QAnon. YouTube elimina conteúdos sobre movimento de extrema-direita

por Cristina Sambado - RTP
Uma apoiante de Donald Trump veste uma camisola com o símbolo do QAnan Elijah Nouvelage - Reuters

O YouTube decidiu eliminar os conteúdos relacionados com o QAnon, um movimento de extrema-direita que dissemina teorias de conspiração e que está associado à promoção de desinformação e atos de violência.

Na quinta-feira, o YouTube anunciou que tinha removido “dezenas de milhares de vídeos do QAnon e encerrado centenas de canais”.

“Especialmente aqueles que ameaçam explicitamente a violência ou negam a existência de grandes eventos violentos”, acrescenta o YouTube num comunicado publicado na sua página na internet.
O YouTube junta-se ao Facebook e ao Twitter, que também tinham decidido eliminar as publicações do QAnon.

Segundo portal de vídeos, “quando analisamos o conteúdo do QAnon, vimos que o número de visualizações provenientes de recomendações não inscritas para canais proeminentes relacionados ao "Q" caiu mais de 80 por cento desde janeiro de 2019”.

Para o YouTube, “esse trabalho foi fundamental para restringir o alcance de conspirações prejudiciais, mas há ainda mais que podemos fazer para lidar com certas teorias de conspiração que são usadas para justificar a violência no mundo real, como QAnon”.
O que é o QAnon?
O QAnon é uma teoria de conspiração da extrema-direita centrada na alegada crença de que Donald Trump está a fazer uma campanha secreta contra os inimigos de um alegado “Estado profundo" e um círculo de tráfico sexual infantil dirigido por pedófilos e canibais satânicos.

Por trás desta teoria da conspiração esconde-se um utilizador anónimo, que usa como pseudónimo a letra “Q” e afirma ser um oficial norte-americano.

Desde outubro de 2017, que “Q” publica mensagens em código que revelam informações confidenciais sobre uma alegada guerra secreta liderada por Donald Trump.

No ano passado, o FBI emitiu um alerta sobre “extremistas domésticos promovidos pela teoria da conspiração” e designou o movimento QAnon como “uma potencial ameaça extremista doméstica”.
O QAnon na campanha de Trump
Desde que arrancou a campanha para a reeleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, vários apoiantes são vistos com bandeiras e camisolas com o símbolo QAnon.

Ontem, em entrevista à cadeia televisiva norte-americana NBC, Donald Trump afirmou que “não sabe nada sobre a QAnon”.

Trump reconhece que apoiantes do movimento estiveram presentes em alguns comícios da sua campanha e que “são totalmente contra a pedofilia”, um sentimento com o qual ele concorda.

Em agosto, o candidato republicano tinha recusado condenar o movimento. “Não sei muito sobre o movimento, a não ser que eles gostam muito de mim, o que eu agradeço”.
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