Trump ameaça com direitos aduaneiros de 25%. UE garante reação "firme e imediata"

Após a ameaça de Donald Trump de impor tarifas aduaneiras de 25 por cento à União Europeia, alegando que o bloco de 27 países foi "formado para lixar os Estados Unidos", a Comissão Europeia responde ao presidente americano que a UE tem sido "uma dádiva de Deus" para os EUA e promete responder "firme e imediatamente" às novas taxas.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Johanna Geron - Reuters

"A União Europeia é o maior mercado de comércio livre do mundo", afirmou um porta-voz do executivo europeu num comunicado, divulgado esta quarta-feira. "E tem sido uma dádiva de Deus para os Estados Unidos", acrescenta, numa resposta a Donald Trump.

"Ao criar um mercado único vasto e integrado, a União Europeia facilitou o comércio, reduziu os custos para os exportadores norte-americanos e harmonizou as normas e regulamentações em 27 países", reiterou.
"Não uns contra os outros"

Apesar do apelo à colaboração conjunta entre os EUA e a UE para "preservar oportunidades para os nossos cidadãos e empresas. Não uns contra os outros", a Comissão avisou que reagiria "firme e imediatamente" a quaisquer novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA.

“A UE protegerá sempre as empresas, os trabalhadores e os consumidores europeus contra tarifas injustificadas”, garantiu.
"A UE foi concebida para lixar os EUA"

A reação surge horas depois do presidente americano, Donald Trump, ter voltado a ameaçar impor tarifas sobre os produtos importados da Europa "em geral": "Tomámos uma decisão e vamos anunciá-la muito em breve. Será de 25 por cento", afirmou, acrescentando que "isso será sobre os automóveis e todas as outras coisas", sem dar mais pormenores. 

“Adoro os países da Europa. Adoro todos estes países, a sério, todos diferentes. Mas a UE foi concebida para lixar os Estados Unidos" afirmou Trump, acusando a UE de criar barreiras injustas contra os americanos, seja através da IVA, de regulamentos ou de ações judiciais contra gigantes da tecnologia."Era esse o objetivo e eles conseguiram-no. Mas agora sou eu o presidente", acrescentou. 

Sobre a eventual retaliação comercial dos países europeus, o presidente americano considerou que a tentativa europeia não será bem sucedida: "Eles podem tentar retaliar, mas não vai funcionar (...) Tudo o que é preciso é que não compremos nada e, se isso acontecer, ganhamos".

c/agências


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