Sete países latino-americanos expressam preocupação com eleições na Venezuela

por Lusa

Os Governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai expressaram hoje "grave preocupação" com os "persistentes impedimentos" na inscrição no Conselho Nacional Eleitoral dos candidatos presidenciais da Venezuela.

Num comunicado conjunto, os sete países da América Latina declararam que tal situação e as anteriores desqualificações de candidatos da oposição venezuelana aumentam as dúvidas "sobre a integridade e a transparência do processo eleitoral".

"Até agora, os maiores partidos da oposição venezuelana -- Mesa da Unidade Democrática (MUD) e Um Novo Tempo (UNT) - não puderam inscrever a sua candidata, Corina Yoris, para os representar nas próximas eleições presidenciais. Esta situação, juntamente com as anteriores desqualificações que foram do domínio público, levanta questões sobre a integridade e a transparência do processo eleitoral no seu conjunto", sublinham no texto.

Segundo os Estados signatários do documento, tais restrições "impedem o avanço para eleições que permitam concretizar um processo de democratização" na Venezuela.

Exortam, assim, a que a situação "seja reconsiderada", para que, no final do período de candidaturas, "as cidadãs e os cidadãos que cumprem os requisitos consagrados na Constituição venezuelana consigam ser devidamente inscritos, a fim de que o povo irmão venezuelano possa eleger livremente o seu próximo Governo".

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal aliança da oposição venezuelana, afirmou hoje ter esgotado todas as vias para registar a candidatura da historiadora Corina Yoris às eleições presidenciais de 28 de julho, o que, segundo denuncia, foi impedido.

"Esgotámos todos os meios ao nosso alcance para que isto pudesse resolver-se", declarou em conferência de imprensa Corina Yoris, escolhida como candidata presidencial pela PUD na última sexta-feira, perante a desqualificação que impede a ex-deputada Maria Corina Machado, vencedora das primárias de outubro de 2023, de concorrer a cargos públicos nestas e noutras eleições até 2036.

A poucas horas do fim do prazo de apresentação de candidaturas para as eleições presidenciais, que começou na passada quinta-feira, Yoris denunciou que os seus "direitos como cidadã venezuelana estão a ser violados", uma vez que não consegue "aceder ao sistema e inscrever" o seu nome.

"Não são só os direitos de Corina Yoris que estão a ser violados, mas também os direitos dos partidos políticos de apresentar uma candidatura que represente esta unidade, e é também uma negação dos direitos dos venezuelanos a nomear e escolher o candidato que querem eleger", sustentou Yoris, que é também professora universitária.

Se a oposição não conseguir registar a sua candidata à Presidência da Venezuela, o único candidato presidencial de peso será o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que concorre ao terceiro mandato consecutivo de seis anos no poder.

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