RDCongo acusa rebeldes ruandeses de ataque que matou embaixador italiano

por Lusa

O Ministério do Interior congolês acusou os rebeldes hutus ruandeses de estarem por detrás do ataque que hoje matou o embaixador italiano em Kinshasa na província do Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

"Uma caravana do Programa Alimentar Mundial (PAM) foi vítima de um ataque armado por elementos das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR)" na província do Kivu Norte, afirmou o ministério numa declaração, acrescentando que quatro pessoas foram raptadas na ocasião, uma das quais foi, entretanto, encontrada.

A declaração surge pouco tempo depois de o Governo da República Democrática do Congo, através da ministra dos Negócios Estrangeiros, Marie Tumba Nzeza, ter garantido tudo fazer para esclarecer o homicídio do embaixador italiano Luca Attanasio, ocorrido hoje durante um ataque a uma caravana das Nações Unidas perto da cidade congolesa de Goma.

O ataque, que também matou um polícia e o condutor do carro em que viajavam, visou dois veículos do Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e teve lugar em Kibumba, 25 quilómetros a nordeste de Goma, na província do Kivu Norte, numa área onde se situa o Parque Nacional da Virunga, na fronteira entre a RDCongo, o Ruanda e o Uganda, e onde operam vários grupos armados.

Attanasio, 43 anos, casado e com três filhas, tinha-se tornado chefe de missão em Kinshasa em setembro de 2017, onde estava a levar a cabo numerosos projetos humanitários.

Os outros dois mortos são o `carabinieri` Vittorio Iacovacci, de 30 anos, e o condutor do carro, cuja identidade não foi revelada.

O nordeste da RDCongo está mergulhado há anos num longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes armados, nacionais e estrangeiros, apesar da presença do exército congolês e das forças de MONUSCO, que destacaram mais de 15.000 soldados para o país.

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