No aviso deixado esta noite a Kim Jong-un para que evite novas ameaças aos Estados Unidos, o Presidente Donald Trump prometeu lançar "uma guerra como nunca se viu" se o regime norte-coreano continuar a alimentar as ideias de um conflito bélico nuclear.
“É melhor para a Coreia do Norte que desista das ameaças aos Estados Unidos… Eles serão recebidos com fogo e fúria como o mundo nunca viu”, avisou o Presidente Trump à margem de um briefing sobre opiáceos em Nova Jersey, assinalando que o líder norte-coreano Kim Jong-un “tem manifestado uma atitude muito ameaçadora, para além do que são as declarações usuais”.
“Mas é como eu disse, [prosseguindo neste tom, os norte-coreanos] serão brindados com um poder de fogo e uma violência… um ataque como nunca antes se viu”, avisou Trump.
Não será alheio a este aviso o relatório tornado público esta tarde pelo Washington Post e no qual o jornal assinala a conclusão dos serviços de informações americanos de que o regime de Kim Jong-un poderá ter dado o passo que faltava para equipar os seus mísseis intercontinentais com capacidade nuclear.
De acordo com o Wapo, que cita um relatório classificado dos serviços de informações do Departamento da Defesa dos Estados Unidos, os cientistas norte-coreanos terão conseguido miniaturizar uma bomba nuclear para caber nas ogivas dos mísseis balísticos que vem testando nos últimos meses: “Os serviços de informações acreditam que a Coreia do Norte conseguiu produzir armas nucleares que podem ser incorporadas em mísseis balísticos, incluindo em mísseis balísticos intercontinentais ICBM”, refere o relatório citado pelo Washington Post.
Arsenal nuclear supera expetativas
Um outro relatório norte-americano citado pelo jornal, atribuía ao regime norte-coreano 60 bombas nucleares no seu arsenal. Número, refere o Wapo, visto por alguns peritos como conservador. Razões suficientes para que a Península Coreana seja olhada com outros olhos. Será pelo menos um desafio para a liderança do Presidente Donald Trump, que recentemente deixou a promessa de não permitir nunca que Pyongyang se tornasse numa ameaça nuclear para os Estados Unidos.
As opções de prevenção e resposta parecem assim ganhar outros contornos, deixando de passar em exclusivo por sanções negociadas com a China, ancestral aliado de Pyongyang, à mesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É o que fica entendido, quer das declarações desta terça-feira, quer das respostas deixadas no passado sábado pelo assessor de Trump para a Segurança nacional, H. R. McMaster, durante uma entrevista na MSNBC.
A perspetiva de uma Coreia do Norte com capacidade nuclear seria “intolerável para o Presidente”, sublinhou McMaster, inaugurando então a ideia de uma Administração com todas as opções em cima da mesa. “Temos de ponderar todas as opções... o que inclui uma opção militar”, avisou.