Mundo
Rebeldes rejeitam novas exigências do Governo sírio
A menos de 24 horas do início previsto para o cessar-fogo na Síria, um novo impasse ameaça o acordo de paz aceite por Damasco a 2 de abril. Esta segunda-feira os rebeldes rejeitaram as exigências feitas à última hora pelo regime de Bashar al-Assad, que reclamou "garantias escritas" da oposição e um compromisso de outros países em como não financiarão os grupos rebeldes.
O líder da oposição síria afirmou esta manhã estar “comprometido” com as tréguas propostas pelas Nações Unidas e pela Liga Árabe, mas recusa-se a negociar diretamente com Damasco enquanto as forças militares continuarem os ataques no país. Os rebeldes rejeitam por isso as novas exigências do regime, que dizem ser uma manobra para pôr em causa o plano de paz.
O acordo de paz na Síria, mediado por Kofi Annan, deveria entrar em vigor na terça-feira, com a retirada das forças sírias dos centros populacionais e, 48 horas depois, um cessar-fogo por ambas as partes.
O plano tinha sido aceite pelo regime de Damasco a 2 de abril e aprovado pela ONU na quinta-feira passada.
No domingo, o governo de Bashar al-Assad deu um passo atrás no acordado com a ONU, afirmando em comunicado “não ser exato” que a Síria comece a “retirar as suas forças das cidades a 10 de abril”, data marcada para o início do processo de paz.
Antes, Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a resolução do conflito na Síria, terá de apresentar por escrito “garantias da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência” e de que os Governos do Qatar, da Arábia Saudita e da Turquia se comprometem com o “fim do seu financiamento aos grupos terroristas".
"A Síria não vai repetir o que aconteceu na presença de observadores árabes, quando as forças armadas estavam fora das cidades, o que permitiu aos grupos terroristas armados de se reorganizarem e de se rearmarem para controlarem bairros inteiros, cometendo todos os atos terroristas possíveis, matando e raptando pessoas e destruindo propriedade pública e privada", reiterava o Governo no comunicado.
Hoje, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros é esperado em Moscovo, mas não é claro se a Rússia – um dos principais aliados da Síria – irá intervir para tentar salvar o plano de Annan, que tinha apoiado com entusiasmo. Apesar de criticar cada vez mais o regime de Assad, o Governo de Putin tem-no sempre protegido, rejeitando quaisquer sanções ou intervenções militares da comunidade internacional no país.
Entretanto, outra velha aliada de Damasco, a China, exortou “o Governo e as partes interessadas na Síria a cumprir o compromisso com o cessar-fogo e a retirada das tropas". O ministro russo dos Negócios Estrangeiros avançava pouco depois que o país poderá mesmo enviar observadores para a Síria como parte da missão da ONU para supervisionar a implementação do acordo, afirmando que os detalhes da missão ainda estão em discussão.
Kofi Annan visita refugiados na Turquia
Kofi Annan ainda não fez nenhum comentário ao revés no acordo, nem é claro o que pode acontecer caso os prazos sejam ignorados. No sábado, o primeiro-ministro turco tinha ameaçado tomar "medidas" se o regime sírio não respeitar a datas limite para acabar com a violência, não precisando mais pormenores.
Amanhã o enviado das forças internacionais deverá visitar um campo de refugiados na Turquia, localizado junto à fronteira com a Síria, de acordo com uma fonte diplomática turca. "A visita durará apenas algumas horas, antes da viagem de Annan ao Irão", afirmou à agência AFP.
No domingo, Annan manifestou-se "chocado" com o aumento "inaceitável" da repressão no país e apelou ao governo sírio para cumprir os seus compromissos. "Este é um momento em que todos devemos urgentemente trabalhar para uma cessação total das hostilidades, abrindo espaço à ajuda humanitária e criando as condições para um processo político", afirmou.
Confrontos continuam
Mesmo antes do revés das últimas horas, as expectativas de que Assad respeitaria o acordo com a comunidade internacional eram baixas e, nos últimos dias, em vez de se prepararem para uma retirada, as tropas do regime terão antes intensificado os bombardeamentos em áreas residenciais, matando dezenas de civis.
Os ativistas apontam para quase 70 pessoas foram mortas nos confrontos do último domingo, elevando o número de mortos no fim de semana para pelo menos 180, a maioria civis.
Segundo a ONU, mais de nove mil pessoas já morreram desde o início da revolta contra o regime de Assad.
O acordo de paz na Síria, mediado por Kofi Annan, deveria entrar em vigor na terça-feira, com a retirada das forças sírias dos centros populacionais e, 48 horas depois, um cessar-fogo por ambas as partes.
O plano tinha sido aceite pelo regime de Damasco a 2 de abril e aprovado pela ONU na quinta-feira passada.
No domingo, o governo de Bashar al-Assad deu um passo atrás no acordado com a ONU, afirmando em comunicado “não ser exato” que a Síria comece a “retirar as suas forças das cidades a 10 de abril”, data marcada para o início do processo de paz.
Antes, Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a resolução do conflito na Síria, terá de apresentar por escrito “garantias da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência” e de que os Governos do Qatar, da Arábia Saudita e da Turquia se comprometem com o “fim do seu financiamento aos grupos terroristas".
"A Síria não vai repetir o que aconteceu na presença de observadores árabes, quando as forças armadas estavam fora das cidades, o que permitiu aos grupos terroristas armados de se reorganizarem e de se rearmarem para controlarem bairros inteiros, cometendo todos os atos terroristas possíveis, matando e raptando pessoas e destruindo propriedade pública e privada", reiterava o Governo no comunicado.
Hoje, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros é esperado em Moscovo, mas não é claro se a Rússia – um dos principais aliados da Síria – irá intervir para tentar salvar o plano de Annan, que tinha apoiado com entusiasmo. Apesar de criticar cada vez mais o regime de Assad, o Governo de Putin tem-no sempre protegido, rejeitando quaisquer sanções ou intervenções militares da comunidade internacional no país.
Entretanto, outra velha aliada de Damasco, a China, exortou “o Governo e as partes interessadas na Síria a cumprir o compromisso com o cessar-fogo e a retirada das tropas". O ministro russo dos Negócios Estrangeiros avançava pouco depois que o país poderá mesmo enviar observadores para a Síria como parte da missão da ONU para supervisionar a implementação do acordo, afirmando que os detalhes da missão ainda estão em discussão.
Kofi Annan visita refugiados na Turquia
Kofi Annan ainda não fez nenhum comentário ao revés no acordo, nem é claro o que pode acontecer caso os prazos sejam ignorados. No sábado, o primeiro-ministro turco tinha ameaçado tomar "medidas" se o regime sírio não respeitar a datas limite para acabar com a violência, não precisando mais pormenores.
Amanhã o enviado das forças internacionais deverá visitar um campo de refugiados na Turquia, localizado junto à fronteira com a Síria, de acordo com uma fonte diplomática turca. "A visita durará apenas algumas horas, antes da viagem de Annan ao Irão", afirmou à agência AFP.
No domingo, Annan manifestou-se "chocado" com o aumento "inaceitável" da repressão no país e apelou ao governo sírio para cumprir os seus compromissos. "Este é um momento em que todos devemos urgentemente trabalhar para uma cessação total das hostilidades, abrindo espaço à ajuda humanitária e criando as condições para um processo político", afirmou.
Confrontos continuam
Mesmo antes do revés das últimas horas, as expectativas de que Assad respeitaria o acordo com a comunidade internacional eram baixas e, nos últimos dias, em vez de se prepararem para uma retirada, as tropas do regime terão antes intensificado os bombardeamentos em áreas residenciais, matando dezenas de civis.
Os ativistas apontam para quase 70 pessoas foram mortas nos confrontos do último domingo, elevando o número de mortos no fim de semana para pelo menos 180, a maioria civis.
Segundo a ONU, mais de nove mil pessoas já morreram desde o início da revolta contra o regime de Assad.