Simões Pereira considera declarações do PR "afronta ao povo guineense"

por Lusa

O líder da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) -- Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, afirmou hoje que as declarações do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que admitiu recusar nomeá-lo primeiro-ministro são uma "afronta ao povo guineense".

"É importante que todo o mundo compreenda que não é uma afronta ao Domingos Simões Pereira, à Plataforma da Aliança Inclusiva, nem às alianças que se possam estabelecer, é uma afronta ao povo guineense, porque essa afirmação só pode significar uma coisa, que o Presidente está a afirmar que não está disposto a aceitar e respeitar a escolha livre do povo guineense", afirmou Simões Pereira.

O também líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) falava no final da assinatura de um acordo de coligação com um grupo de 18 partidos políticos, que não se candidataram às legislativas de 04 de junho.

"Então compete ao povo guineense responder ao Presidente da República e eu conto que é o que vai acontecer no dia 04 de junho. Quando o povo soberanamente afirmar a sua escolha, Deus vai dar-nos saúde para estarmos aqui todos a testemunhar quem é que vai impedir o povo guineense de fazer a escolha livre e transversal no dia 04 de junho", disse Domingos Simões Pereira.

O líder da PAI--Terra Ranka disse também que o chefe de Estado devia ser o primeiro a compreender que a "partir do início da campanha eleitoral, os órgãos não envolvidos na campanha eleitoral devem retirar-se do debate político".

"Cada intervenção do Presidente da República nesta fase é uma oportunidade que perde de honrar a sua própria assinatura da fixação da data de 04 de junho para as eleições legislativas. A nossa Constituição convoca para eleições legislativas os partidos políticos, não convoca outros órgãos de soberania", afirmou.

"O Presidente da República devia manter-se equidistante, neutral, respeitador das normas constitucionais, porque esse é o pressuposto para que todos o possam aceitar também como primeiro magistrado da Nação e não é o que está a acontecer", disse Simões Pereira.

O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que não irá nomear Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro, em caso de vitória da coligação PAI--Terra Ranka nas eleições legislativas de 04 de junho, nem o vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins.

Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram a 13 de maio a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas de 04 de junho da Guiné-Bissau, depois de o parlamento guineense ter sido dissolvido em 18 de maio de 2022.

A campanha eleitoral na Guiné-Bissau vai decorrer até 02 de junho.

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