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Guerra na Ucrânia
Rússia diz ter capturado duas vilas ucranianas e atingiu centros de recrutamento militar
O Exército ucraniano anunciou que as forças russas atacaram dois centros de recrutamento militar esta segunda-feira, deixando pelo menos quatro pessoas feridas, de acordo com um balanço provisório. Pouco depois, Moscovo disse ter capturado as vilas de Dachne, no leste da Ucrânia, e Bezsalivka, na região de Sumy.
"A vila de Dachne, na região de Dnipropetrovsk, foi libertada", confirmou o Exército russo num comunicado de imprensa.
A informação foi, porém, contrariada pela Ucrânia, com o Exército deste país a garantir que os soldados repeliram os ataques russos e a denunciar "falsas informações" de Moscovo.
"Estamos aqui e estamos prontos para lutar até ao fim! Não cederemos um único metro do nosso território sem lutar", afirmou a unidade em comunicado.
A confirmar-se, a entrada das forças russas nesta região ucraniana teria um valor estratégico no terreno, numa altura em que as conversações diplomáticas para a resolução do conflito não têm apresentado resultados.Centros de recrutamento militar atingidos
Nos últimos dias, as tropas russas atingiram repetidamente centros de recrutamento do Exército ucraniano, que se esforça por atrair novos recrutas após quase três anos e meio de invasão russa.
Na plataforma Telegram, o Exército adiantou que três pessoas ficaram feridas em Kharkiv, no nordeste do país, e um soldado ficou ferido na cidade de Zaporizhia, no sul, durante esses ataques.
Na última madrugada, os ataques russos em várias outras regiões da Ucrânia causaram pelo menos quatro mortos e dezenas de feridos, obrigando os civis a refugiarem-se em abrigos anti-bombas, de acordo com as autoridades locais.
Na cidade de Kharkiv, um jornalista da agência France-Presse viu civis a serem retirados de um edifício depois de este ter sido danificado pelo fogo russo.
Esta nova vaga de ataques russos causou pelo menos dois mortos e dois feridos na região de Sumy, no norte do país, e um morto na região sul de Odessa, perto do Mar Negro, segundo os serviços de emergência da Ucrânia. Outra pessoa morreu na região de Kherson.
Os drones russos também atingiram a capital Kiev, danificando edifícios mas sem causar vítimas, escreveu o presidente da Câmara, Vitali Klitschko, no Telegram. De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou 101 drones durante a noite, 75 dos quais foram intercetados pelas defesas antiaéreas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a insistir que a entrega de sistemas de defesa antiaérea continua a ser "a prioridade absoluta" para as suas tropas face aos ataques russos diários.
Já o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriï Iermak, defendeu que "o Ocidente deve compreender que o aumento da produção de armas pela Rússia só está a antecipar o dia em que estas não serão utilizadas exclusivamente contra a Ucrânia".
A Bloomberg avançou entretanto que, na chamada telefónica da última sexta-feira entre Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi abordada a substituição da embaixadora da Ucrânia nos EUA, Oksana Markarova. A Casa Branca e a Presidência ucraniana ainda não confirmaram a informação.
c/ agências