O presidente ucraniano é recebido esta segunda-feira, no Reino Unido, pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Os dois líderes vão discutir mais apoio militar para resistir à invasão da Rússia, anunciou o Governo britânico. Durante o fim de semana, Volodymyr Zelensky esteve em Itália, Alemanha e França.
Today – London. The UK is a leader when it comes to expanding our capabilities on the ground and in the air. This cooperation will continue today. I will meet my friend Rishi. We will conduct substantive negotiations face-to-face and in delegations.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 15, 2023
“O Reino Unido é um líder quando se trata de expandir capacidades terrestres e aéreas. Esta cooperação vai continuar hoje. Vou encontrar-me com o meu amigo Rishi. Vamos realizar negociações frente a frente com as nossas delegações”, escreveu o presidente ucraniano.
Na passada semana, a Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país a começar a fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro de longo alcance Storm Shadow, que vão permitir às tropas de Kiev o ataque ao longo das linhas de combate.
O Reino Unido já anunciou o envio de centenas de drones, com um alcance superior a 200 quilómetros, para a Ucrânia, revelou o Governo britânico, após a chegada de Zelensky ao país.
“Hoje o primeiro-ministro confirmará o envio de centenas de mísseis de defesa e outros sistemas aéreos não tripulados. Todos serão entregues nos próximos meses, numa altura em que a Ucrânia prepara uma contraofensiva à invasão russa. Não podemos desiludi-los”, avança a Reuters que cita fonte de Downing Street.
"A linha da frente da guerra de agressão de Putin pode estar na Ucrânia, mas as linhas de falha estendem-se por todo o mundo. É do interesse de todos nós garantir que a Ucrânia seja bem-sucedida e que a barbárie de Putin não seja recompensada. É por isso que o Reino Unido está a manter o seu apoio à Ucrânia - dos tanques à formação, das munições aos veículos blindados. E esta mensagem de solidariedade soará bem alto em todas as minhas reuniões com outros líderes mundiais nos próximos dias", acrescenta.
No entanto, a declaração não menciona aviões, algo que tem sido repetidamente solicitado por Kiev que quer um poder aéreo mais moderno para defender as suas cidades. Zelensky vai ainda atualizar Sunak sobre o resultado dos encontros com os líderes de Itália, Alemanha e França nos últimos dias.
Para o primeiro-ministro britânico, “este é um momento crucial na resistência da Ucrânia a uma terrível guerra de agressão que não escolheu nem provocou. A Ucrânia precisa do apoio sustentado da comunidade internacional para se defender contra a série de ataques implacáveis e indiscriminados que têm sido a sua realidade quotidiana há mais de um ano”.
O encontro, que não deve durar mais de duas horas, terá lugar na residência de campo do primeiro-ministro britânico em Chequers Court, nos arredores de Londres.Também esta segunda-feira, o presidente vai participar, por videoconferência, na Cimeira da Democracia de Copenhaga.
Zelensky tinha visitado Londres em fevereiro, altura em que se encontrou com o rei Carlos III e discursou perante o Parlamento em Westminster.
Depois dos Estados Unidos, a Grã-Bretanha tem sido um dos maiores fornecedores de ajuda militar à Ucrânia, contribuindo com 2,9 mil milhões de dólares de apoio no ano passado e comprometendo-se a pagar um montante semelhante para 2023.
Em janeiro, a Grã-Bretanha afirmou que iria enviar 14 dos seus tanques de guerra para a Ucrânia, uma promessa que foi seguida por outras nações, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha.
Visita a Itália, Alemanha e França
Durante o fim de semana, Zelensky encontrou-se com os líderes alemães e franceses, bem como com responsáveis italianos, para angariar apoio militar e financeiro para a Ucrânia.
No domingo, em Paris, Zelensky jantou com o presidente Emmanuel Macron, de quem recebeu a promessa de mais ajuda. Em fevereiro deste ano, o presidente francês já tinha recebido o chefe de Estado ucraniano no Palácio do Eliseu, juntamente com o chanceler alemão Olaf Scholz.
Antes de se deslocar a Paris, o presidente ucraniano esteve em Berlim, onde foi recebido com honras militares pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, na sua primeira visita à Alemanha desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Na capital alemã, Zelensky agradeceu um novo apoio alemão de 2,7 mil milhões de euros, a maior ajuda militar de sempre de Berlim a Kiev e que inclui a entrega de tanques, veículos blindados e sistemas de defesa aérea. Depois do encontro com Scholz, os dois líderes voaram para a cidade ocidental de Aachen, onde Zelensky recebeu o Prémio Internacional Carlos Magno, que lhe foi atribuído em conjunto com o povo da Ucrânia.
A primeira visita deste périplo europeu do presidente ucraniano foi a Itália, onde foi recebido pelo papa Francisco, no Vaticano, a quem ofereceu um colete à prova de balas com a imagem de Nossa Senhora. Em Roma, o presidente ucraniano esteve também reunido com o homólogo italiano, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra Giorgia Meloni. O presidente ucraniano agradeceu o apoio de Itália e reforçou o interesse na paz.
c/ agências