Setenta por cento das florestas tropicais, entre 2013 e 2019, foram ilegalmente desmatadas para abrir espaço para a pecuária e plantações de feijão e soja. O corte ilegal de madeira é responsável pela perda de 4,5 milhões de hectares de floresta - o equivalente a um país como a Dinamarca - todos os anos. O desaparecimento destas florestas acontece a passo acelerado na América Latina, Sudeste da Ásia e África, revela um relatório publicado hoje pela Organização de Conservação da Natureza Forest Trends, de Washington.
O cultivo de óleo de palma na Indonésia e a produção de soja e carne no Brasil foram dos principais motores do desmatamento ilegal. Mas não só. Também o cacau das Honduras e África Ocidental, usado para fazer chocolate, e o milho da Argentina estão a deitar abaixo milhões de árvores.
Na Indonésia, cerca de 81% das florestas foram ilegalmente desmatadas para produzir óleo de palma.
Diz este relatório que nos países produtores de soja, como o Brasil, cerca de 93% da terra foi ilegamente convertida para cultivo. Tal como foi ilegal o desmatamento para plantações de cacau - 93% - e para carne bovina - 81%.
O estudo reflete uma realidade que está ainda muito presente em várias regiões do globo. O desmatamento ilegal que é realizado por madeireiros e empresas que não conseguem obter licenças de proprietários de terras ou realizar avaliações de impacto ambiental.
É também importante referir que cerca de um terço dos produtos cultivados nas zonas desmatadas são exportados para os EUA, a China e Europa.
Ou seja, um dos problemas desta realidade está também no consumo e na procura destes produtos que é constante e cada vez maior.
Ou seja, um dos problemas desta realidade está também no consumo e na procura destes produtos que é constante e cada vez maior.