A Rússia vetou, na quarta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para a criação de um tribunal internacional que investigasse a queda do Boeing malaio no leste da Ucrânia, com quase 300 passageiros a bordo.
Onze dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da resolução, que foi apresentada pela Austrália, Bélgica, Malásia, Holanda e Ucrânia. Angola, China e Venezuela abstiveram-se.
A resolução foi apoiada pelo Reino Unido, França e Estados Unidos, que acusaram os separatistas pró-russos de abaterem o Boeing 777 com um míssil fornecido pela Rússia.
Moscovo nega qualquer envolvimento e culpa o exército ucraniano. Na quarta-feira, o embaixador russo Vitaly Churkin fez uma extensa defense das ações da Rússia.
"Qual é a base para se garantir a imparcialidade desta investigação?", perguntou Churkin perante o conselho, apontando o dedo à "propaganda agressiva dos media".
Dias antes do primeiro aniversário da tragédia ocorrida a 17 de julho do ano passado, um relatório elaborado por investigadores holandeses responsabilizou diretamente os rebeldes, sustentando que estes abateram o avião com um míssil terra-ar.
Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu, na véspera do aniversário, que se deve concluir quanto antes a investigação do incidente, ao conversar por telefone com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
Putin considerou ainda "prematura e contraproducente" a possibilidade de se criar um tribunal internacional para julgar os culpados da queda do avião.