Sete detidos em operações policiais após atentado de Londres

por RTP
Neil Hall - Reuters

Mark Rowley, vice-comissário para as operações especiais da polícia de Londres e o oficial de mais alta patente em operações anti-terroristas, afirmou esta manhã que o autor do atentado de quarta-feira em Westminster agiu sozinho e que não há sinais de novas ameaças para o público. Mas foram entretanto detidas sete pessoas.

Londres permanece em estado de alerta total. A ponte de Westminster permanece atrás de um cordão de polícia que inclui a entrada do Metro.

Foram realizadas durante a madrugada seis operações de busca em vários locais e detidas sete pessoas. Continuam ainda a decorrer operações de investigação em Birmingham e noutras regiões do país.Uma das vítimas mortais, identificada como Aysha Frade, de 43 anos, era casada com um português.


O balanço do ataque é de quatro mortos - "revisto em baixa" dos cinco confirmados ontem à noite - e 29 feridos tratados em ambiente hospitalar. Sete estão em estado crítico, indicou o responsável pelas operações de contraterrorismo da Scotland Yard, Mark Rowley.

O ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, disse à BBC Rádio que "a polícia está a investigar este homem, as suas origens".

"Estão a fiscalizar com caracter de urgência se há outras pessoas envolvidas. Trabalham sob a premissa de que isto - o ataque -  está ligado ao terrorismo islâmico".

As medidas de segurança em torno do Palácio de Westminster, onde funcionam ambas as câmaras do Parlamento, vão ser revistas, acrescentou Fallon.

O atacante conduziu quarta-feira à tarde um veículo em ziguezague contra o máximo de pessoas possível, na ponte junto ao Parlamento britânico e à roda gigante de Londres, atropelando-as, num modus operandi que lembra o ataque a Nice que matou 84 pessoas em julho de 2016.

Um homem foi abatido pelas autoridades britânicas depois de ter esfaqueado um agente da polícia junto ao Parlamento britânico. Antes, na ponte de Westminster, atropelou várias pessoas.


O carro acabou por embater na vedação, junto ao Palácio de Westminster. À entrada do Palácio o homem esfaqueou mortalmente um polícia, antes de ser abatido pelas autoridades.

A polícia deu a entender que já conhece a identidade do atacante. Quarta-feira à noite, Mark Rowley não quis acrescentar detalhes, afirmando apenas aos jornalistas que acredita que o atacante foi inspirado pelo "terrorismo islâmico".

Já esta manhã Rowley procurou descansar o público.

"Continuamos a acreditar que este atacante agiu sozinho e foi inspirado pelo terrorismo internacional. Neste ponto não temos nenhuma informação específica quanto a novos ataques para o público".
"Berço de radicais"
O relatório do chefe das operações anti-terroristas em Londres confirmou parcialmente as informações avançadas pela televisão Sky News, segundo as quais a polícia de West Midlands realizou durante a madrugada um assalto a uma casa de Birmingham e deteve várias pessoas.

A zona é considerada um autêntico "berço de radicais islâmicos".

A polícia local remeteu todas as questões sobre o raid para a MET, a polícia londrina, que foi encarregue da investigação do ataque na zona do Parlamento esta quarta-feira, levantando suspeitas de que a operação desta madrugada está relacionada com o atentado.

Várias ruas de Birmingham foram bloquedas enquanto decorriam as buscas, de acordo com a televisão Sky News.

Os investigadores estarão a seguir pistas relacionadas com o aluguer do carro usado pelo autor do atentado em Westminster.

Morreram quatro pessoas, a mulher de cerca de 43 anos, um homem de cerca de 50, o agente e o atacante, abatido a tiro.

As vítimas têm dupla-nacionalidade, referiu Rowley, sem avançar detalhes. Entre os feridos há um português, que já teve alta.

Outras nacionalidades das vítimas incluem três estudantes franceses, adolescentes, e cinco sul-coreanos, quatro mulheres e um homem, dos quais só um se mantém hospitalizado. Um turista chinês ficou também ligeiramente ferido.
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