Quatro governadores da oposição prestam juramento perante Assembleia Constituinte

por Lusa

Quatro dos cinco governadores opositores eleitos a 15 de outubro prestaram juramento, na segunda-feira, perante a Assembleia Constituinte (AC), que a oposição insiste ser "fraudulenta" e estar "subordinada ao regime cubano".

Os quatro governadores, pertencem ao partido opositor Ação Democrática e foram eleitos nos estados venezuelanos de Táchira, Mérida, Nova Esparta e Anzoátegui.

A presidente da AC, Delcy Rodríguez, confirmou a tomada de posse e divulgou, na rede de mensagens instantâneas Twitter, uma fotografia da cerimónia e das assinaturas dos novos governadores Laidy Gómez, Ramón Guevara, Alfredo Díaz e António Barreto Sira.

A publicação da fotografia no Twitter desencadeou mensagens de repúdio de vários utilizadores, que acusaram os governadores opositores de esquecerem a população e apoiarem o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Andrés Velásquez, da Causa R (radical), acusou os governadores de "arrastarem-se perante uma ilegítima e inconstitucional" AC e pediu o "maior repúdio nacional".

Velásquez foi candidato a governador do estado de Bolívar e, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano perdeu as eleições, mas está a pedir a impugnação dos resultados, garantindo que os dados divulgados são diferentes das atas oficiais do CNE.

O ex-presidente da Câmara Metropolitana de Caracas e atual preso político António Ledezma enviou uma mensagem aos jornalistas, na qual dizia "pode perder-se tudo, menos a dignidade e a vergonha".

O ex-candidato presidencial Henrique Capriles chamou os opositores para avançar com uma nova aliança opositora e elogiou a decisão de Juan Pablo Guanipa, governador eleito pela oposição para o estado de Zúlia, de não se ajoelhar perante a AC.

"Os valores e a coerência têm valor (...) nas piores crises e circunstâncias sempre surgem oportunidades", escreveu.

Também o presidente da Câmara Municipal de Baruta, Gerardo Blyde, acusou os governadores de "submeterem-se à barbárie" dos que estão no poder.

Nas eleições para os governadores, o `chavismo` [referência a Hugo Chávez, Presidente da Venezuela desde 1999 até à morte em 2013] venceu oficialmente em 18 das 23 regiões do país.

A oposição denunciou que mais de 1,6 milhões de votos não contêm as assinaturas, nem as impressões digitais dos eleitores, sendo portanto ilegais.

 

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