O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu na última madrugada ao Congresso norte-americano um dos maiores aumentos nos gastos em Defesa da história do país, para "reconstruir" as Forças Armadas, e reafirmou o apoio à NATO.
"Os desafios que enfrentamos como nação são grandes. Contudo, o nosso povo é ainda maior. E ninguém é maior ou mais valente do que aqueles que lutam com o uniforme pelos Estados Unidos", sublinhou.
Na proposta para o aumento no Orçamento da Defesa, Trump prevê também um aumento no financiamento para os veteranos de guerra.
As prioridades da despesa para o próximo ano, que serão apresentadas ao Congresso no dia 16 de março, estabelecem que o aumento de gastos com a Defesa será de quase 10 por cento, e equivalente a 54 mil milhões de dólares. Este valor deverá ser retirado das restantes agências federais.
Sobre a NATO, o Presidente lembrou que todos os aliados devem "pagar a sua parte do custo" e que assumam "um papel direto e significativo nas operações estratégicas e militares".
Homenagem ao soldado
Trump invocou também o soldado das forças especiais, William "Ryan" Owens, que morreu numa operação contra a al-Qaeda no Iémen. Foi a primeira operação autorizada por Donald Trump desde que chegou à Casa Branca.
Este foi mesmo o momento da maior ovação da noite. A mulher do soldado esteve presente na sessão e chorou, enquanto aplaudia as palavras de Trump.
O Presidente norte-americano prometeu começar em breve a construção do muro ao longo da fronteira com o México, um muro que será "arma muito eficaz contra o crime e as drogas".
Trump considera que lei de imigração mais dura e restritiva ajudará também os desempregados, acrescentando que a América deve "restaurar a integridade e o império da lei" nas suas fronteiras, isto de forma a impedir que os Estados Unidos se transformem "num santuário para extremistas".
Considerou ainda que não é compassivo, mas sim "imprudente" permitir a entrada descontrolada de pessoas no país.
"Aqueles que têm a honra de serem admitidos nos Estados Unidos devem apoiar este país e amar o seu povo e os seus valores. (...) É por isso que a minha administração tem trabalhado para melhorar os procedimentos de veto, e em breve vamos tomar novos passos para manter a nossa nação segura e manter longe aqueles que podem causar-nos mal", reiterou.
Nesta elocução, Trump disse ainda querer trabalhar com muçulmanos para derrotar o Estado Islâmico.
O Presidente norte-americano prometeu ainda a aplicação de sanções contra países e empresas que se aliem ao Irão e reafirmou a aliança que disse ser inquebrável com Israel.
O Presidente condenou também os ataques a judeus no território norte-americano, numa condenação clara dos recentes atos de violência e ameaças contra comunidades judias no país. Donald Trump diz que, apesar das divisões políticas, os Estados Unidos devem ser “um país unido em condenar o ódio e o mal em todas as suas formas”.
Trump terminou o discurso de cerca de uma hora afirmando que o seu papel não é o de representar o mundo mas os Estados Unidos da América.
Reforma tributária "histórica"
A nível interno, Donald Trump prometeu baixar os impostos das empresas e proporcionar um "alívio fiscal massivo" à classe média.
"A minha equipa económica está a desenvolver uma reforma fiscal histórica que irá reduzir a taxa de impostos das nossas empresas para que possam competir e prosperar em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Ao mesmo tempo, iremos proporcionar um alívio fiscal massivo para a classe média", afirmou Donald Trump.
Sobre os tratados de comércio livre, Donald Trump criticou o facto de os produtos importados para os Estados Unidos chegarem quase sem nenhum imposto, enquanto que as exportações norte-americanas pagam "tarifas e impostos muito altos".
Trump reafirmou também a intenção de acabar com o Obamacare, a reforma do sistema de saúde aprovada em 2010 pelo antecessor.