Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, falaram ao telefone na terça-feira e concordaram em agir em conjunto para vencer o Estado Islâmico, especificamente nas cidades sírias de al-Bab e em Raqqa, a capital designada do grupo extremista, afirmaram fontes da Presidência turca.
Erdogan apelou ainda Trump para que não apoie as milícias curdas da Síria, as YPG, que considera igualmente terroristas e uma extensão dos grupos separatistas curdos na Turquia.
A conversa entre os líderes "foi positiva e decorreu num quadro de bom ambiente", referiram as fontes. Ancara ja referiu que espera "mudanças" com o novo inquilino em Washington.
Um comunicado da Casa Branca refere apenas que Trump afirmou a Erdogan que ambos os países "partilham o compromisso de combater o terrorismo sob todas as formas", aplaudindo a contribuição turca na luta contra o Estado Islâmico.
Visita de Pompeo
O exército turco e os grupos armados que apoia na Síria têm estado a combater o grupo Estado Islâmico na cidade de al-Bab, a noreste da cidade de Alepo e a alguns quilómetros da fronteira entre os dois países. Ancara afirma que nesta madrugada assumiu o controle de colinas sobranceiras a al-Bab e que matou nos combates 58 militantes do Estado Islâmico. A cidade está completamente cercada há três dias.
A Turquia queixava-se da falta de apoio de Obama nesta luta.
Os gabinetes de ambos os líderes afirmaram que Trump reiterou o apoio americano à Turquia como "um aliado estratégico e da NATO", durante o telefonema de terça-feira.
De acordo com Ancara, em consequência do telefonema ficou agendada para a próxima quinta-feira uma visita à Turquia do novo diretor da CIA, Mike Pompeo.
A visita irá abordar, entre outras questões, o problema de Fettulah Güllen, que o Governo turco responsabiliza por uma alegada tentativa de golpe de Estado no verão passado.
O golpe reforçou o poder central de Erdogan e desencadeou uma longa série de purgas em todos os sectores da sociedade turca, desde o exército aos media e ao poder judicial.
Fettulah, um clérigo ex-aliado de Erdogan, vive exilado desde 1999 na Pensilvânia, nos Estados Unidos, operando, segundo Ancara, uma rede terrorista e de oposição ao Governo. Barack Obama sempre recusou extraditá-lo. Obama apoiou igualmente as milícias YPG, irritando Ancara.
A tensão abalou a cooperação turco-americana no âmbito da NATO, que permite aos Estados Unidos usar, como apoio às operações na Síria, a base aérea turca de Inçirlik, na província de Adana.
Washington não confirmou de imediato a visita de Pompeo à Turquia.
Tópicos
Recep Tayyip Erdogan
,
Donald Trump
,
Nato
,
al-Bab. Raqqa
,
Síria
,
Turquia
,
Washington
,
Ancara
,
Estado Islâmico
,
Daesh