Mundo
Guerra no Médio Oriente
Recado a Trump. Turquia faz depender paz em Gaza do fim dos ataques de Israel
Depois de ter dado o seu aval ao plano de paz para Gaza, anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na segunda-feira, o seu homólogo veio avisar, esta sexta-feira, que Israel tem de parar com os ataques se quer garantir o cessar-fogo.
Segundo a presidência turca, Tayyip Erdogan falou com Trump, referindo que a Turquia acolheu os esforços para alcançar a paz na região, mas que Israel precisa de interromper os seus ataques para que os esforços sejam bem-sucedidos, afirmou a presidência turca. Em comunicado, a presidência referiu que Erdogan disse a Trump, numa chamada telefónica solicitada pelos EUA, que a Turquia continuaria a apoiar as iniciativas de paz na região e a contribuir para a visão de Trump para a paz global.
Referiu ainda que os dois países discutiram as relações bilaterais, acrescentando que Erdogan enfatizou a importância de tomar medidas para reforçar a cooperação, particularmente na indústria de Defesa.
O presidente dos EUA terá querido solicitar a Erdogan que fizesse mais pressão sobre o Hamas, depois de Israel ter anuído ao seu plano para Gaza.
Donald Trump deu inicialmente quatro dias ao Hamas para responder, mas esta sexta-feira, numa resposta à reticências dos islamitas palestinianos, Donald Trump deu até domingo às 23h00 portuguesas para o Hamas aceitar o seu plano de paz,
O grupo estará dividido, com a ala política disposta a ceder mediante acertos à proposta e a ala militar a querer rejeitar liminarmente o plano, por obrigar a perder o seu maior trunfo, os reféns israelitas ainda sob o seu jugo.
Israel tem estado a avançar para o centro da Cidade de Gaza, no norte do enclave e último reduto dos combatentes do grupo islamita. Trump afirmou na sua rede Truth Social que a maioria destes está "militarmente encurralada", ameaçando que, se o grupo não aceitar a proposta, "um INFERNO como nunca antes visto irá cair sobre o Hamas".
O plano propõe o fim imediato dos combates e a libertação, no prazo de 72 horas, de 20 reféns israelitas vivos detidos pelo Hamas - bem como dos restos mortais de reféns que se acredita estarem mortos - em troca de centenas de residentes de Gaza detidos. Se aceite, inclui igualmente a retirada faseada do enclave por parte das forças de Israel.
Paquistão contesta plano
A maioria dos países árabes e a Turquia deram apoio público ao plano de Trump e os seus mediadores têm estado a pressionar o Hamas a aceita-lo. A exigência de Erdogan surge como uma nova brecha oficial no apoio à proposta que isolou o grupo palestiniano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Ishaq Dar, disse esta sexta-feira que o plano de 20 pontos para Gaza apresentado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, não corresponde ao projeto inicial delineado por oito países muçulmanos.
"Estes 20 pontos que Trump tornou públicos não são os nossos", referiu Dar no Parlamento paquistanês, em resposta às dúvidas levantadas após o primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, ter manifestado apoio ao plano. "Foram feitas algumas alterações no rascunho que apresentámos", explicou ainda.
Segundo o chefe da diplomacia do Paquistão, Sharif respondeu a Trump sem saber que o documento tinha sido substancialmente modificado.
"Estes 20 pontos que Trump tornou públicos não são os nossos", referiu Dar no Parlamento paquistanês, em resposta às dúvidas levantadas após o primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, ter manifestado apoio ao plano. "Foram feitas algumas alterações no rascunho que apresentámos", explicou ainda.
Segundo o chefe da diplomacia do Paquistão, Sharif respondeu a Trump sem saber que o documento tinha sido substancialmente modificado.