Reduzir a poluição do ar diminui "significativamente" a mortalidade

por RTP
Pôr do sol em Banguecoque, na Tailândia Jorge Silva - Reuters

Através da redução da poluição do ar, as doenças relacionadas com sintomas respiratórios podem ser reduzidas apenas em semanas. As conclusões são de um estudo da Universidade de Illinois em Chicago, que alerta para o compromisso dos países na redução da poluição.

“A redução da poluição pela raiz pode ter um impacto rápido e substancial na saúde. Em poucas semanas, sintomas respiratórios e de irritação, como falta de ar, tosse, muco, e dores de garganta desaparecem”, conclui o estudo publicado no passado domingo.

Para chegar às conclusões, a investigação analisou os efeitos na saúde após a redução de ar tóxico em diferentes países. Os resultados demonstram uma “redução significativa” de doentes hospitalizados, nascimentos prematuros, doenças e mortes cardiovasculares.

Políticas abrangentes que afetam um país inteiro podem reduzir a mortalidade em semanas. Medidas como a redução do tráfego também melhoraram rapidamente muitas questões relacionadas com a saúde”, lê-se no estudo.

Um dos exemplos analisados é na cidade norte-americana de Atlanta e relaciona-se, precisamente, com a redução do tráfego. De acordo com a investigação, o tráfego diminuiu 28 por cento durante os Jogos Olímpicos de 1996 como parte de uma medida implementada pela cidade para que os atletas não tivessem atrasos provocados pelo trânsito.

Nesse período de tempo de limitação ao tráfego, houve uma redução de mais de 40 por cento de crianças a dar entrada em clínicas com asma e 11 por cento no departamento das urgências.

A investigação destaca igualmente o exemplo da Irlanda. A proibição de fumar em ambientes fechados levou a uma queda da mortalidade em 13 por cento. Mortes por ataques cardíacos reduziram em 26 por cento e por AVC em 32 por cento.
“Do que estamos à espera?”
Em entrevista ao The Guardian, o professor Dean Schraufnagel da Universidade de Illinois - principal autor do relatório - demonstrou a sua surpresa com os resultados da investigação.

“Fiquei surpreendido com a rapidez dos benefícios”, disse o professor, apesar de considerar que os resultados são compreensíveis.

“Do que estamos à espera? Aqui estão as provas”, sublinhou o professor ao jornal britânico.

“É fundamental que os governos apliquem imediatamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a poluição do ar”, lê-se ainda no relatório.

A investigação liderada por Dean Schraufnagel surge depois de uma outra pesquisa, no início do ano, ter concluído que a poluição do ar pode ser prejudicial para todos os órgãos e células do copo humano. Em setembro, um novo estudo demonstrou também que partículas poluentes atravessam a placenta.
Tópicos
pub