As tensões entre a União Europeia e a Rússia "estão a aumentar" devido ao estado de saúde de Alexei Navalny e da situação "perigosa" na fronteira com a Ucrânia, como admitiu esta segunda-feira Josep Borrell. Contudo, o alto representante da UE para a Política Externa assegurou que os parceiros europeus não estão a considerar impor novas sanções contra o regime de Vladimir Putin.
"Neste momento, não há interesse em impor mais sanções contra a Rússia", disse Borrell numa conferência de imprensa. "Isso pode mudar, mas a situação atual é esta", afirmou o Alto Representante da diplomacia europeia.
Já em fevereiro o bloco comunitário tinha endurecido a sua posição relativamente à Rússia, quando impôs sanções a quatro líderes russos por violações dos direitos humanos.
"As sanções não são um objetivo", disse a ministra espanhola dos Negócios Estrangeiros, Arancha González-Laya, ao El País. "Obviamente, se há questões russas que consideramos que precisam de uma ação, nós atuamos".
Por agora, a UE apela à Rússia para que "desacelere" a situação na Ucrânia e que permita que Navalni tenha tenha acesso a cuidados médicos por profissionais de saúde "da sua confiança".
"A situação de Navalny é grave. Recebi uma carta da equipa de Navalny sobre a sua situação de deterioração e há dias já emiti uma forte declaração em nome de toda a UE", disse o Alto Representante da UE para a Política Externa.
Entretanto, Alexei Navalny já "foi transferido para um hospital prisional regional, mas continua a ser necessário que as autoridades russas lhe concedam acesso imediato aos profissionais médicos em que ele confia", vincou Borrell. "A situação está a piorar e hoje queremos passar uma mensagem unida às autoridades russas, que são responsáveis pela segurança e saúde de Navalny".
"E nós vamos responsabilizá-las por isso", referindo-se às autoridades russas.
Entretanto, Alexei Navalny já "foi transferido para um hospital prisional regional, mas continua a ser necessário que as autoridades russas lhe concedam acesso imediato aos profissionais médicos em que ele confia", vincou Borrell. "A situação está a piorar e hoje queremos passar uma mensagem unida às autoridades russas, que são responsáveis pela segurança e saúde de Navalny".
"E nós vamos responsabilizá-las por isso", referindo-se às autoridades russas.
A reunião foi presidida, a partir de Bruxelas, pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, e contou também com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
UE quer "melhorar" relação com Ucrânia
No final da reunião, Josep Borrell destacou que a situação na fronteira com a Ucrânia "é muito preocupante".
Segundo o chefe da diplomacia europeia, o destacamento militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia e na Crimeia já soma "mais de 150.000 soldados" e é "o maior destacamento militar do exército russo de sempre na fronteira com a Ucrânia".
Borrell acrescentou que o destacamento russo "inclui hospitais de campanha e todo o tipo de material de guerra", movimentos que aumentaram o risco de um confronto militar entre a Rússia e a Ucrânia e que fazem o governo de Kiev temer uma invasão do país, como a que aconteceu em 2014 na Crimeia.
Os chefes das diplomacias da União Europeia analisaram ainda com o seu homólogo ucraniano "formas de melhorar" e "incrementar" a cooperação entre Bruxelas e Kiev.
Josep Borrell também referiu que, durante as conversas com o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, foram abordadas a "necessidade" de a Ucrânia "acelerar o progresso substancial nas reformas". No entanto, o chefe da diplomacia europeia afirmou que a "mensagem mais importante" do encontro entre os responsáveis foi o "apoio forte" transmitido à Ucrânia e a "preocupação" da UE relativa ao reforço do contingente militar russo na fronteira ucraniana e na península da Crimeia.
"A situação na fronteira ucraniana é muito, muito preocupante: (…) há mais de 150 mil tropas russas a juntar-se na fronteira ucraniana e na Crimeia. O risco de uma escalada [nas tensões] é evidente", sublinhou Borrell.
Por isso, o alto representante considera que é "necessário elogiar" a Ucrânia pela sua "resposta comedida" aos acontecimentos, instando, pelo contrário, a Rússia a "desanuviar as tensões".
"A mensagem de todos os ministros foi muito, muito clara: a reiteração completa de um apoio forte à soberania e à integridade territorial da Ucrânia e, mais uma vez, o não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia", referiu Borrell.
Já o ministro português dos Negócios Estrangeiros afirma que entre as várias questões abordadas na reunião, "estiveram em análise formas de melhorar, de incrementar a nossa [da UE] relação cooperação com a Ucrânia".
Segundo Santos Silva, o reforço da cooperação entre os dois parceiros serviria para "evitar uma escalada da conflitualidade nessa região europeia, para evitar também uma escalada de confrontações com a Federação russa e para analisar formas de expressão concreta" da solidariedade da UE com a Ucrânia.
Recorde-se que nas últimas semanas, as tensões aumentaram entre a Ucrânia e a Rússia, que destacou dezenas de milhares de soldados para perto da fronteira, aumentando o receio de uma operação militar em grande escala. O Kremlin argumenta que a Rússia tem todo o direito de deslocar tropas para qualquer zona do seu território, e tem acusado repetidamente os militares ucranianos de "ações provocatórias" ao longo da linha de controlo no leste e planos para retomar pela força as regiões controladas pelos rebeldes pró-russos.
No final da reunião, Josep Borrell destacou que a situação na fronteira com a Ucrânia "é muito preocupante".
Segundo o chefe da diplomacia europeia, o destacamento militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia e na Crimeia já soma "mais de 150.000 soldados" e é "o maior destacamento militar do exército russo de sempre na fronteira com a Ucrânia".
Borrell acrescentou que o destacamento russo "inclui hospitais de campanha e todo o tipo de material de guerra", movimentos que aumentaram o risco de um confronto militar entre a Rússia e a Ucrânia e que fazem o governo de Kiev temer uma invasão do país, como a que aconteceu em 2014 na Crimeia.
Os chefes das diplomacias da União Europeia analisaram ainda com o seu homólogo ucraniano "formas de melhorar" e "incrementar" a cooperação entre Bruxelas e Kiev.
Josep Borrell também referiu que, durante as conversas com o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, foram abordadas a "necessidade" de a Ucrânia "acelerar o progresso substancial nas reformas". No entanto, o chefe da diplomacia europeia afirmou que a "mensagem mais importante" do encontro entre os responsáveis foi o "apoio forte" transmitido à Ucrânia e a "preocupação" da UE relativa ao reforço do contingente militar russo na fronteira ucraniana e na península da Crimeia.
"A situação na fronteira ucraniana é muito, muito preocupante: (…) há mais de 150 mil tropas russas a juntar-se na fronteira ucraniana e na Crimeia. O risco de uma escalada [nas tensões] é evidente", sublinhou Borrell.
Por isso, o alto representante considera que é "necessário elogiar" a Ucrânia pela sua "resposta comedida" aos acontecimentos, instando, pelo contrário, a Rússia a "desanuviar as tensões".
"A mensagem de todos os ministros foi muito, muito clara: a reiteração completa de um apoio forte à soberania e à integridade territorial da Ucrânia e, mais uma vez, o não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia", referiu Borrell.
Já o ministro português dos Negócios Estrangeiros afirma que entre as várias questões abordadas na reunião, "estiveram em análise formas de melhorar, de incrementar a nossa [da UE] relação cooperação com a Ucrânia".
Segundo Santos Silva, o reforço da cooperação entre os dois parceiros serviria para "evitar uma escalada da conflitualidade nessa região europeia, para evitar também uma escalada de confrontações com a Federação russa e para analisar formas de expressão concreta" da solidariedade da UE com a Ucrânia.
Recorde-se que nas últimas semanas, as tensões aumentaram entre a Ucrânia e a Rússia, que destacou dezenas de milhares de soldados para perto da fronteira, aumentando o receio de uma operação militar em grande escala. O Kremlin argumenta que a Rússia tem todo o direito de deslocar tropas para qualquer zona do seu território, e tem acusado repetidamente os militares ucranianos de "ações provocatórias" ao longo da linha de controlo no leste e planos para retomar pela força as regiões controladas pelos rebeldes pró-russos.