Trump denuncia "invasão" do FBI na casa na Florida

por RTP
Propriedade de Donald Trump, Mar-A-Lago, em Palm Beach na Florida Marco Bello - Reuters

O FBI executou um mandado de busca na mansão de Donald Trump em Palm Beach, na Florida. Os agentes federais procuram documentos presidenciais confidenciais que podem ter sido levados para a casa do antigo Presidente em Mar-a-Lago. Trump diz que o resort foi "invadido".

"A minha linda casa, Mar-A-Lago, em Palm Beach, Florida, está atualmente sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI" adiantou Donald Trump, antigo Presidente norte americano em comunicado na noite de segunda-feira.
Trump estava em Nova Iorque, na Trump Tower quando ocorreram as buscas. Ao confirmar a presença dos agentes federais referiu o incidente como "um ataque não anunciado" e alegou que "até arrombaram meu cofre", mas não esclareceu o que foi levado.

"Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, essa invasão não anunciada em minha casa não era necessária ou apropriada" acrescentou.
Registos oficiais em Mar-a-Lago
O mandado de busca foi executado às 18h00 (23h00 em Lisboa) e de acordo com o Guardian, está relacionado com uma investigação que envolve Trump e a remoção ilegal de documentos confidenciais da Casa Branca para Mar-A-Lago, depois de terminar funções como Presidente.

A busca começou na manhã de segunda-feira e os agentes dedicaram-se à área do clube onde estão os escritórios e aposentos pessoais de Trump. O New York Times avança que os agentes federais, ao vasculharem a casa removeram caixas de documentos confidenciais.
FBI durante as buscas em Mar-A-Lago | Marco Bello - Reuters

Estas buscas foram autorizadas por um juiz federal em West Palm Beach e levadas a cabo pelo FBI, uma vez que foi possivel estabelecer uma causa provável de que Trump mantinha ilegalmente registos oficiais da Casa Branca na residência na Florida. Ou seja, estava a ser cometido um crime.

Fonte próximas do Departamento de Justiça afirmam que em janeiro, enquanto a Administração Nacional de Arquivos e Registos (Nara) se preparava para transferir a documentação da Casa Branca de Trump para a comissão da Câmara que investigava a invasão do Capitólio a 6 de janeiro, descobriu que cerca de 15 caixas de materiais foram levadas indevidamente para Mar-a-Lago.

Trump atrasou a devolução de 15 caixas de material solicitadas por funcionários do Arquivo Nacional. Também era conhecido durante todo o seu mandato por rasgar documentos oficiais que deveriam ser mantidos para os arquivos presidenciais.

A própria presença de registos do governo no resort é o crime em potencial, de acordo com ex-funcionários do FBI que falaram com o Guardian sob condição de anonimato.

Para o ex-procurador-geral interino dos EUA, Matthew Whitake, a busca de hoje torna provável que Trump seja alvo de uma investigação criminal do departamento de justiça e sugeriu que o advogado deveria aconselhar Trump sobre uma possível prisão.

Nem o FBI, nem o Departamento de Justiça comentaram as buscas. A Casa Branca afirma não ter sabido da operação do FBI, previamente.
Republlicanos indignados
Quem se manifestou indignado com o ocorrido foram os republicanos aliados de Trump. Afirmaram que a busca demonstrava que o Departamento de Justiça estava motivado politicamente numa caça às bruxas. O líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, destacou que a operação foi uma evidência de "politização armada" do Departamento de Justiça.

Para Trump, "tal ataque só poderia ocorrer em países descontrolados do Terceiro Mundo".

A operação de busca à propriedade Mar-a-Lago ocorre numa altura em que o antigo presidente pondera uma terceira candidatura à Casa Branca.

Várias sondagens feitas sobre a intenção de voto, mostraram que, embora Trump tenha mantido a primazia no partido, um número significativo de republicanos afirmam que não o defendem numa ação de vingança contra o presidente Biden.

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