O conselho de liderança dos taliban juntou-se no domingo para preparar a mudança no topo da guerrilha extremista. O líder, mullah Akhtar Mansour, foi provavelmente morto no Paquistão por um drone dos Estados Unidos.
A morte ainda não foi confirmada pela guerrilha, mas o facto de os talibãs estarem à procura de um novo líder consubstancia que a operação em território paquistanês teve o desfecho pretendido pelas forças norte-americanas. A Casa Branca dá a morte de Mansour como certa.
Os taliban têm sido, de resto, um dos grupos terroristas mais resistentes à presença norte-americana no Afeganistão.
O Governo afegão, liderado por Ashraf Ghani, já deu a morte de Mansour como certa, mas Washington recusa-se a confirmar a execução do número um taliban.
Alguns nomes já foram avançados para a sucessão do grupo. O primeiro a surgir foi o de Sirajuddin Haqqani, um guerrilheiro que já teve uma oferta de captura em seu nome, de mais de cinco milhões de dólares, e é visto como um dos mais perigosos senhores da guerra na estrutura taliban.
A grupo equaciona também o nome de mullah Mohammad Yaqoob, o filho mais velho do fundador dos taliban, <i>mullah</i> Omar.
Paquistão reclama soberania
Com os ataques perpetrados no Paquistão, com a autorização de Barack Obama, os Estados Unidos demonstraram que querem acabar com as bases do movimento islamita naquele país.
No entanto, o Paquistão repudiou a ação norte-americana no seu território, acusando os Estados Unidos de não terem avisado que iriam ser realizados ataques. Nawaz Sharif, primeiro-ministro paquistanês, disse que esta ação militar configura “uma clara violação da soberania do Paquistão”.
Já John Kerry, secretário de Estado norte-americano, confirmou quer o ataque, quer o respetivo alvo: Mansour. Para Kerry, Mansour era uma “ameaça contínua e iminente” para Estados Unidos e Afeganistão.
O Governo afegão, de Ashraf Ghani, cortou relações com os taliban e tem dado prioridade a ataques militares contra o grupo. No entanto, com a presumível morte de Mansour, Ghani adiantou que esta pode ser uma nova porta de oportunidade para regressar a negociações de paz.