Transmissão online da Eurovisão é hackeada com falso alerta de míssil

por RTP
Manifestação contra o branqueamento da "Nakba" pelo Festival da Eurovisão Mussa Qawasma, Reuters

A transmissão online em direto da primeira semifinal da Eurovisão em Israel foi alvo de hacking, mostrando falsas imagens de satélite, de um ataque de míssil e explosões na cidade de Tel Aviv.

Mensagens como “Israel NÃO é segura. Tu verás!” e “Risco de ataque de míssil, Por favor abriguem-se” apareceram no ecrã, na transmissão de terça à noite.

O chefe executivo do site de televisão Israelita KAN, Eldad Koblenz, afirma, segundo citação do diário israelita Jerusalem Post: “Em poucos minutos conseguimos assumir o controlo sobre este fenómeno”. Mas culpa o Hamas pela ação.

O movimento político e militar Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não fez qualquer comentário. Desde 2007, o Hamas tem iniciado vários ataques contra o exército Israelita, e, no último mês, lançou mais de 600 bombas e foguetes para Israel, ao passo que a força aérea Israelita bombardeou Gaza. A última batalha de três dias saldou-se em 23 mortes, e levou a um crescente receio de um conflito em grande escala antes do Festival da Eurovisão.

Desde a vitória da cantora Netta Barzilai no Festival de 2018, que um boicote pró-Palestina tem sido pedido, com vista a protestar contra as políticas israelitas na Palestina e isolar Israel internacionalmente.

A ocupação da Cisjordânia por parte do Governo israelita, o bloqueio de Gaza e a discriminação contra a minoria palestiniana têm levado a um crescente apelo a um boicote internacional contra a Eurovisão. Além disso, os Palestinianos comemoram a Nakba (“catástrofe”), quando mais de 700.000 pessoas foram expulsas ou forçadas a fugir das suas casas aquando da Guerra israelo-árabe de 1948.

A campanha "Boicote, Desinvestimento e Sanções" (BDS), o movimento para o boicote ao Estado de Israel, tem acusado o país de explorar o evento para branquear o seu tratamento de Palestinianos. O movimento pediu também a Madonna que cancelasse a sua atuação na final no dia 18 de maio. No entanto, segundo citação do diário israelita Haaretz, a cantora replicou que não deixaria de atuar para servir a agenda política de quem quer que fosse.

Os organizadores da Eurovisão deste ano têm mobilizado esforços no sentido de resistirem a possíveis perturbações do evento, não permitindo, por exemplo, a entrada de ativistas no país.

Mais manifestações estão programadas para quarta-feira, e a segunda semifinal realizar-se-á na próxima quinta-feira, no dia 16 de maio.
pub