Putin dá luz verde para voluntários do Médio Oriente lutarem pela Rússia

por RTP
Reuters

O presidente russo apoiou a chegada de voluntários do Médio Oriente para lutarem na Ucrânia contra as forças do país. Duas semanas depois do início da invasão da Ucrânia, Vladimir Putin quer que os combatentes se desloquem para a zona do Donbass para ajudar os separatistas pró-russos.

“Como veem, existem pessoas que querem vir voluntariamente, não por dinheiro, mas para ajudar a população do Donbass. É preciso haver um compromisso e enviá-los para a zona de combate” revelou Vladimir Putin, numa reunião do Conselho Nacional de Segurança, esta sexta-feira.

De acordo com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, mais de 16 mil pessoas, maioritariamente do Médio Oriente, mostraram a sua disponilbidade para se juntarem à guerra.

No domingo, o Wall Street Journal noticiou que Putin estava a dar luz verde à chegada de combatentes sírios para a frente de combate, numa informação avançada por autoridades norte-americanas. Depois de Putin ter negado a presença destes voluntários, o ministro russo da Defesa confirmou que muitos já se juntaram.

Ainda esta sexta-feira Sergei Shoigu propôs que os mísseis encontrados na Ucrânia deviam ser dados aos separatistas pró-russos que vivem nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.

“Quanto à entrega de armas, especialmente produzidas no Ocidente e que caíram nas mãos do exército ucraniano, é claro que apoio a possibilidade de dar estas armas às unidades militares das Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk”, declarou Vladimir Putin.

Esta é uma decisão tomada publicamente depois de Volodymyr Zelenski pedir a pessoas de todo o mundo para se juntarem às forças ucranianas e lutarem contra a invasão russa: “Qualquer um que se queira juntar à defesa da Ucrânia, Europa ou resto do mundo, pode vir e lutar lado a lado com os ucranianos contra os criminosos de guerra russos”.

Zelensky disse que a invasão russa ia contra todos os princípios da democracia e direitos humanos básicos.

Putin criticou este apelo de Zelensky, alegando que os “patrocinadores ocidentais” da Ucrânia não escondem estar a lutar ao lado dos ucranianos, desrespeitando todas as “regras da lei internacional”.

A Ucrânia foi invadida na madrugada de 24 de fevereiro, numa operação militar que a Rússia disse ser uma “operação militar” para a “desnazificação” da Ucrânia. Kiev rejeitou as acusações de Moscovo e o Ocidente condenou a ação militar, descrevendo as palavras de Putin como pura “propaganda de guerra”.

Sergei Shoigu explicou que a Rússia pretende reforçar a segurança na sua fronteira ocidental, alegando o crescimento da ameaça ocidental contra a unidade da Federação Russa.
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