Silvio Berlusconi, a história de um político controverso

por Inês Geraldo - RTP
Silvio Berlusconi foi primeiro-ministro de Itália por três vezes Reuters

Silvio Berlusconi foi primeiro-ministro e esteve no Senado. Político controverso, morreu esta segunda-feira em Milão, aos 86 anos.

Nascido a 29 de setembro de 1936, Silvio Berlusconi viveu os primeiros anos num bairro operário de Milão, numa zona difícil da cidade apelidada de “ilha”. Filho de Luigi Berlusconi, funcionário da banca Rasini, e Rosa Berlusconi, secretária na Pirelli. Tinha dois irmãos: Antonietta e Paolo, os dois mais novos.

Berlusconi viveu o período da II Guerra Mundial numa aldeia perto de Milão, depois de o pai ter fugido para a Suíça e a mãe ter ficado a tomar conta da família, enquanto ia trabalhar todas as manhãs para o centro de Milão.

Enquanto decorria a II Guerra Mundial e o pai esteve fugido, Silvio Berlusconi teve alguns trabalhos, especialmente agrários e na área dos laticínios, levando comer para casa todas as noites.

Depois do fim da guerra foi enviado para uma escola católica de salesianos onde esteve até ao início da vida adulta e onde conheceu um dos amigos mais velhos, Fedele Confalonieri, que viria a tornar-se num dos principais responsáveis pela Fininvest, holding criada por Berlisconi enquanto magnata dos media.

Ainda antes de se matricular na Universidade de Milão, para tirar o curso de direito, Berlusconi e Confalonieri criaram o próprio grupo musical e participaram em vários eventos em Milão. Pouco depois, o grupo separou-se e Silvio continuou na área do entretenimento, juntando-se a cruzeiros e a cabarets onde cantava, para além de ter sido fotógrafo e vendedor de aspiradores.

Depois do regresso do pai, Berlusconi foi convencido pelo mesmo a deixar a vida de cabaret em Paris e voltou para Milão, onde terminou o curso em direito comercial.
Criação de um grupo milionário
Saído da universidade de Milão em 1961, Berlusconi começou aquilo que seria uma vida de negócios antes de se juntar à política. A construção foi a primeira área de ação de um ainda jovem Silvio. Depois de recusar uma proposta para trabalhar na banca Rasini, onde estava o seu pai, Berlusconi convenceu um pequeno construtor.

Assim, nasceu a Via Alciati, um complexo de apartamentos, dos quais Berlusconi acabou por vender cerca de uma centena. Com um primeiro negócio bem-sucedido, o pequeno empresário tentou expandir os objetivos.

Depois da Via Alciati, o Centro Edilnord, uma pequena cidade com vários blocos de apartamentos, na periferia de Milão, na cidade de Brugherio. Apesar de alguns sobressaltos, um fundo de pensões acabou por comprar todo o empreendimento e assim começou a história de uma fortuna.

Em 1973, seguiu-se o projeto da comunidade residencial para milhares de pessoas, perto do aeroporto de Linate. Apetrechado de forma moderna, Berlusconi criou a Milano Due, uma cidade-jardim com dez mil pessoas. Uma construção que valeu uma condecoração a Berlusconi e o título de Il Cavaliere e uma fortuna que o levou ao estatuto de bilionário e uma das novas caras de Itália.

Depois do sucesso no imobiliário, Milano Due permitiu a Berlusconi entrar numa nova área de negócio. Com um circuito de televisão fechado para os pais poderem ver os filhos, Il Cavaliere avançou em 1978 para a compra de pequena frequência de canal por cabo. Assim foi criada a Telemilano 58, o seu primeiro canal comercial, e assim começou uma saga que levou a uma guerra com o canal estatal, a RAI.

Aproveitando uma decisão do Tribunal Constitucional, em 1976, de permitir as emissões de televisão de canais privados, Berlusconi aproveitou para lutar contra o monopólio da estatal e criou canais com novos formatos de entretenimento, de concursos musicais a desenhos animados.

Usando o seu poder negocial, Berlusconi começou a negociar os direitos de filmes de Hollywood, telenovelas e séries telivisas (Dallas, por exemplo) e, especialmente, de jogos de futebol, o que levou a vários embates com a RAI.

Depois da criação de três canais regionais onde passava vários formatas que começavam a baixar a quota da RAI, Berlusconi decidiu criar uma marca própria para os conteúdos que passava nas televisões: o Canale 5. Com o império televisivo a crescer, o empresário começou a congregar os seus interesses e criou a holding Fininvest.

Com a ajuda de Adriano Galliani foi criado o Canale 5, o primeiro canal de âmbito nacional para além da estatal RAI. Berlusconi não parou e para fazer frente aos três canais da televisão do estado acabou por comprar mais dois canais: o Italia 1 (comprado ao grupo Rasconi) e a Rete 4, comprada ao grupo Mandadori.

Com um sucesso crescente em Itália, Berlusconi continua a não granjear simpatias nas elites mais ricas devido às suas origens humildes e na luta pelo império televisivo teve um amigo que o ajudou a manter o negócio à tona: o então primeiro-ministro Bettino Craxi.

Os negócios de Berlusconi sempre estiveram envoltos em polémica, tendo sido acusado variadíssimas vezes de corrupção, que o empresário foi sempre negando durante a vida. Em 1984, magistrados de Roma, Turim e Pescara pediram a cessação da emissão dos três canais de Berlusconi, alegando a ilegalidade das transmissões.

“O poder judicial decidiu agir contra mim em 1984 ordenando o sequestro dos nossos emissores. Pararam-nos a atividade porque a RAI apresentou queixa, dizendo que os nossos canais violavam um artigo da constituição que conferia à televisão pública o monopólio da emissão a nível nacional”, explicou Silvio Berlusconi ao jornalista Alan Friedman, no livro My Way.

E é aqui que Craxi entra em cena. O público em Itália revoltou-se por já não conseguir ter acesso aos conteúdos que Berlusconi oferecia e Bettino Craxi, quatro dias depois de serem desligadas as emissões assinou um decreto-lei de emergência a ordenar o reatamento das transmissões. Este ficou conhecido como o “Decreto Berlusconi”.

Depois desta ação do primeiro-ministro para ajudar o amigo Berlusconi, ambos viriam a ser acusados de financiamento ilícito de partidos políticos mas o caso acabaria por prescrever.
A entrada na vida política
Os primeiros passos de Silvio Berlusconi na política aconteceram em 1994. Em janeiro desse ano, Berlusconi foi eleito para a Câmara dos Deputados. Com os cinco principais partidos de Itália envolvidos em escândalos de corrupção, foi com expectativa que se esperava a vitória nas eleições de 1994 por parte do Partido Democrático da Esquerda (antigo partido comunista).

Descrevendo-se como um político de centro-direita, Silvio Berlusconi anunciou a criação do Partido Forza Italia (Força Itália), uma plataforma para combater e derrotar os comunistas. Dois meses depois da criação do novo partido que se dizia ser uma alternativa à esquerda italiana, o magnata usou os seus canais de televisão para promover a campanha eleitoral (depois de uma promessa de venda do grupo Mediaset).

O Forza Italia acabou por ganhar as eleições, arrecadando 21 por cento dos votos. No discurso de vitória, Berlusconi prometeu a criação de um milhão de empregos. No entanto, o mandato do primeiro-ministro durou pouco tempo. Dissidências na coligação com a Liga (com forte base no norte de Itália e, na altura, afeto ao separatismo) e a Aliança Nacional (partido nacionalista com raízes neo-fascistas) levaram à queda do governo italiano em janeiro de 1995.

Lamberto Dini acabou por substituir Berlusconi que voltou a tentar a eleição em 1996. No entanto, a coligação de Silvio Berlusconi acabou por perder as eleições e Romano Prodi foi empossado como novo primeiro-ministro de Itália.
Regresso para uma segunda volta
Silvio Berlusconi voltou à carga em 2001, liderando a coligação Casa da Liberdade (incluía a União de Democratas de Centro e Cristãos, a Liga Norte e a Aliança Nacional e outros partidos). Em Maio de 2001, Berlusconi tornou-se novamente primeiro-ministro de Itália, depois de a sua coligação ter conseguido 49,6 por cento dos votos na Câmara dos Deputados e 42,5 por cento no Senado da República.

A votação positiva partiu da decisão de Berlusconi aplicar a lei Contrato com o povo italiano, uma cópia de uma medida criada por Newt Gingrich nos Estados Unidos. Com ela, Berlusconi prometeu melhorar vários aspetos da vida e economia dos italianos, prometendo também não recandidatar-se caso não cumprisse a maioria dessas promessas.

Eram cinco as promessas do Contratto con gli Italiani: cortar impostos, diminuir a taxa de criminalidade, aumentar pensões, criar mais de um milhão de empregos e começar pelo menos 40 por cento das infraestruturas que prometeu erguer durante o seu mandato.

“Este contrato diz que, caso eu não cumpra pelo menos quatro das cinco promessas, eu não me candidato ao próximo Parlamento”, explicou Berlusconi enquanto assinava o documento.

As opiniões dividem-se. Berlusconi explica como cumpriu todas as promessas, enquanto alguns dos aliados admitem que algumas ficaram por cumprir. Analistas explicam que Berlusconi cumpriu apenas uma das cinco promessas e o primeiro-ministro acusou a imprensa de ser oposição.

Cumpriu mandato até 2006, tendo perdido as eleições para a coligação formada por Prodi. No entanto, não há duas sem três e Berlusconi tornou-se novamente primeiro-ministro de Itália.
O regresso de Il Cavaliere
Depois da debacle do governo de Prodi, Berlusconi anunciou a redenominação do Forza Italia para O Povo da Liberdade, uma coligação que juntou a Aliança Nacional (de Gianfranco Fini), a Liga Norte (de Umberto Bossi) e o Movimento pela Autonomia de Raffaele Lombardo.

Em Abril de 2008, o Povo da Liberdade venceu as eleições, batendo a concorrência da coligação de centro-esquerda de Walter Veltroni, ganhando ambas as casas do Parlamento. Berlusconi prometeu melhorar a economia italiana e remover o lixo das ruas de Nápoles e mostrou-se aberto a trabalhar com a oposição para lutar contra a evasão fiscal, reformar o sistema judicial e reduzir a dívida pública de Itália.

Pouco depois de Berlusconi ser empossado, o Forza Italia foi extinto para ser criado formalmente o Povo da Liberdade, partido que Il Cavaliere liderou até 2013. Apesar da coligação, foi cedo que Gianfranco Fini começou a criticar abertamente o estilo de liderança de Berlusconi, pedindo maior estruturação dentro do partido.

Os dois políticos defrontaram-se num Comité Nacional em Roma e pouco depois foi anunciado que Fini não podia liderar o seu cargo de presidente da Câmara dos Deputados de forma neutra. Fini e seus apoiantes começaram a criar os seus próprios grupos levando a uma grande cisão no partido recentemente criado.

Depois da rejeição de um Orçamento do Estado e de vencer moções de confiança, a crise financeira e as exigências europeias colocaram Berlusconi numa situação delicada. Aprovado o programa anti-crise no Parlamento, o primeiro-ministro italiano apresentou a demissão ao presidente da República, Giorgio Napolitano. Mario Monti, antigo comissário europeu, foi o substituto.

Silvio Berlusconi saiu do poder e fez acusações a Angela Merkel, Nicolás Sarkozy, Christine Lagarde e Giorgio Napolitano de conspiração contra ele, forçando-o a demitir-se do governo, porque recusou aceitar um empréstimo do Fundo Monetário Internacional, alegando que estaria a vender o país ao FMI.

Durante os últimos anos, Berlusconi foi tentando o regresso ao ativo voltando a candidatar-se. Em 2019, concorreu ao Parlamento Europeu, tendo sido eleito. No entanto, foi um dos deputados com maior taxa de absência devido a vários problemas de saúde, como a covid-19.

Nas eleições de 2022, em que Georgia Meloni foi eleita primeira-ministra, Silvio Berlusconi fez parte da coligação de direita que levou Meloni ao poder, numa aliança entre os Irmãos de Itália (de Meloni), o Força Itália (de Berlusconi) e a Liga, de Matteo Salvini.

Apesar da coligação entre direitas, Meloni sempre mostrou desagrado pela figura de Vladimir Putin, sentimento que não é partilhado por Silvio Berlusconi.
O amigo Vladimir Putin
Apesar de mostrar um grande fascínio pelo modo de vida americano, Silvio Berlusconi criou, nas suas relações diplomáticas, uma verdadeira amizade com um dos homens mais odiados do momento.

Apesar da empatia imediata com George W. Bush, Vladimir Putin tornou-se ao longo dos anos um amigo próximo do antigo primeiro-ministro italiano, com muitas visitas do presidente russo à mansão do magnata milanês e outras tantas visitas de Berlusconi às luxuosas datchas de Vladimir Putin.

Os elogios vêm de parte a parte. “Vladimir é exatamente o oposto da imagem retratada pelos média ocidentais. É uma pessoa realmente sensível, um homem de sentimentos profundos, que respeita os outros. É muito afável, é um homem com uma sensibilidade delicada”, explicou Berluconi na sua biografia My Way.

A relação de amizade começou em 2000 e Berlusconi tentou sempre ser um intermediador ativo nas relações entre Putin e Bush. Com uma admiração recíproca, a relação tornou-se tão próxima que as filhas de Putin iam passar férias à Sardenha e Berlusconi por muitas vezes visitou o seu amigo na Rússia.

Putin nunca escondeu a boa relação que teve com Berlusconi, relação essa que também se reflete no crescimento das relações económicas entre Rússia e Itália.

No entanto, as declarações mais polémicas acontecem a partir de 2014. Berlusconi sempre defendeu a posição do Kremlin após a anexação da Crimeia, com o antigo primeiro-ministro a declarar não estar de acordo com o ponto de vista da Europa e da NATO.

Aliás, Silvio Berlusconi foi dos poucos líderes europeus e claramente a favor da aliança atlântica a defender a decisão de Vladimir Putin em invadir a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, deixando várias críticas a Zelensky.

“Operação Especial”, foi assim que foi chamada, segundo a qual as tropas russas devem entrar e numa semana chegar a Kiev, substituir o governo de Zelensky por um governo de pessoas de bem e passado uma semana voltar atrás”, declarou Berlusconi na televisão italiana.
Participação no ‘Calcio’ italiano
Em 1986, já com um império construído, Silvio Berlusconi decidiu avançar para a compra do AC Milan. O antigo político italiano sempre mostrou uma grande afetividade pelo clube milanês, indo ver vários jogos a San Siro com o pai enquanto criança.

“O verdadeiro significado do Milan para mim é que o Milan me lembra a minha infância e lembra-me o meu pai. O meu pai e eu falávamos do Milan quase todas as noites, quando ele chegava a casa do trabalho”, revela Berlusconi a Alan Friedman, no livro My Way.

Apesar dos maus resultados que a equipa ia apresentando, Berlusconi revelou que logo que teve a oportunidade comprou o clube. O acordo para a compra da Associazione Calcio Milan aconteceu no dia 20 de fevereiro de 1986 e os anos seguintes mostraram um Milan capaz de dominar a Europa do futebol.

Para isso foi necessário gastar milhões de euros. A primeira grande aposta de Berlusconi foi buscar Arrigo Sacchi para o banco. Com o mítico técnico no clube foi possível concretizar as contratações de grandes estrelas como Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard, o trio maravilha dos Países Baixos.

Outras grandes lendas se formaram no conjunto milanês: Paolo Maldini, Franco Baresi, Alessandro Nesta, Alessandro Costacurta, Roberto Donadoni, Kaká, Andrea Pirlo, Gennaro Gattuso, Rui Costa ou Andriy Shevchenko.

No banco de suplentes, depois de Sacchi, seguiram-se Fabio Capello e Carlo Ancelotti e com estes três treinadores italianos, o AC Milan ganhou inúmeros títulos, sendo um dos clubes mais titulados no mundo. As contas são inequívocas: com Berlusconi, o AC Milan conquistou oito ligas italianas, uma Taça de Itália, cinco Supertaças de Itália, cinco Ligas dos Campeões, cinco Supertaças Europeias, uma Taça Intercontinental e um Mundial de Clubes.

A partir de 2011, a equipa decresceu em qualidade e começou a ficar de fora dos grandes palcos. Até que em 2017, Silvio Berlusconi vendeu o clube a um consórcio chinês, por 740 milhões de euros.

Em 2018 deu-se a compra do AC Monza, clube da Lombardia. Na altura, o clube militava na Serie C de Itália, e Berlusconi adquiriu o clube por apenas três milhões de euros. Desde essa altura, o clube da cidade que recebe um dos prémios de Fórmula 1, subiu à Serie B e com o investimento do antigo primeiro-ministro conseguiu a subida à Série A em 2022.
Escândalos atrás de escândalos
Depois da entrada praticamente triunfante e a queda trágica em poucos meses na política italiana, Silvio Berlusconi viu-se envolvido numa teia de acusações de tribunais milaneses, que começara com a operação “Mãos Limpas” e arrasou o “establishment” politico italiano colocando em causa a idoneidade da classe política em Itália.

Depois da queda do governo de Berlusconi e do afastamento do mesmo por parte do presidente Scalfaro, o magnata dos meios de comunicação e a sua equipa foram alvos de mais de 27 detenções, sendo que o seu irmão Paolo foi acusado de suborno.

Berlusconi entrou numa guerra com o sistema judicial acusando-o de ser de esquerda e plantar notícias nos meios de comunicação antes de saber das intimações e acusações, deixando no ar a suspeita de estas notícias o levaram à derrota em 1996 nas eleições para primeiro-ministro.

Em outubro de 1995, Berlusconi foi formalmente acusado pelos procuradores de Milão de suborno e corrupção a cinco inspetores das Finanças. Pouco depois, Berlusconi começou a ser formalmente investigado por transferir fundos da Fininvest para Bettino Craxi, antigo primeiro-ministro de Itália.

Em 2013, o Tribunal Constitucional confirmou aquela que é a única condenação a Silvio Berlusconi: fraude fiscal, no chamado caso “Mediaset”. Cumpriu um ano de serviço comunitário quando se viu envolvido no escândalo das famosas festas “Bunga Bunga” e do caso “Ruby”.

Silvio Berlusconi foi acusado de manter relações sexuais com a marroquina Karima El Marough (Ruby), quando a mulher ainda não tinha completado os 18 anos. O antigo primeiro-ministro foi ainda acusado de abuso de poder, por utilizar a sua posição política, para libertar a jovem quando foi detida por roubo.

Em 2014, o Supremo Tribunal italiano absolveu Silvio Berlusconi das acusações, chegando à conclusão que na altura, o antigo primeiro-ministro não tinha como saber a idade da jovem, que era menor de idade.
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