Rebeles Houthis anunciam trégua com Arábia Saudita como "gesto de paz"

por Lusa
Khaled Abdullah - Reuters

Os rebeldes iemenitas Houthis anunciaram esta sexta-feira uma trégua nos ataques contra a Arábia Saudita, medida que dizem ser um "gesto de paz", embora tenham advertido que responderão a qualquer ação militar liderada pelos sauditas.

"Anunciamos uma paragem nos ataques a territórios do reino da Arábia Saudita com drones e mísseis cruzeiro e balísticos, assim como qualquer outro tipo de ataque", indicou o chefe do Conselho Presidencial Houthi, Mahdi al Mashat, num discurso transmitido pela televisão.

Na intervenção, que segundo a agência Efe assinalava o quinto aniversário da tomada da capital do Iémen e da maioria do nordeste do país, Mahdi al Mashat indicou esperar uma resposta similar por parte da Arábia Saudita: "parando todo o tipo de ataques aéreos" aos territórios iemenitas.

"Reservamo-nos, porém, o direito de responder em caso de falta de resposta a esta iniciativa e insistimos em que a continuidade da guerra a nada levará senão a graves acontecimentos que não queremos", acrescentou o líder dos rebeldes, aliados do Irão.

O anúncio dos Houthis ocorre numa altura em que tem aumentado a tensão na região, após o ataque com "drones" (veículos não tripulados) contra dois campos petrolíferos da Aramco, na Arábia Saudita.

O ataque foi reivindicado pelos próprios Houthis, mas a Arábia saudita pôs de parte a alegação, referindo que os projéteis voaram a partir do norte do país e responsabilizando o Irão.

Esta sexta-feira, no entanto, a coligação militar liderada pelos sauditas atacou quatro posições dos Houthis no norte de Al Hudeida, uma região que, desde dezembro passado, vivia uma trégua após um acordo entre os rebeldes e o Governo do presidente iemenita, Abdo Rabdo Manour Hadi.

O coronel Turki al Malki, porta-voz da coligação militar e também do Ministério da Defesa saudita, assinalou num comunicado que as posições bombardeadas são utilizadas para fabricar embarcações não tripuladas e minas marítimas.

"A destruição destas instalações hostis contribui para preservar a liberdade de navegação marítima", referiu al Malki no comunicado, em que acusa a "milícia terrorista huthi" xiita de lançar mísseis balísticos, "drones", pequenas embarcações com explosivos e por controlo remoto a partir desses locais.

A guerra no Iémen começou em fins de 2014, quando os Houthis conquistaram Sanaa e expulsaram o Presidente Abdo Rabdo Mansour Hadi, que se encontra exilado desde então em Riade.

O conflito ganhou uma nova dimensão em princípios de 2015, face ao envolvimento da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) à frente de coligação internacional árabe que apoia o Governo de Hadi, reconhecido pela comunidade internacional.

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