Terceiro bombardeamento atribuído a Israel em três dias atinge soldados sírios

por Carlos Santos Neves - RTP
Caça F-35 da Força Aérea israelita Amir Cohen - Reuters

Pelo menos dois combatentes pró-Irão morreram e cinco soldados sírios ficaram feridos, este domingo, em novo ataque aéreo que as autoridades de Damasco atribuem a Israel. Foi a terceira operação do género em três dias. Os mísseis do Estado hebraico terão atingido posições de forças do regime de Bashar al-Assad e de outros combatentes conotados com o regime iraniano.

“Hoje, cerca das 0h35 (2h35 em Lisboa), o inimigo israelita levou a cabo uma agressão aérea desde o nordeste de Beirute, visando posições na cidade de Homs e a sua província”, adiantou a agência estatal síria SANA, citando fonte do exército.

De acordo com a mesma fonte, as defesas antiaéreas sírias intercetaram vários mísseis nesta vaga de bombardeamentos.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, estrutura a operar em Londres, indica que morreram dois combatentes pró-iranianos e cinco soldados sírios.As explosões em Homs, no centro da Síria, foram seguidas de um incêndio, que deflagrou num centro de investigação.

“Um depósito de armas pertencente ao Hezbollah libanês, no aeroporto militar de Dabaa, no sector sudoeste de Homs, ficou destruído”, adiantou à agência France Presse Rami Abdel Rahman, diretor da mesma organização não-governamental.
Sete bombardeamentos no espaço de um mês
O raid da última noite é o terceiro a atingir alvos em território sírio no espaço de três dias. A região da capital, Damasco, foi atingida nas noites de 30 e 31 de março. Teerão afirma que dois oficiais dos Guardas Revolucionários, força da República Islâmica do Irão, morreram no ataque israelita da passada sexta-feira.

Nasser Kanani, porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, veio condenar a operação do dia 31, garantindo que “o sangue dos mártires de alta patente não será em vão”. Afirmou ainda que o regime dois ayatollahs “se reserva o direito de retaliar”, num “momento apropriado”.Dois soldados sírios ficaram feridos no bombardeamento de quinta-feira, segundo um balanço do Ministério da Defesa em Damasco.


O Observatório Sírio dos Direitos Humanos refere que Israel levou a cabo sete raids desde o início de março. Na última semana, foi também atingido, por duas vezes, o aeroporto de Alepo, no norte da Síria, região de importante influência iraniana.
“Debate interno” não diminui “determinação”
Este domingo, ao dar início à reunião semanal do seu Governo, o primeiro-ministro israelita quis deixar claro que o momento de tensão política e social interna – a contestação ao Executivo por causa do diploma da reforma judicial, entretanto suspenso - não terá impacto na capacidade bélica do Estado hebraico.

“O debate interno em Israel não fará recuar um iota a nossa determinação, a nossa força e a nossa capacidade de agira contra os nossos inimigos em todas as frentes, em todos os lugar e de cada vez que for necessário”, clamou Benjamin Netanyahu.

“Exigimos um preço pesado aos regimes que apoiam o terrorismo, para lá das fronteiras de Israel”, acrescentou o governante, sem confirmar se Israel está por trás dos últimos ataques na Síria.

c/ agências
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