Juan Ros Alcaide está de saída não apenas do Vox mas também do Senado espanhol. O deputado do partido de extrema-direita enfrenta uma acusação por violência doméstica contra a sua mulher, que deixou agora o hospital após ser tratada a vários traumatismos.
O senador socialista Ander Gil desafiou ainda o líder do Vox, Santiago Abascal, a tomar uma atitude em relação a esta questão, se não demitindo Ros Alcaide – o que não estava nas suas mãos, já que se trata de um assento pertencente ao senador de Ceuta e só ele podia abdicar do lugar no seio do Grupo Mixto do Senado – pelo menos pressionando-o nesse sentido.
Na tarde de ontem, soube-se que o então ainda senador havia sido suspenso do partido. O Vox anunciou ainda a abertura de um inquérito com vista à expulsão.O PSOE, Junts per Catalunya e ERC exigiram a demissão do senador Ros Alcaide.
Juan Ros Alcaide estava debaixo de todos os focos após ter sido visado por uma denúncia da Guardia Civil por alegada violência conjugal e foi já esta quinta-feira confirmado o “registo de renúncia” ao cargo na câmara alta.
Ros Alcaide terá assinado o documento ainda na noite de ontem, uma decisão com vista a permitir “que se concentre no processo judicial que enfrenta agora”.
A parceira do ex-senador deixou o hospital de Málaga esta quinta-feira, onde deu entrada depois das agressões, tendo recebido tratamento a traumatismos em várias partes do corpo.
A Guardia Civil tem aberta uma investigação ao senador por alegada violência de género (“violencia machista”, em castelhano) desde que, na última terça-feira, teve de deslocar-se a uma habitação da localidade malaguenha de Alhaurín de la Torre em resposta a um alerta do 112.
O 112 recebera um pedido de ajuda devido a uma tentativa de suicídio com ingestão de medicamentos e um golpe na cabeça. Entretanto, ao chegar à casa, os guardas encontraram a vítima com sinais de violência e restos de sangue. A seu lado estava Ros Alcaide.
O Hospital Clínico Universitário de Málaga confirmaria “os politraumatismos compatíveis com uma agressão”, o que Ros Alcaide – ele próprio um médico especialista de cuidados primários – negou, reiterando ter-se tratado de “um acidente doméstico”.