Rússia pede à Turquia para "não deitar achas na fogueira"

por Lusa
Reuters

O Kremlin pediu hoje à Turquia para "não deitar achas na fogueira" e trabalhar no sentido da paz no Nagorno-Karabakh onde os combates entre forças separatistas arménias e o Azerbaijão fizeram quase uma centena de mortos.

"Apelamos a todos os países, sobretudo aos nossos parceiros como a Turquia, a fazer tudo o que seja possível para um cessar-fogo e um acordo pacífico para o conflito", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Na segunda-feira, o presidente da Turquia Tayyip Erdogan afirmou que a Arménia deve pôr fim "à ocupação do Nagorno-Karabakh" garantindo que Ancara vai manter-se ao lado de Baku com "todos os meios".

"Todas as declarações sobre a atividade militar não são mais do que lançar achas para a fogueira", disse Peskov.

"A Rússia é categoricamente contra (os combates)", sublinhou o porta-voz da presidência russa reiterando o apelo de Moscovo no sentido do fim dos confrontos. 

Anteriormente, o secretário de estado norte-americano, Mike Pompeo, apelou ao Azerbaijão e aos separatistas arménios em conflito no Nagorno-Karabakh para porem "fim à violência" e iniciarem negociações o mais rápido possível.

"As duas partes devem pôr fim à violência e trabalhar com o `Grupo de Minsk` (...) no sentido de iniciarem negociações o mais rápido possível", disse hoje o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, no segundo dia de uma visita oficial à Grécia. 

O Grupo de Minsk foi criado em 1992 no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação ???????na Europa para a solução do conflito entre Erevan e Baku.

Vários líderes mundiais, entre os quais a chanceler alemã Angela Merkel, apelaram ao cessar-fogo imediato e o Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de emergência para tentar evitar a guerra aberta entre Erevan e Baku que pode criar instabilidade na região e afetar as potências regionais: a Rússia e a Turquia.

No domingo, as forças do enclave separatista que dependem da Arménia e militares do Azerbaijão envolveram-se em combates pela primeira vez desde 2016.

De acordo com o balanço oficial de baixas, morreram 95 pessoas, entre as quais 11 civis.  

O conflito entre a Arménia e o Azerbaijão remonta aos tempos da União Soviética, quando, no final da década de 1980, o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, pediu a sua incorporação na vizinha Arménia, desencadeando um conflito que já causou quase 30.000 mortes e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo, em 1994, e aceite uma mediação russo-norte-americana-francesa, designada Grupo de Minsk. No entanto, as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

 

 

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