Relatório associa Coreia do Norte a armamento químico da Síria

por Alexandre Brito - RTP
Imagem de um homem no hospital de Douma, em Ghouta Oriental, que terá sido alvo, no fim de semana, de um ataque com armas químicas Reuters

Um relatório a que o diário norte-americano The New York Times teve acesso indica que a Coreia do Norte tem enviado equipamento para o Governo sírio que pode estar a ser usado na produção de armas químicas.

A informação é avançada numa altura em que os Estados acusam Bashar al-Assad de estar, uma vez mais, a utilizar armas químicas em ataques sobre civis, em particular nos recentes bombardeamentos em Ghouta Oriental.

De acordo com o jornal norte-americano, um relatório realizado por oito peritos, que investigam para as Nações Unidas possíveis violações da Coreia do Norte aos embargos em vigor, revela que não só Pyongyang está a fornecer esse equipamento como poderá mesmo ter enviado peritos para a Síria.

Dentro do equipamento fornecido estão mosaicos resistentes a ácidos, válvulas e termómetros. Vários técnicos norte-coreanos foram também identificados a trabalhar numa conhecida zona de produção de armas químicas na Síria.

De acordo com The New York Times, estes componentes, fundamentais para a produção de armas químicas, seguiram em pelo menos 40 transportes realizados pela Coreia do Norte para a Síria entre 2012 e 1017.
Cópias de contratos

Até o momento, a ONU não fez qualquer comentário sobre a existência deste relatório. Questionada pelo jornal, uma porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, limitou-se a afirmar que a principal mensagem é que "todos os Estados-membros têm o dever e a responsabilidade de cumprir as sanções em vigor".

Escreve ainda o New York Times que os peritos responsáveis pelo relatório afirmaram que, apesar de não ser possível confirmar se o fornecimento deste tipo de equipamento ainda está em curso, o documento prova que a Coreia do Norte tem tentado escapar às sanções ocidentais.

O relatório, com mais de 200 páginas, inclui mesmo cópias de contratos entre os norte-coreanos e a Síria. Uma situação que está a ser lida como um falhanço claro das Nações Unidas em relação às sanções impostas tanto à Coreia do Norte como à Síria.
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