Putin disponível para dar ao Congresso norte-americano o registo do encontro de Trump com Lavrov na Casa Branca

por Alexandre Brito - RTP

O presidente russo garantiu hoje que Donald Trump não passou informação secreta durante uma reunião com Sergei Lavrov na Casa Branca. Vladimir Putin vai mais longe e afirma que, se o Congresso norte-americano quiser, pode revelar o registo do encontro com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros.

Durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro italiano, Putin garantiu que o ministro russo dos Negócios Estrangeiros não recebeu qualquer informação secreta no encontro que manteve com o presidente dos Estados Unidos, na Casa Branca.

Em tom de desafio, pelo menos assim está a ser interpretado pelos media norte-americanos, o presidente russo disse mesmo que pode revelar a transcrição da reunião de Trump com Lavrov. "Se a administração americana achar possível estamos prontos a fornecer a gravação das conversas entre Lavrov e Trump ao Congresso e Senado norte-americanos", disse Putin.

"Eu falei com ele (Lavrov) hoje", afirmou o presidente russo. "Serei obrigado a repreendê-lo pois não partilhou esses segredos connosco. Nem comigo nem com os representantes dos serviços russos de informações. Muito mau".

Um responsável do Kremlin, Yuri Ushakov, disse mais tarde aos jornalistas que Moscovo tem na sua posse um registo escrito da conversa de Trump com Lavrov, não um registo áudio.

O Washington Post revelou esta semana que o presidente norte-americano, num encontro com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros e o embaixador Sergei Kislyak, partilhou informação secreta sobre uma alegada ameaca do auto-proclamado Estado Islâmico de estar a preparar um ataque com uma bomba, num computador portátil, num voo comercial. 

Informação, diz o Washington Post, que terá sido partilhada com os Estados Unidos pelo governo israelita. Informação tão sensível que não terá sido sequer partilhada com o principais aliados norte-americanos.

O presidente russo, também hoje, afirmou que se vive, por estes dias, uma "esquizofrenia política" nos EUA e que não estão a deixar Donald Trump trabalhar devidamente. "É difícil imaginar o que vão inventar a seguir estas pessoas".
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