A conta na rede social chinesa WeChat do primeiro-ministro australiano foi "roubada" e renomeada, com um deputado a acusar os líderes da China de interferência política.
Alterações foram feitas sem o conhecimento do governo, acrescentou o diário.
O gabinete de Morrison recusou-se a comentar.
O presidente do Comité Parlamentar Misto sobre Inteligência e Segurança, James Paterson, disse que o WeChat não respondeu a um pedido do executivo australiano para que fosse restaurada a conta do primeiro-ministro.
Paterson acusou o Partido Comunista Chinês de censurar o primeiro-ministro, no momento em que se aproximam as eleições australianas, previstas para Maio.
Paterson, membro do Partido Liberal conservador de Morrison, apelou a todos os deputados para boicotarem aquela rede social, propriedade do gigante tecnológico chinês Tencent.
"O que o governo chinês fez ao encerrar uma conta australiana foi uma interferência estrangeira na democracia australiana num ano de eleições", disse Paterson a uma rádio de Sydney, a 2GB.
"Nenhum político deveria estar no WeChat e legitimar a sua censura", acrescentou Paterson.
Paterson disse que era preocupante que 1,2 milhões de australianos chineses que utilizam a plataforma não pudessem aceder às notícias do primeiro-ministro, mas que ainda pudessem visualizar as críticas ao Governo feitas pelo líder da oposição Anthony Albanese.
O deputado do Partido Liberal e ex-diplomata Dave Sharma disse que a interferência foi provavelmente sancionada pelo governo chinês.
"Mostra a atitude de Pequim para com a liberdade de expressão", disse Sharma ao canal de televisão Sky News.
Os chineses têm criticado uma nova parceria que envolve a Austrália, Reino Unido e Estados Unidos anunciada em setembro, ao abrigo da qual a Austrália receberá submarinos nucleares.