 (10h00 de hoje em Lisboa).

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou no mesmo dia a todos os setores da sociedade chilena para que reduzam a tensão, recusem atos de violência e procurem soluções pacíficas para os problemas que redundaram nas manifestações dos últimos dias.

O protesto social nasceu de uma subida do preço dos bilhetes de metro na capital, tendo-se espalhado para diversas cidades do país, com barricadas, incêndios e saques.

Governo chileno anula aumento do preço do metro
O Governo do Chile anulou esta segunda-feira o aumento do preço dos bilhetes do metropolitano, depois de a medida ter provocado violentos protestos que se generalizaram no país.

Hoje, com apenas uma linha do metro em circulação, os bilhetes voltam a custar ao público 800 pesos, o equivalente a um euro, o mesmo valor praticado antes do aumento de 30 pesos a 6 de outubro.

A medida surge depois de o Senado chileno ter aprovado, na segunda-feira, um projeto de lei que visava congelar o aumento das tarifas no transporte público de passageiros.

O projeto foi submetido ao Senado pelo Presidente chileno, Sebastián Piñera, com o objetivo de acalmar a raiva da população, que agora se manifesta contra a profunda desigualdade da sociedade chilena e exige reformas mais profundas.

Neste sentido, Sebastián Piñera já anunciou que vai reunir-se hoje com todos os partidos políticos para debater pensões, os preços dos medicamentos e a melhoria dos cuidados de saúde.

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