Taliban preparam sucessão na liderança

por Inês Geraldo - RTP
Reuters

O conselho de liderança dos taliban juntou-se no domingo para preparar a mudança no topo da guerrilha extremista. O líder, mullah Akhtar Mansour, foi provavelmente morto no Paquistão por um drone dos Estados Unidos.

O ataque foi um dos maiores perpetrados pelos Estados Unidos no Paquistão, depois da operação que levou à morte de Osama Bin Laden em 2011, e levou a protestos por parte da Islamabad, que se queixa de violação da soberania sobre os seus territórios.

A morte ainda não foi confirmada pela guerrilha, mas o facto de os talibãs estarem à procura de um novo líder consubstancia que a operação em território paquistanês teve o desfecho pretendido pelas forças norte-americanas. A Casa Branca dá a morte de Mansour como certa.

Os taliban têm sido, de resto, um dos grupos terroristas mais resistentes à presença norte-americana no Afeganistão.

O Governo afegão, liderado por Ashraf Ghani, já deu a morte de Mansour como certa, mas Washington recusa-se a confirmar a execução do número um taliban.

Alguns nomes já foram avançados para a sucessão do grupo. O primeiro a surgir foi o de Sirajuddin Haqqani, um guerrilheiro que já teve uma oferta de captura em seu nome, de mais de cinco milhões de dólares, e é visto como um dos mais perigosos senhores da guerra na estrutura taliban.

A grupo equaciona também o nome de mullah Mohammad Yaqoob, o filho mais velho do fundador dos taliban, <i>mullah</i> Omar.
Paquistão reclama soberania
Com os ataques perpetrados no Paquistão, com a autorização de Barack Obama, os Estados Unidos demonstraram que querem acabar com as bases do movimento islamita naquele país.

No entanto, o Paquistão repudiou a ação norte-americana no seu território, acusando os Estados Unidos de não terem avisado que iriam ser realizados ataques. Nawaz Sharif, primeiro-ministro paquistanês, disse que esta ação militar configura “uma clara violação da soberania do Paquistão”.

Já John Kerry, secretário de Estado norte-americano, confirmou quer o ataque, quer o respetivo alvo: Mansour. Para Kerry, Mansour era uma “ameaça contínua e iminente” para Estados Unidos e Afeganistão.

O Governo afegão, de Ashraf Ghani, cortou relações com os taliban e tem dado prioridade a ataques militares contra o grupo. No entanto, com a presumível morte de Mansour, Ghani adiantou que esta pode ser uma nova porta de oportunidade para regressar a negociações de paz.
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