A Nova Zelândia informou que irá demorar pelo menos um mês a ser reparado um cabo de comunicação submarino que liga ao resto do mundo as ilhas de Tonga, devastadas por uma erupção vulcânica e um tsunami.
Desde então que só foi possível entrar em contacto com Tonga através de telefones via satélite, a maioria detida por embaixadas estrangeiras na capital, Nuku'alofa.
Segundo a SubCom, a ligação sofreu duas ruturas, uma localizada a 37 quilómetros da costa e a outra num cabo local situado próximo do vulcão, o que dificulta a reparação.
Uma embarcação de reparação está atualmente a caminho da vizinha Papua Nova Guiné.
A Digicel, uma operadora móvel de Tonga, restaurou alguns serviços domésticos básicos de 2G, mas alertou que ainda pode demorar muito para retomar as chamadas internacionais.
A operadora Kacific, envolvida numa disputa contratual com o governo de Tonga, disse que ainda não teve contacto com o governo, revelou à AFP Christian Patouraux, diretor administrativo da Kacific.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em comunicado na terça-feira que o oficial de ligação, Yutaro Setoya, é responsável pela comunicação entre as agências da ONU e o governo local.
A Marinha de Tonga lançou uma operação para retirar cerca de 150 moradores das ilhas Mango e Fonoifua, duas das mais afetadas pela erupção e tsunami, para outras ilhas.
Reflexos do desastre natural
Pelo menos três pessoas perderam a vida em Mango, incluindo uma mulher de 65 anos, neste "desastre sem precedentes" na nação do Pacífico Sul, disse o governo.
A erupção do Hunga Tonga Hunga Ha`apai, que foi ouvida a centenas de quilómetros de distância e foi claramente vista do espaço, também fez com que o vulcão desaparecesse da superfície marítima.
A Nova Zelândia e a Austrália enviaram dois barcos com ajuda humanitária, que terão que cumprir os rígidos protocolos contra a pandemia em Tonga, um território onde até agora só foi relatado um caso de covid-19.
A pista do aeroporto da principal ilha do país está a ser limpa para permitir a chegada de voos com bens de emergência.
Um dos problemas mais graves apontados é a escassez de água potável, pois o desastre natural terá contaminado as reservas de água, seja devido à densa camada de cinzas que cobriu o território ou à invasão de água salgada.