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Reportagem

Conflito a leste. A evolução ao minuto do conflito entre Rússia e Ucrânia

por RTP

Thibault Camus - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre o quadro de tensão em crescendo entre a Rússia, a Ucrânia e o Ocidente.

Mais atualizações


23h55 - Imagens satélite mostram nova concentração de tropas na Bielorrússia

Mais de 100 veículos militares e dezenas de tendas para tropas foram recentemente estacionados no sul da Bielorrússia, mostram imagens satélite captadas pela empresa privada norte-americana Maxar Technologies, a qual tem estado a seguir o acumular de tropas russas há várias semanas.

É impossivel verificar de forma independente a veracidade das alegações da Maxar.

A empresa sublinha que, além do reforço bielorrusso foi acrescentado um hospital a um contingente militar na Rússia ocidental perto da fronteira com a Ucrânia.

23h30 - Canadá impõe "uma série de sanções" económicas à Rússia

O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau anunciou esta terça-feira uma "série de sanções" económicas contra a Rússia, "até que a integridade territorial da ucrânia seja restabelecida".

Os canadianos vão ser assim proibidos de efetuar transações financeiras com os territórios separatistas pró-russos de Lugansk e de Donetsk. O Canadá vai ainda impor sanções aos deputados russos da Duma que votaram a favor da "decisão ilegal de reconhecer estes territórios" e "proibir aos canadianos a compra de dívida russa", declarou Trudeau, em conferência de imprensa.

22h52 - Intenções "bélicas" da Rússia na Venezuela condenadas pela oposição

A oposição venezuelana condenou hoje as alegadas intenções russas de usar a Venezuela com fins bélicos para pressionar os Estados Unidos, e manifestou apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"Condenamos as pretensões da Rússia de usar o território venezuelano com fins bélicos, tal como já denunciamos", disse o líder opositor Juan Guaidó.

O político falava durante uma reunião com deputados opositores eleitos em 2015, durante a qual sublinhou que "o papel da oposição no conflito, continua a ser o de recuperar a democracia na Venezuela, distanciando-nos das pretensões de invasão da Ucrânia pela Rússia".

22h31 - EUA asseguram assistência económica e de segurança

Os Estados Unidos vão continuar a prestar "assistência" à Ucrânia em questões económicas e de segurança, após o reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas repúblicas em território ucraniano, assegurou hoje o presidente norte-americano, Joe Biden.

Após uma receção ao ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, a Casa Branca afirmou em comunicado que Biden reafirmou perante o ministro Dmitro Kuleba o "compromisso dos Estados Unidos com a defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia".

No encontro, Joe Biden detalhou ao chefe da diplomacia ucraniana as sanções que Washington decidiu impor, na sequência do anúncio pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, do reconhecimento da independência dos territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass e da autorização pelo Senado russo do envio de tropas russas para o estrangeiro.

"[Joe Biden] Também afirmou que os Estados Unidos continuarão a fornecer assistência em segurança e apoio macroeconómico para ajudar a Ucrânia", pode ler-se na nota.

22h25 - Antony Blinken cancela reunião com MNE russo

O secretário de Estado dos Estados Unidos cancelou a reunião que tinha marcada para quinta-feira com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, argumentando que a “invasão russa da Ucrânia” já começou.

A informação foi avançada poucas horas depois de o presidente Joe Biden ter anunciado sanções à Rússia que deverão ter um impacto significativo.

As duas entidades financeiras sancionadas representam cerca de 80 mil milhões de dólares em bens e em financiamento do departamento militar russo.

O correspondente da RTP nos Estados Unidos, João Ricardo Vasconcelos, explica o que está em causa com estas sanções.

22h18 - Comunidade ucraniana em Portugal segue situação com preocupação

A comunidade ucraniana em Portugal segue na situação no seu país com preocupação. No entanto, quem nasceu em Donetsk e Lugansk e está a viver em Portugal olha com esperança para o futuro.

22h14 – Guterres condena Rússia e apela a cessar-fogo imediato

António Guterres voltou a sublinhar a “violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia” cometida pela Rússia e disse ser altura de voltar ao diálogo e às negociações”.

“Estou empenhado em que esta crise se resolva sem mais derramamento de sangue”, vincou esta noite o secretário-geral das Nações Unidas.

Segundo o responsável, a ação unilateral de Moscovo foi “entra diretamente em conflito com os princípios da carta das Nações Unidas”, sendo também “inconsistente com a chamada Declaração de Relações Amigáveis da ONU” e “um golpe fatal nos Acordos de Minsk”.

“Os princípios da carta das Nações Unidas não são um menu a la carte. Não podem ser aplicados de uma forma seletiva. Os Estados-membros aceitaram-nos e tem de os aplicar”, explicou Guterres.

Para o secretário-geral da ONU, “quando as tropas de um país entram no território de outro país sem o seu consentimento, não são forças de ‘manutenção de paz’ imparciais”, ao contrário do que diz a Rússia.

“Continuamos a apoiar o povo da Ucrânia através de operações humanitárias e de esforços de Direitos Humanos. Neste momento crítico, apelo a um cessar-fogo imediato e ao restabelecimento do Estado de Direito. Precisamos de contenção e de razão”, acrescentou.

21h57 - Empresas em Portugal "preocupadas" com relações comerciais

A situação de conflito que se vive entre a Rússia e a Ucrânia pode afetar as relações comerciais de Portugal com esta região do globo. São, ainda assim, dois países com pouca expressão no comércio externo português.

No caso da Ucrânia, as exportações portuguesas de bens e serviços rondaram em 2021 os 79 milhões de euros. As importações atingiram quase 297 milhões. Ou seja, Portugal teve um défice comercial com a Ucrânia de 217 milhões de euros no ano passado.

No entanto, a Ucrânia representou apenas 0,09 por cento das vendas de Portugal ao exterior.

Portugal exporta para a Ucrânia sobretudo Cortiça, Papel e Cartão, e Vinhos. O Milho lidera de longe as compras portuguesas à Ucrânia, à frente dos Óleos de Plantas e do Ferro e Aço.

No caso da Rússia, as exportações portuguesas rondaram os 270 milhões no ano passado. As importações ultrapassaram os 1.070 milhões de euros. Ou seja, Portugal teve um défice comercial com a Rússia de mais de 800 milhões de euros em 2021.

A Rússia representa apenas 0,3 por cento do total das vendas de Portugal ao exterior.

As principais exportações de Portugal para a Rússia são produtos agrícolas, Madeira e Cortiça e Máquinas e Aparelhos.

Portugal compra à Rússia sobretudo Combustíveis, Metais e Produtos Químicos. As empresas portuguesas que vendem para o mercado russo mostram-se preocupadas com a situação.

21h50 - G7 manifesta apoio "inabalável" à integridade territorial ucraniana

Os chefes da diplomacia das grandes potências do G7 manifestaram hoje o seu "apoio inabalável" à integridade territorial da Ucrânia, depois de Moscovo ter reconhecido a independência das regiões separatistas ucranianas, anunciou a ministra britânica dos Negócios Estrangeiros.

"Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 condenam veementemente a violação pela Rússia dos compromissos internacionais", escreveu no Twitter Liz Truss, após um telefonema com os seus colegas dos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão.

"O nosso apoio à integridade territorial da Ucrânia é inabalável", adiantou Truss.

21h40 - Kiev eleva defesa em pontos estratégicos espalhados pelo país

Até agora, não está "delineada a linha vermelha" que impulsionará o exército ucraniano a combater. Kiev mantém a postura de "resistir sem responder a provocações das tropas russas".

Como explica a correspondente da RTP em Kiev, é preciso perceber que "as tropas russas vão avançar para além das regiões separatistas ou não".

Se o exército russo entrar em território ucraniano, "aí o conflito pode subir de escalada".

Devido aos receios de uma invasão, a Guarda Nacional da Ucrânia está a elevar a defesa de alguns pontos estratégicos espalhados pelo país.

21h10 - Trump diz que se ainda fosse Presidente Putin "nunca" agiria da mesma forma

O ex-presidente norte-americano Donald Trump criticou hoje a gestão da crise na Ucrânia pelo seu sucessor Joe Biden, assegurando que o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, "nunca" agiria da mesma forma com a sua administração.

"Se gerida corretamente, não havia absolutamente nenhuma razão para que a situação se precipitasse na Ucrânia", disse o ex-presidente dos Estados Unidos da América em comunicado.

"Eu conheço Vladimir Putin muito bem, e ele nunca teria feito sob o Governo Trump o que ele está a fazer agora, de forma nenhuma!", acrescentou Trump.

O milionário republicano, que não descarta a possibilidade de voltar à corrida para a Casa Branca, também descreveu como "fracas" as sanções decretadas no momento pelo Governo de Biden.

"São insignificantes em comparação com a tomada de um país e terras estrategicamente localizadas", acusou o ex-líder.

"Não só Putin está a conseguir o que sempre quis, como está a ficar cada vez mais rico graças ao aumento do preço do petróleo e gás", acrescentou.

21h06 - Ucrânia receia que sanções do Ocidente não evitem invasão russa "que está em marcha"

Kiev considera que a invasão russa está em marcha e, segundo Cândida Pinto, a Ucrânia fico "dececionada" com as sanções aplicadas apenas às regiões separatistas e não à Rússia. Contudo, o presidente ucraniano não acredita que as sanções do Ocidente agora evitem a invasão.

21h03 - Um militar morto e seis feridos em ataque de separatistas

Um militar ucraniano morreu e outros seis ficaram feridos na sequência de ataques de separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, revelou hoje fonte do Exército, num momento em que aumentam as tensões naquela região.

"Um soldado morreu" na região de Lugansk, adiantou à agência France Presse (AFP) o porta-voz militar do Exército ucraniano, Pavlo Kovalchuk, sem especificar onde é que os outros soldados foram feridos.

Após vários dias de escalada do conflito entre forças ucranianas e os separatistas pró-russos, as autoridades da Ucrânia referiram que hoje o dia foi de relativa calma.

A equipa de reportagem da AFP testemunhou disparos contínuos de mísseis em várias áreas de Lugansk.

21h00 - Corte de financiamento externo à Rússia só terá impacto a longo prazo

Evgueni Mouravitch considera que o corte do financiamento externo levará à queda do rublo e levará ao aumento da inflação, entre outras consequências. No entanto, a narrativa oficial será a de tal se tratar de "inimigos do Kremlin".

O correspondente da RTP em Moscovo explicou que o corte de financiamento no exterior apenas terá impacto a longo prazo na economia russa, uma vez que quem compra a dívida russa são investidores americanos.

20h55 - Ucrânia mobiliza militares da reserva e avisa que “não vai ceder território”

O presidente ucraniano acaba de anunciar a mobilização de militares da reserva por um “período especial”, mas descartou uma mobilização total, apesar de a Rússia ter já tropas estacionadas nos territórios separatistas.

Volodymyr Zelenskiy disse ainda continuar em busca de soluções diplomáticas para a saída desta crise, mas deixou claro que a Ucrânia “não vai ceder território” à Rússia.

Em declarações ao país após uma reunião no Parlamento, o chefe de Estado ucraniano anunciou também um “programa de patriotismo económico” que inclui o incentivo à produção local e a redução de impostos sobre a gasolina.

20h48 - Kiev admite cortar relações diplomáticas com Moscovo

A Ucrânia admite cortar relações diplomáticas com Moscovo. A NATO avisou que a Rússia está a preparar um ataque em larga escala à Ucrânia.

20h35 - Países da União Europeia dão aval final a sanções à Rússia

Os embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia deram hoje o aval final à lista de sanções europeias à Rússia, após o reconhecimento russo de territórios separatistas no leste ucraniano, anunciou a presidência francesa do Conselho.

"Acordo no COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia] sobre as propostas legais de sanções apresentadas pelo Alto Representante e pela Comissão Europeia", informou a presidência francesa do Conselho da UE, numa publicação na rede social Twitter.

De acordo com a presidência francesa, as "verificações técnicas e legais" serão agora feitas durante a noite, estando prevista para quarta-feira de manhã a "adoção formal e publicação no Jornal Oficial da UE durante esse dia".

"As sanções têm aplicação imediata após a publicação no Jornal Oficial da UE", conclui a presidência francesa do Conselho.

Horas antes, o chefe da diplomacia da União Europeia anunciou a aprovação, por unanimidade entre os 27 Estados-membros, de um pacote de sanções à Rússia, visando "atingir, e muito" as autoridades russas.

20h00 – Grande arma de Putin “é a sua imprevisibilidade”

A Rússia já tem as suas tropas dentro do território ucraniano, mas há ainda muitas dúvidas sobre os próximos movimentos.

“A grande arma de Putin é a sua imprevisibilidade”, relata, em Kiev, a enviada especial da RTP, Cândida Pinto.

Até ao momento, os militares ucranianos continuam parados para evitarem uma nova escalada de tensões.

19h51 – Amorim Cork e Nestlé Portugal entre as exportadoras para Moscovo e Kiev

As empresas portuguesas Amorim Cork e Nestlé Portugal integram a lista das principais exportadoras para os mercados da Rússia e Ucrânia, de acordo com dados disponibilizados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Na lista das principais empresas portuguesas exportadoras para a Rússia, além da Amorim Cork e Nestlé Portugal, constam ainda a BLB - Indústrias Metalúrgicas, a Bosch Termotecnologia, CTH Porto - Indústria Alimentar e a Italagro - Indústria de Transformação de Produtos Alimentares.

A Sedacor - Sociedade Exportadora de Artigos de Cortiça, Simoldes Aços, a Sogrape Vinhos e a Unicor 2 - Produtos de Cortiça compõem a lista.

Já para a Ucrânia, além também da Amorim Cork, Nestlé Portugal, BLB - Indústrias Metalúrgicas e Bosch Termotecnologia, constam ainda a Massimo Zanetti Beverage Ibéria, Novares Portugal e OLI - Sistemas Sanitários.

19h47 - Conselho Permanente da OSCE reitera apoio a Kiev

O Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) reiterou hoje o apoio a Kiev, durante uma reunião de representantes em Viena, após Moscovo reconhecer as autoproclamadas "repúblicas" separatistas.

A Polónia, que atualmente ocupa a presidência rotativa do Conselho Permanente da organização, "manifestou a sua solidariedade" com Kiev, durante esta reunião extraordinária dedicada a discutir a "integridade e soberania territorial" da Ucrânia.

A vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, que participou por videoconferência, lamentou "que o embaixador russo tenha criticado a Ucrânia por todas as medidas que ele mesmo não tomou, no âmbito dos acordos de Minsk".

"Lembro a este Conselho que a Rússia nunca cumpriu uma única das suas obrigações sob os acordos de Minsk", criticou Sherman, que reiterou que o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou já uma ordem executiva "impondo sanções" contra Moscovo.

19h39 – Biden: EUA julgarão Rússia “pelas suas ações, não pelas suas palavras”

O presidente dos Estados Unidos considera que, com a decisão de ontem, Vladimir Putin “tentou reescrever a História”, atacando diretamente “o direito da Ucrânia a existir”, ameaçando com guerra caso “as suas exigências extremas não sejam cumpridas”.

“Não há dúvidas de que a Rússia é o agressor. São bem claros os desafios que enfrentamos. Ainda assim, ainda há tempo para evitar o pior cenário, que traria sofrimento a milhares de pessoas que teriam de se deslocar”.

“Os EUA estão abertos à diplomacia, se esta for séria. Estamos preparados e julgaremos a Rússia pelas suas ações, e não pelas suas palavras”, acrescentou Joe Biden.

19h33 – Joe Biden anuncia sanções à Rússia e envia mais forças norte-americanas à Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos acaba de anunciar a “primeira fase de sanções contra a Rússia, em respostas às ações de ontem”, sendo que estas sanções serão agravadas consoante o comportamento de Moscovo.

“Temos quatro sanções de bloqueio em duas grandes instituições financeiras: o VEB e o Banco Militar”, anunciou Joe Biden. “Cortamos ao Governo russo a possibilidade de ter acesso a financiamento do Ocidente. Também não poderá comercializar a sua nova dívida nos mercados europeus nem americanos”.

“A começar já amanhã ou no dia seguinte, iremos impor sanções sobre os membros dos familiares da elite russa, que irão sofrer também”, acrescentou.

Entretanto, os EUA continuarão a dar “assistência defensiva à Ucrânia e a dar segurança aos aliados da NATO”.

Joe Biden diz ainda ter autorizado mais forças norte-americanas para a região ucraniana que estão já estacionadas na Europa. “Que fique claro: são movimentos defensivos da nossa parte, não tencionamos combater com a Rússia”, frisou.

19h08 – Envio de tropas russas para o Donbass depende da situação no terreno, diz Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que o envio de tropas russas para a região do Donbass, no leste da Ucrânia, dependerá da situação no terreno, onde os confrontos "continuam" e tendem a agravar-se.

Numa conferência de imprensa em que também pediu o reconhecimento internacional da soberania da Rússia sobre a Crimeia, península ucraniana que Moscovo anexou em 2014, Putin disse que tudo dependerá do desenvolvimento dos acontecimentos e da "situação no terreno".

O presidente russo, que falava depois de autorizado pelo Senado a enviar tropas russas para fora do país, afirmou que os combates na zona de conflito "continuam" e tendem a agravar-se.

"Não disse que as tropas vão para lá agora, já a seguir", disse o líder russo aos jornalistas, acrescentando que neste momento é "impossível" prever o que vai acontecer e tudo dependerá da "situação concreta no terreno".

O líder russo insistiu que Moscovo reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk devido à recusa de Kiev em cumprir os acordos de Minsk sobre a resolução pacífica do conflito na região.

"Os acordos de Minsk morreram muito antes do reconhecimento das repúblicas de Donbass", disse Putin, afirmando que "os acordos deixaram de existir".

19h05 – Rússia estabelece relações diplomáticas com separatistas na Ucrânia, anuncia Kremlin

A Rússia estabeleceu hoje oficialmente relações diplomáticas com os territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região ucraniana de Donbass.

Moscovo e as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, que não são reconhecidas pela comunidade internacional, concordaram com o "estabelecimento de relações diplomáticas", referiu em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Após ter reconhecido na segunda-feira como independentes os territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, Moscovo esclareceu hoje que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as "repúblicas" proclamaram esse estatuto em 2014, o que inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.

Além de ter assinado os decretos relativos ao reconhecimento de Lugansk e de Donetsk, Putin anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de "manutenção da paz"

18h43 – Von der Leyen promete que UE vai dificultar ao máximo vida ao Kremlin

A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o pacote de sanções contra a Rússia adotado pelos 27 e prometeu que a União Europeia (UE) vai "tornar tão difícil quanto possível para o Kremlin a prossecução das suas políticas agressivas".

Numa declaração em Bruxelas, Ursula von der Leyen advertiu que "se a Rússia continuar a agravar esta crise que criou", a UE está pronta a tomar rapidamente "novas medidas em resposta".

Relativamente às sanções hoje aprovadas pelos 27, a representante considerou tratar-se de um "sólido pacote", com "uma série de medidas calibradas", que constituem "uma resposta clara às violações do direito internacional por parte do Kremlin (Presidência russa)".

"As sanções visam diretamente os indivíduos e empresas envolvidos nestas ações. Visam os bancos que financiam o aparelho militar russo e contribuem para a desestabilização da Ucrânia. Estamos também a proibir o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE - tal como fizemos após a anexação ilegal da Crimeia em 2014. E, finalmente, estamos a limitar a capacidade do Governo russo de angariar capital nos mercados financeiros da UE", apontou.

"Vamos tornar tão difícil quanto possível para o Kremlin a prossecução das suas políticas agressivas", declarou a presidente do executivo comunitário, que voltou a acusar a Rússia de estar a "desrespeitar as suas obrigações internacionais e a violar princípios fundamentais do direito internacional".

E prosseguiu: "A Rússia fabricou esta crise e é responsável pela atual escalada. Vamos agora finalizar rapidamente o pacote de sanções. E iremos coordenar estreitamente com os nossos parceiros, como temos feito até agora".

18h25 – Kiev pede ao Ocidente mais armas e garantias de adesão à UE

A Ucrânia instou hoje os seus aliados ocidentais a fornecerem-lhe mais armas e a darem-lhe garantias de uma futura adesão à União Europeia (UE) para a apoiarem contra a Rússia.

"Esta manhã enviei à ministra dos Negócios Estrangeiros britânica uma carta a pedir mais armas defensivas para a Ucrânia", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, numa conferência de imprensa na embaixada em Washington, precisando que vai endereçar um pedido semelhante aos seus interlocutores norte-americanos.

"Vamos mobilizar o mundo inteiro para obter tudo aquilo de que necessitamos para reforçar a nossa capacidade de defesa", acrescentou.

O chefe da diplomacia ucraniana indicou igualmente ter "apelado à União Europeia para pôr de lado toda a hesitação, todas as reticências e todo o ceticismo que existam nas capitais europeias e a fazer à Ucrânia a promessa da sua futura adesão".

Embora saudando a "forte" decisão de Berlim de suspender a certificação do gasoduto russo-alemão Nord Stream 2 após o reconhecimento por Moscovo da independência dos territórios separatistas da Ucrânia, Kuleba pediu ainda "mais sanções fortes" para pesarem sobre a Rússia.

"O cálculo de [Presidente da República russo, Vladimir] Putin era que a sua decisão não teria consequências. E, na ausência de punição, o apetite pela agressão torna-se mais forte", sustentou.

18h16 – Augusto Santos Silva diz que “se Rússia persistir” vai enfrentar mais sanções

No final da reunião entre Estados-membros dos 27 em Bruxelas, o ministro português dos Negócios Estrangeiros disse à RTP ter sido fácil chegar a acordo sobre as sanções contra a Rússia. “Houve um consenso generalizado”, afirmou Augusto Santos Silva.

“Estamos perante um comportamento gravíssimo da parte da Rússia”, pelo que “a resposta só podia ser esta”, frisou.

O ministro explicou que este foi apenas o primeiro pacote de sanções, que dá resposta aos atos praticados pela Rússia na segunda-feira. “Estas sanções são já poderosas”, disse, adiantando que “vamos interditar qualquer financiamento a partir do espaço europeu do Estado russo, incluindo do Banco Central Russo”.

“Mas, se a Rússia persistir neste comportamento agressivo, hostil, tão claramente violador das regras mais básicas da ordem internacional, naturalmente teremos que responder com mais sanções”, avançou.

Augusto Santos Silva não quis esconder “a enorme preocupação que esta situação suscita”, porque inclusivamente “já há declarações oficiais da Rússia que põem em causa a própria independência da Ucrânia”.

“Estamos num nível de desrespeito, de hostilidade, absolutamente inacreditável e inaceitável”, continuou o responsável. “Hoje é um dia de responder com firmeza à Rússia”.

17h51 – Boris Johnson falou com Emmanuel Macron

O primeiro-ministro britânico conversou com o presidente francês esta tarde sobre os acontecimentos m na Ucrânia.

“O primeiro-ministro atualizou o presidente Macron sobre as novas sanções britânicas contra a Rússia. Os dois líderes concordaram que precisam de continuar a trabalhar em conjunto para sancionar indivíduos e entidades russas que financiam a abordagem agressiva do presidente Putin”, refere Downing Street em comunicado.

Boris Johnson disse ainda que as ações do presidente Putin são uma violação grosseira do direito internacional e que, ao enviar forças para o leste da Ucrânia, rasgou os acordos de Budapeste e Minsk.

“As ações da Rússia não só ameaçam a soberania da Ucrânia, como são um ataque flagrante à liberdade e à democracia”, concordaram os líderes.

“Ambos concordaram em manter contato próximo e falar novamente nos próximos dias”.

17h45 – Moscovo anuncia retirada de diplomatas russos da Ucrânia

O Governo russo acaba de anunciar que vai retirar da Ucrânia o seu pessoal diplomático.

"Para proteção da vida e da segurança [dos diplomatas russos], o Governo russo tomou a decisão de retirar o pessoal das suas missões estrangeiras na Ucrânia, que será aplicada no mais breve prazo possível", declarou o MNE russo em comunicado.

17h42 - Alemanha reforça tropas na Lituânia e Hungria mobiliza-se na fronteira ucraniana

A Alemanha anunciou hoje a intenção de aumentar o contingente de soldados destacados numa base da NATO na Lituânia, no mesmo dia em que a Hungria comunicou a mobilização de unidades militares nas zonas fronteiriças com a Ucrânia.

A ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, declarou a sua determinação em aumentar o número de efetivos "por terra, mar e ar", durante uma visita de trabalho à Lituânia.

O aumento, que não foi quantificado, junta-se a outro anunciado há semanas por Lambrecht e que consiste em 350 soldados adicionais às 350 tropas que a Alemanha já tem no país báltico e que participam numa missão de vigilância aérea.

17h33 – Parlamento russo aprova pedido de Putin para enviar tropas para estrangeiro

A câmara alta do Parlamento russo aprovou hoje o pedido do presidente para envio de militares russos para o estrangeiro, após Vladimir Putin se ter comprometido com assistência militar aos separatistas pró-russos na Ucrânia.

Após um debate de urgência, o senado aprovou este pedido por unanimidade dos 153 membros.

O presidente russo tinha horas antes pedido autorização para usar forças militares fora do país, uma medida que torna formal um destacamento militar russo para as regiões rebeldes e que pode permitir um ataque mais amplo à Ucrânia.

17h24 – União Europeia aprova pacote de sanções contra a Rússia

Os 27 Estados-membros da União Europeia chegaram esta terça-feira a acordo quanto a um pacote de sanções, aprovado por unanimidade, para “afetar a Rússia”.

Josep Borrell, alto responsável da UE para a Política Externa e Segurança, anunciou que a decisão foi tomada “em coordenação estreita com os parceiros Estados Unidos, Reino Unido e Canadá”.

O pacote de sanções vai aplicar-se aos “351 membros da Duma [câmara baixa da Assembleia Federal russa] que aprovaram esta violação da integridade territorial da Ucrânia”.

Aplicar-se-á também a 27 indivíduos e entidades com “papel ameaçador para a independência da Ucrânia”, anunciou Borrell.

“Mas as sanções são apenas parte da nossa resposta. Os esforços diplomáticos vão continuar”, acrescentou o responsável, avançando ainda que a UE vai enviar uma missão à Ucrânia após um pedido de ajuda da mesma.

No que toca às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos, especificou Josep Borrell.

Segue-se agora uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final do pacote de sanções, ainda hoje.

17h11 - NATO espera ataque russo em larga escala e prepara forças militares

A NATO espera um ataque em larga escala da Rússia na Ucrânia e colocou a sua força de reação rápida em alerta para defender os países aliados, anunciou hoje o secretário-geral da Aliança.

"Tudo sugere que a Rússia está a planear um ataque maciço na Ucrânia", depois de enviar tropas para os territórios separatistas pró-russos de Donbass, no leste do país, disse Jens Stoltenberg após uma reunião extraordinária da comissão NATO-Ucrânia, na sede da Aliança, em Bruxelas.

16h56 - Condenação quase unânime a Moscovo e pedidos de sanções severas

Mais de uma dezena de países europeus condenou hoje como uma grave violação de soberania o reconhecimento pela Rússia da independência de territórios separatistas do Leste da Ucrânia, que "vai aumentar drasticamente as tensões" na Europa, diz a NATO.

As vozes dissonantes vieram do Irão, que considera que foram "as ações provocatórias da NATO, apoiadas pelos Estados Unidos, que complicaram a situação na região", e da Síria, que disse hoje ter a intenção de fortalecer os laços com as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que o reconhecimento pela Rússia da independência destas duas autoproclamadas repúblicas separatistas "é uma violação deliberada do direito internacional e dos acordos de Minsk, que aumenta drasticamente as tensões na Europa", numa mensagem no Twitter.

A Polónia e outros países vizinhos da Ucrânia, além de condenarem o ato de Moscovo, pedem sanções severas. O ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, defende "sanções sérias, não simbólicas" contra Moscovo, porque só assim será evitado o "regresso do império soviético".

No mesmo sentido pronunciou-se a Lituânia, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, que foi uma das vozes mais críticas das manobras russas, pedindo unidade da ação europeia.

"A Rússia considera que não estamos unidos, que não lhes aplicaremos sanções. Vamos mostrar-lhe que estamos e que podemos afetá-la pelo que está a fazer", disse Landsbergis, cujo país está na linha da frente das tensões russas como um dos antigos membros da URSS.

A Eslováquia considera "inaceitável" o reconhecimento por Moscovo da independência das províncias separatistas ucranianas, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Ivan Korcok, em comunicado.

O primeiro-ministro da Eslovénia, Janez Jansa, condenou o "ato ilegal" de Putin e propôs que a União Europeia convide a Ucrânia a aderir ao bloco comunitário como membro efetivo.

16h54 - MNE’s da UE preparam pacote forte de sanções à Rússia

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se esta tarde, em Paris, para analisar as sanções que foram desenhadas pelos embaixadores juntos da UE.

As sanções vão precisar de aprovação por unanimidade, para isso, poderá ser convocada uma reunião oficial para amanhã, quarta-feira, em Bruxelas, como conta a correspondente da Antena 1, Andrea Neves.

16h38 - EUA aplaudem bloqueio de gasoduto russo pela Alemanha

Os Estados Unidos aplaudiram hoje a decisão da Alemanha de bloquear a certificação do gasoduto Nord Stream 2 e garantiram novas sanções contra Moscovo, após o reconhecimento da Rússia dos territórios separatistas no leste da Ucrânia.

A Casa Branca começou também hoje a referir-se ao destacamento de tropas russas no leste da Ucrânia como uma "invasão", depois de inicialmente ter hesitado em usar o termo - uma `linha vermelha` que o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que resultaria na imposição de sanções severas a Moscovo.

Reagindo às sanções indicadas por Berlim, incluindo o bloqueio do gasoduto Nord Stream 2 -- que transportaria gás desde a Rússia até à Alemanha - a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, escreveu na rede social Twitter que se trata de um sinal positivo de sintonia entre os Estados Unidos e os aliados europeus, no combate às atitudes de Moscovo na Ucrânia.

"Estivemos em conversas estreitas com a Alemanha esta manhã e saudamos o seu anúncio. Continuaremos com as nossas próprias medidas hoje", disse Psaki.

16h25 - NATO anuncia reunião de emergência com Kiev ainda hoje

A NATO anunciou uma reunião de emergência dos embaixadores dos 30 países membros com o representante da Ucrânia, ainda hoje, na sequência do reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas repúblicas do Donbass.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, vai dar uma conferência de imprensa, na sede da organização, em Bruxelas, após esta reunião extraordinária da comissão NATO-Ucrânia, onde serão discutidos os próximos passos na procura de resolução da crise.

16h23 - Países exportadores de gás afirmam que é difícil aumentar muito os volumes

Os presidentes, primeiros-ministros ou ministros dos 11 países membros do Fórum dos Países Exportadores de Gás (FPEG) reuniram-se em Doha, numa altura em que a crise entre Moscovo e os países ocidentais sobre a Ucrânia contribui para um aumento dos preços no setor, onde pairam também as ameaças da Rússia quanto ao fornecimento.

Durante a cimeira, o ministro da Energia russo, Nikolai Shulginov, garantiu que Moscovo está empenhado "em cumprir os contratos existentes", sem fazer qualquer comentário sobre a situação do seu país e sobre a crise nas relações com os países ocidentais.

"Agradecemos os esforços de todos os membros (do FPEG) que trabalharam arduamente para garantir um fornecimento credível e fiável de gás natural ao mercado mundial e para preservar a estabilidade desses mercados", declarou o emir do Qatar, Tamim ben Hamad Al-Thani, aos participantes na reunião.

O ministro da Energia do Qatar, Saad al-Kaabi, afirmou, por seu lado, que o Qatar, um dos principais exportadores de gás, assegurou à Europa a sua ajuda em caso de dificuldades no fornecimento, precisando, no entanto, que seria limitado aos volumes disponíveis, uma vez que os produtores estão vinculados a "contratos de longo prazo".

"Os volumes que podem ser redirecionados (para outros clientes) representam cerca de 10 a 15%", apontou. A "Rússia representa 30 a 40% dos fornecimentos à Europa" e "substituir rapidamente esse tipo de volume é quase impossível", acrescentou.

16h02 - Rússia diz que por agora não pretende deslocar tropas para Donetsk e Lugansk

A Rússia não prevê por agora deslocar tropas para as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, apesar de ter assinado um tratado de assistência mútua com os dois territórios pró-russos, declarou hoje um responsável russo.

“Não vamos especular. De momento, não estamos a planear enviar nada para lado nenhum”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Rudenko, à agência de notícias russa Interfax, quando questionado sobre o envio de uma possível ajuda militar para Donetsk e Lugansk.

Rudenko assinalou que a Rússia pode recorrer ao envio de tropas, com base no tratado de assistência mútua ratificado hoje pelas partes, caso surja uma ameaça contra Donetsk e Lugansk.

"Se houver uma ameaça, é claro que forneceremos assistência de acordo com o tratado que foi ratificado”, declarou Rudenko.

Os textos dos acordos bilaterais entre Moscovo e as duas repúblicas separatistas também implicam a proteção conjunta das suas fronteiras com a Rússia e a possibilidade de uso de bases militares e de infraestruturas militares.

15h22 - Kremlin espera que atraso no Nord Stream 2 seja temporário

O Kremlin lamentou esta terça-feira a suspensão da Alemanha da certificação do projeto de gasoduto Nord Stream 2 do Mar Báltico. O projeto tem em vista duplicar o fluxo de gás russo que vai diretamente para a Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, espera que a suspensão da certificação, em resposta às movimentações recentes de Moscovo, seja temporária.

15h12 - Pressão sobre a economia europeia

Paolo Gentiloni, comissário europeu da Economia, considera que o novo contexto de conflito no leste da Ucrânia pressiona "fortemente" o crescimento económico da União Europeia.

"A incerteza permanece à nossa volta e a violação do direito internacional através do reconhecimento russo de dois territórios separatistas na Ucrânia irá aumentar fortemente esta incerteza", disse o responsável.

O comissário europeu apontou que, nas previsões macroeconómicas intercalares de inverno, houve uma revisão "em baixa para este ano e para cima relativamente a 2023" do crescimento económico da UE.

"O PIB na UE deverá agora aumentar 4% em 2022 e 2,8% em 2023", assinalou Paolo Gentiloni, admitindo porém que estas estimativas foram feitas antes do aumento das tensões geopolíticas no que toca à ofensiva russa na Ucrânia.

15h03 - Russos e ucranianos residentes em Portugal estão preocupados

As comunidades russa e ucraniana em Portugal estão preocupadas com as movimentações de Vladimir Putin. Sentem que estão todos "no mesmo barco" e que a guerra está próxima.
14h55 - Rússia coloca em cima da mesa a questão das fronteiras das regiões separatistas

Um dia depois de reconhecer as regiões separatistas no leste da Ucrânia, Moscovo indicou através da agência Interfax que a questão das fronteiras terá de ser resolvida no futuro.

Também esta terça-feira, um líder separatista apoiado pela Rússia referia que o Kremlin reconhece formalmente as regiões separatistas tendo em conta as fronteiras mais amplas da região de Donetsk, ainda que grande parte desta mesma região continue a ser controlada por forças ucranianas.

14h44 - MNE português acusa Rússia de ato "ilegítimo e ilegal" e reafirma apoio à Ucrânia

À entrada para a reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, em Paris, Augusto Santos Silva reforçou a solidariedade do governo português com a Ucrânia e condenou as ações da federação russa.
14h35 - Alemanha diz estar pronta para enviar mais tropas para a Lituânia

A Alemanha está "pronta" para enviar mais tropas para a Lituânia no contexto da crise na Ucrânia, disse a ministra federal da Defesa, Christine Lambrecht, nesta terça-feira, durante uma visita ao país báltico.

"Estamos a contar com uma solução diplomática para a crise russa. Mas isso requer uma dissuasão militar confiável", acrescentou a ministra, referindo-se à força de resposta da NATO na base militar de Rukla, liderada pela Alemanha.

Recentemente, devido à situação de tensão com a Rússia, a Alemanha decidiu aumentar o contingente na Lituânia de 550 para cerca de 900 soldados. 

14h31 - Explosões em Donetsk

A agência Reuters avança esta tarde que foram ouvidas seis explosões no centro da cidade de Donetsk, controlada pelos separatistas pró-russos.

A origem das explosões não é evidente, mas uma fonte diplomática disse à Reuters que os bombardeamentos foram retomados na linha de contato entre os militares ucranianos e as forças separatistas no leste da Ucrânia.

14h12 - Onde estão as forças da NATO na Europa?

A Aliança Atlântica está no centro da crise atual no leste da Ucrânia, com Moscovo a exigir garantias, ao longo dos últimos meses, de que Kiev nunca faria parte da organização. Mas afinal, como se posicionam as forças da NATO em relação ao território russo?
13h40 - Reino Unido diz que é "inconcebível" que a Rússia receba final da Liga dos Campeões

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, considera que a Rússia não deveria ter permissão para acolher a final da Liga dos Campeões desta época depois de ter reconhecido as regiões separatistas no leste da Ucrânia.

A final está marcada para maio na cidade de São Petersburgo.

"Acho inconcebível que grandes torneios internacionais de futebol possam ocorrer na Rússia após a invasão de um país soberano", afirmou Boris Johnson.

13h36 - Hungria vai enviar militares para a fronteira com a Ucrânia

A Hungria anunciou esta terça-feira que vai enviar algumas tropas para a zona de fronteira com a Ucrânia. O objetivo é preparar uma missão humanitária mas também defender as fronteiras do país.

"A segurança da Hungria é o mais importante, estamos a reforçar a fronteira Ucrânia-Hungria", confirmou o Ministério da Defesa na página oficial do governo no Facebook.

13h17 - Que regiões estão em causa?

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ontem que o país passaria a reconhecer duas regiões separatistas do leste da Ucrânia: Donetsk e Luhansk ficam na região leste da Ucrânia e estão situadas numa zona estratégica. 

Donetsk e Lugansk são as duas regiões que se autoproclamaram repúblicas independentes da Ucrânia em 2014.

Divididas entre o governo de Kiev e os pró-russos, fazem parte da província de Donbass, na fronteira leste com a Rússia, que é a região com mais populosa na Ucrânia.

12h53 - Reino Unido aplica sanções a cinco bancos russos e a três oligarcas

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou esta terça-feira que o Reino Unido irá sancionar cinco bancos russos e três indivíduos com altos patrimónios líquidos, incluindo o empresário bilionário Gennady Timchenko, depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido duas regiões separatistas do leste da Ucrânia.

"Hoje, o Reino Unido irá sancionar os seguintes cinco bancos russos: Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e Black Sea Bank, e estamos também a sancionar três indivíduos com património líquido muito alto", anunciou Johnson no Parlamento britânico.

Boris Johnson afirmou que é hora de o mundo se preparar para as próximas etapas possíveis do plano do presidente russo, Vladimir Putin, para a Ucrânia, depois de Moscovo ter enviado forças russas para as duas regiões separatistas no leste do país.

"A Câmara não deve ter dúvidas de que o desdobramento dessas forças no território soberano ucraniano representa uma nova invasão daquele país", disse Johnon à Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico.

"Devemos agora preparar-nos para as próximas etapas possíveis do plano de Putin: a subversão violenta de áreas do leste da Ucrânia por agentes russos e seus mercenários, seguida de uma ofensiva geral pelos quase 200.000 soldados russos reunidos nas fronteiras, no auge da prontidão para atacar", afirmou Johnson.

12h46 - Sanções europeias serão anunciadas ainda esta terça-feira

Numa declaração na rede social Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que "um primeiro pacote de sanções [contra a Rússia] será formalmente apresentado hoje".


"A agressividade da Rússia contra a Ucrânia é ilegal e inaceitável. A União [Europeia] continua unida no apoio pela soberania e integridade territorial ucranianas", escreve von der Leyen.

À agência Lusa, fontes europeias indicaram que o "primeiro pacote de medidas restritivas foi apresentado hoje em COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia]", abrangendo uma "lista de 27 entidades", bem como "nomes de membros da Duma", a câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia (parlamento), num total de cerca de 350.

As mesmas fontes especificaram que, no que toca às sanções financeiras, "a Comissão Europeia irá propor restrições às relações económicas da União Europeia (UE) com as duas regiões" separatistas, de Donetsk e Lugansk, estando ainda previsto o "congelamento de bens de dois bancos privados russos".

Estas sanções ainda terão de ser aprovadas pelos Estados-membros. Hoje à tarde, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão analisar, numa reunião informal marcada de urgência em Paris, a imposição destas sanções à Rússia.

Para o final do dia, está ainda marcada uma nova reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE (COREPER II), para o aval final a este pacote de sanções.

12h28 - Ucrânia saúda decisão da Alemanha sobre o Nord Stream 2

Dmytro Kuleba, ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, disse esta terça-feira que a decisão de suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2 é um passo "moralmente e politicamente correto" nas circunstâncias atuais.

"A verdadeira liderança significa decisões difíceis em tempos difíceis. A decisão da Alemanha comprova isso mesmo", afirmou o MNE ucraniano.

12h23 - Marcelo diz que passo dado pela Rússia "fala por si"

"A situação fala por si, o passo que foi dado fala por si, e a reação também falou por si, ao apontar, por um lado, o que havia de violação clara dos Acordos de Minsk e, por outro lado, de questionar a integridade territorial da Ucrânia", disse o Presidente português numa declaração aos jornalistas a partir de Haia, Países Baixos.

Questionado sobre a reação da União Europeia e a posição de Portugal relativamente a sanções dirigidas a Moscovo, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a "antecipar aquilo que são decisões a serem tomadas e cenários subsequentes a essas decisões", afirmando ser necessário "esperar pelas deliberações europeias".

12h15 - Fornecimento de gás à Alemanha não está em causa mas preços podem subir, diz o ministro alemão da Economia

Robert Habeck, vice-chanceler e ministro alemão da Economia, garantiu esta terça-feira que o fornecimento de gás natural está assegurado mesmo sem o Nord Stream 2.

O novo gasoduto teria capacidade para duplicar a quantidade de gás russo que chega à Alemanha.

O governante alemão alertou, no entanto, que os preços do gás são "outra questão", o que indica uma possível subida abrupta dos preços no curto prazo.

12h07 - Comissão Europeia diz que interrupção do Nord Stream 2 não vai afetar o fornecimento de energia à Europa

Em conferência de imprensa, um porta-voz da Comissão Europeia destacou esta terça-feira que o Nord Stream 2 "ainda não está a funcionar, não está a fornecer energia à Europa", e que por isso não há mudanças na situação atual.

11h46 - Amnistia Internacional apela à proteção da população civil

Em comunicado, a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, afirma que a proteção de civis na Ucrânia deve ser a "prioridade absoluta" de todas as partes envolvidas.

"Embora o potencial para um conflito total seja agora uma realidade devastadora, todos os esforços devem ser feitos para minimizar o sofrimento civil e dar prioridade a humanidade nesta crise. É uma obrigação legal de todas as partes", salientou. 

11h40 - Reações em Portugal. PSD condena decisão da Rússia

Em comunicado, os social-democratas consideram que se trata de "uma violação do direito internacional, dos acordos de Minsk e do princípio do respeito pela integridade territorial dos Estados".

"Nenhuma ordem internacional pode subsistir quando os Estados se sentem livres para colocar em causa a soberania de outros Estados e para alterar as fronteiras pela força", destaca a comissão permanente nacional do PSD.

11h10 - Alemanha suspende autorização do gasoduto Nord Stream 2

O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta terça-feira que a certificação do gasoduto Nord Stream 2 não pode prosseguir perante as recentes ações adotadas pela Rússia.

O controverso gasoduto faz a ligação da Rússia à Alemanha e foi construído para levar o gás russo até ao país europeu.

"À luz dos desenvolvimentos mais recentes, devemos reavaliar a situação em particular em relação ao Nord Stream 2", afirmou Scholz.

11h01 - Kremlin diz estar "aberto" à diplomacia

O Kremlin disse esta terça-feira que continua disponível para a diplomacia com o Ocidente. "A Rússia continua aberta a contatos diplomáticos em todos os níveis, o lado russo tem interesse nisso", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizando que "os contatos no mais alto nível, mesmo os de emergência, devem ser bem preparados".

10h56 - Kiev planeia corte de relações com Moscovo

O correspondente da RTP em Moscovo, Evgueni Mouravitch, conta que ambas as câmaras do Parlamento russo estão reunidas em sessões plenárias para aprovar os acordos de Vladimir Putin sobre as repúblicas separatistas.

O presidente ucraniano prevê o corte completo de relações diplomáticas com a Rússia e, no plano económico, Moscovo já está a sofrer as consequências da decisão de reconhecer as repúblicas separatistas.

Na capital russa, o sentimento dos cidadãos é de frustração e cansaço em relação à crise com a Ucrânia.

O correspondente da RTP lembra ainda o exemplo do reconhecimento russo, em 2008, da Ossétia do Sul, região que faz parte da Geórgia.

10h52 - Lavrov questiona o direito da Ucrânia à soberania

O MNE russo questionou esta terça-feira o direito da Ucrânia à soberania, considerando que o Governo de Kiev não representa as partes constituintes do país.

Sergei Lavrov acusa a Ucrânia de não respeitar a lei internacional desde 2014, quando o presidente pró-russo foi derrubado por Kiev e substituído por um líder pró-ocidente, o que levou à anexação da Crimeia e ao início da guerra nas regiões a leste.

"Acho que ninguém pode afirmar que o regime ucraniano, desde o golpe de estado de 2014, representa todas as pessoas que vivem no território do estado ucraniano", afirmou o chefe da diplomacia russa.

10h37 - Sanções a repúblicas separatistas são vistas como "anedota" em Kiev

A enviada especial da RTP a Kiev, Cândida Pinto, conta qual é o clima vivido esta terça-feira na capital da Ucrânia. No pais, as sanções anunciadas para as repúblicas separatistas estão a ser desconsideradas, já que se tratam de zonas economicamente deprimidas e que têm estado em conflito ao longo dos últimos oito anos.

Os ucranianos querem ver sanções mais fortes, imediatamente aplicadas a Moscovo e a Putin e exigem, por exemplo, o cancelamento do gasoduto Nord Stream 2.
10h22 - Erdogan condena reconhecimento de regiões separatistas

O presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou que o reconhecimento das duas regiões separatistas da Ucrânia é "inaceitável" e pediu a todas as partes que respeitem as leis internacionais.

A Turquia é membro da NATO e vizinha marítima da Ucrânia e da Rússia através do Mar Negro, mantendo alguma proximidade diplomática com ambos os países. Erdogan já se disponibilizou para mediar o conflito, mas hoje alertou para o perigo de invasão russa e criticou a forma como o Ocidente lidou com a crise.

"Vemos esta decisão da Rússia como inaceitável. Repetimos nosso apelo por bom senso e respeito ao direito internacional por todos os lados", afirmou o presidente turco.

9h59 - Sanções são previsíveis, diz o MNE russo

Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, afirmou que as sanções impostas pelo Ocidente seriam impostas "com ou sem um motivo".

"Os nossos colegas europeus, norte-americanos e britânicos não vão parar, não se vão acalmar, até que se tenham esgotado todas as suas possibilidades de punir a Rússia. Eles já nos estão a ameaçar com todo o tipo de sanções e agora até falam na 'mãe de todas as sanções'. Bom, estamos acostumados. Sabemos que as sanções serão impostas de qualquer maneira e em qualquer caso, com ou sem um motivo", refere o responsável, citado pela Reuters.

9h54 - A questão do gás russo

Numa carta enviada a uma conferência sobre energia em Doha, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que Moscovo vai continuar a fornecer gás natural aos mercados mundiais apesar da crise.

9h48 - "Mais um passo para a restauração da União Soviética"

A decisão da Rússia em reconhecer duas regiões separatistas no leste da Ucrânia significa que o Kremlin está a dar "mais um passo" na restauração da União Soviética, disse o ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, nesta terça-feira.

"O Kremlin deu mais um passo na direção da restauração da União Soviética. Com um novo Pacto de Varsóvia e um novo Muro de Berlim", aponta o governante em comunicado.

9h43 - O impacto da crise a leste nas exportações e na economia

O reconhecimento russo da independência de regiões separatistas da Ucrânia está a desencadear um conjunto de sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia. Mas o contrário também pode verificar-se, o que poderia significar o fim das exportações de carne e petróleo do mercado russo, que servem os interesses mundiais.

Cortes bilaterais que já se fazem sentir e vão causar fortes impactos nos mercados financeiros. Pedro Sousa Carvalho, comentador de Economia da Antena 1, alerta para as consequências de uma escalada do conflito na economia real. Exemplo disso são já as bolsas europeias a registarem quedas diárias.

Com o adensar da crise, o barril de petróleo poderá chegar aos 150 dólares, o que terá fortes implicações nos preços finais ao consumidor e no sector dos transportes. O caso do gás natural pode ser ainda mais grave, uma vez que 35 por cento das importações da Europa vêm da Rússia.

No entanto, Pedro Sousa Carvalho recorda que os russos nunca fecharam por completo a torneira para a Europa, nem durante a Guerra Fria.

9h39 - República Checa diz-se preparada para cortes no fornecimento de energia e fluxo de refugiados

Em declarações no Parlamento, o primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, disse esta terça-feira que o país está preparado para vários cenários, incluindo a potencial interrupção de fornecimento de energia por parte da Rússia e a chegada de refugiados vindos da Ucrânia.

9h25 - "Este é sem dúvida um dos dias mais negros da história da Europa"

Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, considerou que o dia de hoje é "sem dúvida um dos dias mais negros da história da Europa". Em declarações a partir do fórum Indo-Pacífico da União Europeia, em Paris, o responsável acusa a Rússia de um "flagrante ato de desrespeito pelo estado de Direito e pelo Direito Internacional".

"A Rússia já não consegue dominar e por isso opta por perturbar. A nossa reação a este comportamento irá determinar não apenas a segurança da Europa, mas também a segurança global nos próximos anos", referiu Timmermans.

9h09 - "Putin é um autocrata"

Em declarações à RTP, Nunes Barata, ex-embaixador de Portugal em Moscovo, considera que Vladimir Putin "é um autocrata". "Os autocratas gostam pouco de negociar, são mais favoráveis à criação de crises para ver se dessas crises conseguem tirar alguma vantagem", acrescenta.

8h47 - Os principais momentos da reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas

O Conselho de Segurança das Nações Unidas esteve reunido esta madrugada de emergência a pedido da Ucrânia. Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas condena a Rússia e afirma que a decisão de reconhecer a independência das regiões separatistas da Ucrânia é um recuo a um tempo anterior à ONU.
A China apelou a uma solução pacífica e defendeu uma resolução diplomática do conflito. Zhang Jun, embaixador de Pequim na ONU, afirma que "todos os países devem resolver as disputas internacionais através de meios pacíficos"
Já o Reino Unido acusa a Rússia de desprezo total pela lei internacional. "Ao procurar redesenhar fronteiras à força, as ações da Rússia mostram um desprezo descarado pelo direito internacional", afirmou Barbara Woodward, embaixadora britânica junto da organização.
Do lado da França, o embaixador Nicolas de Rivière apelou a Moscovo para interromper todas as ações que ameacem a vida das populações e outros atos de destabilização. "A França continuará a mobilizar-se no apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia nas suas fronteiras, internacionalmente reconhecidas", acrescentou.
Nesta reunião de emergência, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, afirmou que a atual configuração das fronteiras da Ucrânia é para manter. Considerou ainda que "todos os membros das Nações Unidas estão sob ataque".

"Estamos na nossa terra, não temos medo de nada nem de ninguém. Não devemos nada a ninguém e não daremos nada a ninguém", completou.
Já o embaixador da Rússia nas Nações Unidas diz que Moscovo está disponível para uma solução diplomática, mas sublinha que o país se limitou a reconhecer duas zonas que não queriam fazer parte da Ucrânia.

Vasily Nebenzya aponta culpas aos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos: "Para além de criarem pânico sem fundamento ao longo das últimas semanas à volta da alegada invasão russa da Ucrânia, os nossos colegas ocidentais têm enchido o país de armas de forma desenvergonhada".

8h43 - UE não classifica entrada de tropas russas na Ucrânia como invasão

"As tropas russas entraram em Donbass. Consideramos Donbass como parte da Ucrânia. Não diria que é uma invasão completa, mas as tropas russas estão em solo ucraniano”, afirmou o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Joseph Borrell.


8h39 - "Não tenho medo". Presidente da Ucrânia acusa Rússia de nunca ter procurado a paz

Volodymyr Zelensky afirmou estar em contacto com os seus aliados europeus, de quem espera um apoio "claro" e "eficaz", e com as Nações Unidas.

Prometeu ainda fazer tudo para conseguir uma resolução calma que respeite as partes. Num recado a Moscovo, acrescentou que a Ucrânia "já não é a mesma de 2014", quando perdeu a Península da Crimeia.

"Estamos em nossa casa e não devemos nada a ninguém nem vamos entregar nada a ninguém", afirmou o Presidente, depois de acusar a Rússia de violar a soberania ucraniana.

"Não tenho medo de nada nem de ninguém", sublinhou Volodymyr Zelenskyi.

8h34 - Festejos em Donetsk acolhem reconhecimento russo da independência

Na região de Donetsk, a população reagiu com festejos ao reconhecimento da soberania das duas regiões separatistas da Ucrânia. Fogo de artifício, buzinas e muitos cânticos marcaram a noite em Donetsk, no leste da Ucrânia, com bandeiras da Rússia muitos comemoraram nas ruas a decisão de Vladimir Putin.
8h16 – A invasão da Ucrânia começou, diz o Reino Unido

O ministro britânico da Saúde, Sajid Javid, afirma que a invasão da Ucrânia já começou e que Vladimir Putin decidiu atacar a soberania do país.

“Estamos a acordar para um dia muito sombrio na Europa e fica claro, pelo que já vimos e descobrimos hoje, que os russos e o presidente Putin decidiram atacar a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial”, referiu o governante, citado pela Reuters.

Em declarações à televisão Sky News, Sajid Javid afirmou que a atual situação é tão preocupante para o mundo como a crise dos mísseis de Cuba, em 1962. Na altura, Estados Unidos e União Soviética estiveram à beira de uma guerra nuclear.

"Penso que é uma situação tão grave quanto essa", considerou. 

Acrescentou ainda que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deverá fazer um discurso no Parlamento sobre a Ucrânia, esta terça-feira.

“Vimos que ele [Putin] reconheceu essas regiões separatistas do leste da Ucrânia e pelos relatórios já podemos dizer que ele enviou tanques e tropas. A partir destas informações, podemos concluir que a invasão da Ucrânia começou”, disse o ministro.

7h43 - Ponto de situação

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se esta madrugada, de emergência, a pedido da Ucrânia: uma rara reunião noturna pedida por Kiev e por vários países europeus, horas depois do Presidente russo ter reconhecido a independência de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusa a Rússia de romper com os acordos feitos entre os dois países e de ser a única responsável pela situação atual. Trata-se de duas regiões separatistas pró-russas que não querem fazer parte da Ucrânia. A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, está a ser encarada como o abrir de portas a uma invasão da Ucrânia em larga escala.

As próximas horas serão decisivas para perceber o que a Rússia quer concretizar.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, afirmou que as fronteiras do seu país não vão mudar. Por sua vez, o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, afirma estar disponível para uma solução diplomática. Mas alega que a Rússia apenas se limitou a reconhecer duas zonas que não queriam fazer parte da Ucrânia.
Sanções em marcha

O presidente norte-americano já avançou com sanções à Rússia. Joe Biden proibiu as trocas comerciais com as regiões de Donetsk e Lugansk, que a Rússia assumiu como independentes da Ucrânia.
O presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva que proíbe novos investimentos, comércio e financiamento de cidadãos ou empresas norte-americanas de e para as duas regiões ucranianas. E admite ainda avançar com mais sanções.

O presidente russo, Vladimir Putin, alega que, historicamente, a Ucrânia faz parte do império russo. E afirma que, no atual contexto, a Rússia se sente ameaçada.

A União Europeia poderá avançar ainda esta terça-feira com sanções à Rússia.

As reações europeias manifestaram-se de imediato, depois de o presidente russo ter assinado os decretos a reconhecer a independência das duas regiões lideradas por separatistas pró-russos.
A presidente da Comisão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a Rússia em nome de toda a União.
Forças russas no leste da Ucrânia
As tropas Russas já terão entrado no leste da Ucrânia.

De acordo com a agência Reuters, perto de uma dezena de carros de combate descaracterizados entraram em Donetsk, logo a seguir a decisão de Putin.
O presidente russo já terá também dado ordem ao Ministério da Defesa para enviar o que Moscovo descreve como "forças de manutenção da paz" russas para as duas regiões separatistas.
O que está em causa
No centro da tensão estão dois territórios: Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, zonas de fronteira com a Rússia.

Os dois territórios foram ocupados por rebeldes pró-Rússia, com o apoio e encorajamento até agora não assumido por Moscovo.
Esta situação abre caminho à entrada do exército russo na Ucrânia, porque agora Moscovo pode alegar que o exército avança a pedido desses teritórios aos quais reconheceu autonomia.

Neste momento, a Ucrânia está ameaçada a norte, a leste e a sul e quase cercada, o que colocou o país e o Ocidente em alerta.
A posição portuguesa
O primeiro-ministro português reagiu no Twitter.

"O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia", escreveu António Costa.

O primeiro-ministro acrescenta que o Governo "condena de forma veemente esta ação e manifesta total solidariedade para com a Ucrânia".
Também o presidente da República condenou a decisão do Kremlin. Marcelo Rebelo de Sousa garante que Portugal está a acompanhar a situação para salvaguardar os portugueses na Ucrânia e os ucranianos que vivem em Portugal.