"Ransomware". Operação internacional com participação da PJ desfez rede de cibercrime

por RTP
A investigação perdurou meses e envolveu 13 países Kacper Pempel - Reuters

A Polícia Judiciária ajudou a desmantelar uma das maiores redes de cibercrime do mundo. A rede foi responsável por cerca de 1.500 ataques informáticos. Entre os alvos de extorsão, em Portugal, estiveram o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o laboratório Germano de Sousa.

A investigação perdurou meses e envolveu 13 países. De acordo com um comunicado enviado na quinta-feira às redações, em causa está o grupo de ransomware HIVE, suspeito de ataques informáticos a entidades portuguesas, designadamente “unidades hospitalares, empresas de análises laboratoriais, municípios, companhias de transporte/aviação, unidades hoteleiras, empresas tecnológicas”.

A Polícia Judiciária participou nesta investigação internacional através da UNC3T - Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade. O ransomware é um software de extorsão. Visa bloquear redes informáticas para exigir um resgate. Entre os países que integraram a operação estiveram a Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido.

O grupo, indicou a Judiciária, empregava a “dupla extorsão”: procedia à exfiltração dos dados da vítima e à cifragem de dados; exigia depois dinheiro pela desencriptação, ameaçando com a publicação online.

“A cooperação entre os diversos parceiros internacionais permitiu identificar a infraestrutura tecnológica usada pelos membros deste grupo criminoso, bem como as chaves privadas usadas pelos mesmos para cifrar os dados das vítimas. Como resultado da operação de hoje, o grupo criminoso ficou privado dos meios para lançar ciberataques”, lê-se no comunicado da PJ.

A polícia de investigação criminal calcula que esta operação tenha permitido poupar perto de 120 milhões de euros em resgates.
O inspetor-chefe José Ribeiro salientou, em conferência de imprensa, o papel da cooperação internacional nesta operação.

As investigações ainda estão em curso, procurando-se agora identificar os afiliados do HIVE.

“Foi uma estrutura que foi desativada”, explicou o inspetor-chefe. Os indivíduos que se dedicam ao ransomware, apontou, estão espalhados pelo mundo e a cooperação policial internacional está projetar os próximos passos.

c/ Lusa
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