Um inovador bioplástico, feito a partir de resíduos orgânicos de peixe, foi o vencedor do ano da categoria britânica do prémio James Dyson. Ao contrário do plástico tradicional, este é uma opção sustentável que tem em conta as preocupações ambientais da atualidade. Os primeiros testes revelam que este é mais forte, mais seguro e muito mais sustentável que o plástico tradicional.
Esta iniciativa resulta da vontade de solucionar o duplo problema da utilização de plásticos descartáveis prejudiciais ao ambiente e da inutilidade dos resíduos do peixe, até agora desperdiçados.
Alarmada com a realidade, Lucy decidiu criar a sua marca de plástico ecológico: MarinaTex.
Vencedor do ano da categoria britânica do prémio James Dyson, este novo material, visualmente semelhante ao plástico, tem a capacidade de se decompor entre quatro a seis semanas, podendo ser colocado no lixo juntamente com os resíduos alimentares domésticos.
De acordo com os testes iniciais realizados, o inovador bioplástico é mais forte, mais seguro e muito mais sustentável do que o plástico tradicional.
Motivos de alarme
No Reino Unido, estima-se que as pessoas utilizem 5 milhões de toneladas de plástico por ano, dos quais 50% corresponde a embalagens. Quanto às indústrias de peixe, os cálculos indicam que, por ano, são produzidas aproximadamente 492 mil toneladas de resíduos.
Face a esta realidade, Lucy decidiu começar a investigar e descobriu que a pele e as escamas de peixe eram as fontes mais promissoras para a alternativa ao plástico, dada a flexibilidade e a presença de proteínas que lhes confere grande resistência.
De acordo com a recém-licenciada, o lixo orgânico de um único bacalhau do Atlântico possibilita que sejam concebidos 1.400 sacos da MarinaTex.
"O plástico é um material incrível e, como resultado disso, a população tornou-se demasiado dependente dele", afirma Hughes. Na opinião da jovem de 23 anos, não faz sentido usar plástico - um material com uma durabilidade muito elevada – para “produtos com um ciclo de vida inferior a um dia”.
Assim, em busca da alteração do paradigma atual, a marca MarinaTex procura basear-se na inovação e na defesa de valores sustentáveis. “Como criadores, não devemos limitar-nos apenas a criar a forma e função, mas sim forma, função e respetiva pegada ecológica”, defende.
Como vencedora do prémio James Dyson deste ano, Lucy ganhou 2.000 libras (2.256 euros). Contudo, a investigadora tem outras ambições e por isso o bioplástico será ainda inscrito na categoria internacional para a etapa final do prémio. O vencedor mundial, a apurar em novembro deste ano, irá ganhar 30.000 libras em dinheiro (33.846 euros) e ainda mais 5.000 libras (5.641 euros) para o respetivo departamento universitário.
O concurso, dedicado a reconhecer e a recompensar soluções de design originais para problemas globais, decorre em 27 países e é aberto a estudantes universitários e recém-formados que estudem design de produtos, design industrial ou engenharia.