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Putin carimba "lista dos oligarcas" como ato hostil dos americanos
Está publicada uma nova lista de oligarcas russos no âmbito do dossier da alegada interferência nas presidenciais norte-americanas de 2016. Trata-se de um grupo de 210 nomes – 114 membros do aparelho governativo e 96 homens de negócios – que inclui personalidades do círculo íntimo de Vladimir Putin. Mas o índex, que resulta de uma lei assinada em agosto por Donald Trump, não inclui o nome do Presidente russo nem visa, segundo Washington, impor novas sanções. O que não impede o Kremlin de o ver como “um ato hostil”.
Da lista publicada de segunda para terça-feira constam os nomes do chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, e do primeiro-ministro, Dmitri Medvedev. Há ainda o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, e o magnata do petróleo Romam Abramovich, também dono do Chelsea.A lista é uma reprodução da lista da Forbes do ano passado dos russos mais ricos, com os oligarcas a alcançarem a soma de 400 mil milhões de dólares.
Esta lista de personalidades russas com uma fortuna de pelo menos mil milhões de dólares resulta da consubstanciação do pacote de sanções decidido no último Verão e passado a lei pela assinatura do Presidente norte-americano, Donald Trump, em agosto.
A história vem de há quatro anos, quando em 2014 Moscovo anexou a Crimeia. Nessa altura, os Estados Unidos aprovaram uma série de sanções visando individualidades muito próximas de Putin, mas deixaram o Presidente russo de fora desse pacote, decisão que se repetiu, permitindo mesmo uma nota de humor do líder do Kremlin, que se diz “vexado” por não fazer parte da lista agora divulgada.
A divulgação da lista por parte do Departamento do Tesouro norte-americano vem, no entanto, acompanhada de uma nota explicativa: Washington não tem urgência em decidir novo pacote de sanções contra os 210 nomes discriminados, quer económicas quer diplomáticas.
De acordo com o Departamento de Estado, o facto de a lei ter sido aprovada e promulgada está em si a produzir efeitos punitivos suficientes junto dos negócios russos, ideia confirmada pelo próprio Kremlim, com Dmitri Peskov a admitir que “a publicação de uma lista tão ampla de tudo e todos pode potencialmente danificar a imagem e a reputação das nossas empresas, dos nossos empresários, dos nossos políticos e da própria liderança política russa”.
Um banqueiro que está neste momento envolvido em negócios com uma das personalidades listadas pelos americanos, ouvido pela Reuters, sustentou que, “se todas aquelas pessoas fossem banidas, 80 por cento dos negócios com (empresas russas) ficavam num impasse”.
“Este é um ato hostil, complica as relações russo-americanas e ensombra o conjunto das relações internacionais”, reagiu Vladimir Putin.
Entretanto a ideia de não-agressão é de um clausulado que não satisfaz o Kremlin, que vê na publicação da “lista dos oligarcas”, como já é chamada, um ato de agressão, uma atitude hostil dos Estados Unidos que coloca em perigo as relações bilaterais entre os dois países.
“É, isso é claro, um ato hostil. E isso vai complicar a já de si difícil situação das relações russo-americanas e, também, o xadrez internacional como um todo”, declarou Putin à margem de uma reunião com responsáveis da sua campanha para as presidenciais de março.
O líder russo parece, no entanto, decidido a não responder à letra, e diz que não o faz para evitar o corte definitivo de relações com Washington.
“Já esperávamos esta lista e, não o vou esconder, estávamos decididos a uma forte retaliação, passos que reduziriam as nossas relações a zero. Mas neste momento vamos abster-nos de dar esse passo”, revelou Putin, que chamou à argumentação os denominados países do Eixo do Mal (designação que ficou dos tempos de George W. Bush e que inclui a Coreia do Norte, Irão e Síria).
O Presidente russo considera “estúpido” que os Estados Unidos venham agora tratar a Rússia da mesma forma que tratam a Coreia do Norte e o Irão ao mesmo tempo que pedem a sua cooperação para fechar um acordo de paz na Península Coreana.
De facto, a lei que serve de pano de fundo à publicação da “lista dos oligarcas” contempla também pacotes de sanções contra Pyongyang e Teerão. Putin não deixou de enviar um recado aos americanos: “Por agora, não vamos fazer nada. Mas vamos estar atentos aos desenvolvimentos desta situação”.
Atenção redobrada talvez também porque no ar circula a ideia de que os Estados Unidos poderão estar a responder na mesma moeda, interferindo agora nas eleições presidenciais russas.
Esta lista de personalidades russas com uma fortuna de pelo menos mil milhões de dólares resulta da consubstanciação do pacote de sanções decidido no último Verão e passado a lei pela assinatura do Presidente norte-americano, Donald Trump, em agosto.
A história vem de há quatro anos, quando em 2014 Moscovo anexou a Crimeia. Nessa altura, os Estados Unidos aprovaram uma série de sanções visando individualidades muito próximas de Putin, mas deixaram o Presidente russo de fora desse pacote, decisão que se repetiu, permitindo mesmo uma nota de humor do líder do Kremlin, que se diz “vexado” por não fazer parte da lista agora divulgada.
A divulgação da lista por parte do Departamento do Tesouro norte-americano vem, no entanto, acompanhada de uma nota explicativa: Washington não tem urgência em decidir novo pacote de sanções contra os 210 nomes discriminados, quer económicas quer diplomáticas.
De acordo com o Departamento de Estado, o facto de a lei ter sido aprovada e promulgada está em si a produzir efeitos punitivos suficientes junto dos negócios russos, ideia confirmada pelo próprio Kremlim, com Dmitri Peskov a admitir que “a publicação de uma lista tão ampla de tudo e todos pode potencialmente danificar a imagem e a reputação das nossas empresas, dos nossos empresários, dos nossos políticos e da própria liderança política russa”.
Um banqueiro que está neste momento envolvido em negócios com uma das personalidades listadas pelos americanos, ouvido pela Reuters, sustentou que, “se todas aquelas pessoas fossem banidas, 80 por cento dos negócios com (empresas russas) ficavam num impasse”.
“Este é um ato hostil, complica as relações russo-americanas e ensombra o conjunto das relações internacionais”, reagiu Vladimir Putin.
Entretanto a ideia de não-agressão é de um clausulado que não satisfaz o Kremlin, que vê na publicação da “lista dos oligarcas”, como já é chamada, um ato de agressão, uma atitude hostil dos Estados Unidos que coloca em perigo as relações bilaterais entre os dois países.
“É, isso é claro, um ato hostil. E isso vai complicar a já de si difícil situação das relações russo-americanas e, também, o xadrez internacional como um todo”, declarou Putin à margem de uma reunião com responsáveis da sua campanha para as presidenciais de março.
O líder russo parece, no entanto, decidido a não responder à letra, e diz que não o faz para evitar o corte definitivo de relações com Washington.
“Já esperávamos esta lista e, não o vou esconder, estávamos decididos a uma forte retaliação, passos que reduziriam as nossas relações a zero. Mas neste momento vamos abster-nos de dar esse passo”, revelou Putin, que chamou à argumentação os denominados países do Eixo do Mal (designação que ficou dos tempos de George W. Bush e que inclui a Coreia do Norte, Irão e Síria).
O Presidente russo considera “estúpido” que os Estados Unidos venham agora tratar a Rússia da mesma forma que tratam a Coreia do Norte e o Irão ao mesmo tempo que pedem a sua cooperação para fechar um acordo de paz na Península Coreana.
De facto, a lei que serve de pano de fundo à publicação da “lista dos oligarcas” contempla também pacotes de sanções contra Pyongyang e Teerão. Putin não deixou de enviar um recado aos americanos: “Por agora, não vamos fazer nada. Mas vamos estar atentos aos desenvolvimentos desta situação”.
Atenção redobrada talvez também porque no ar circula a ideia de que os Estados Unidos poderão estar a responder na mesma moeda, interferindo agora nas eleições presidenciais russas.