Um juiz do Tribunal Distrital em Washington julgou improcedente o pedido da Administração Trump para que fosse travada a publicação de um livro de memórias de John Bolton. O livro assinada pelo ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca revela, por exemplo, que o 45.º Presidente dos Estados Unidos terá pedido ajuda ao Presidente chinês para vencer as eleições deste ano.
Foi entendimento do juiz Royce Lamberth que o ex-conselheiro de Donald Trump “jogou” com matérias de segurança nacional, olhando ao teor da obra, e “expôs o seu país a danos”. Ao mesmo tempo, porém, determinou que o Governo não conseguiu demonstrar que uma providência cautelar “pudesse prevenir danos irreparáveis”.
A obra do ex-conselheiro de Segurança Nacional deverá sair para as livrarias na próxima terça-feira. No livro, Bolton descreve um Presidente completamente dominado, no seu processo de decisão, pelo desejo de assegurar um segundo mandato na Casa Branca.
Muito do que está escrito no livro, sublinha a edição online da BBC, assenta em conversas à porta fechada, pelo que se trata de conteúdo de verificação impossível.
No Twitter, Donald Trump veio entretanto escrever que John Bolton pagará "um preço grande" pela publicação deste livro.
O que escreve John Bolton?....Bolton broke the law and has been called out and rebuked for so doing, with a really big price to pay. He likes dropping bombs on people, and killing them. Now he will have bombs dropped on him!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 20, 2020
Entre outras revelações, o ex-conselheiro escreve que o 45.º Presidente norte-americano procurou a ajuda do Presidente chinês, Xi Jinping, para ganhar votos na eleição presidencial deste ano, ao vincar “a importância dos agricultores e do aumento das compras chinesas de sementes de soja e trico para o desfecho eleitoral”.
Bolton revela também que Trump terá considerado correta a construção de campos de internamento para opositores políticos na região chinesa de Xinjiang.
O Presidente dos Estados Unidos estaria também disposto a intervir diretamente em investigações judiciais “para, com efeito, oferecer favores pessoais a ditadores de que gostasse”. No livro é citado, neste plano, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Trump, ainda segundo Bolton, desconheceria que o Reino Unido era uma potência nuclear e terá perguntado, um dia, a um assessor se a Finlândia pertencia à Rússia.
Outra das ideias que terá sido aventada pelo Presidente foi a de que invadir a Venezuela seria “fixe” e que este país da América do Sul era “verdadeiramente parte dos Estados Unidos”.
c/ agências
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