UE precisa de um "big bang" na Defesa para enfrentar a ameaça russa, defende comissário
O novo comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, defendeu esta quinta-feira, em entrevista à agência France Presse, que a União Europeia defende que os 27 devem abandonar o aumento "gradual" das capacidades de defesa por um plano exponencial para fazer face a Moscovo.
“Devemos passar daquilo a que alguns chamam de abordagem gradual no aumento das nossas capacidades de defesa para uma abordagem do tipo ‘big bang’”, defendeu.
Desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, os países europeus têm tentado reforçar a sua indústria de defesa, mas as suas capacidades continuam muito limitadas. Dos 27 países da UE, 23 pertencem à NATO e comprometem-se, por isso, a gastar pelo menos 2% do PIB em Defesa, o que não acontece em todos os casos.
Esta mudança de abordagem é ainda essencial, defende, à medida que a ameaça russa se torna mais clara. “A Rússia pode estar pronta para lançar um ataque militar contra um país da União Europeia ou da NATO antes de 2030”, alertou, citando vários relatórios dos serviços de informação.
“A questão é saber se existe vontade política suficiente [na Europa] para nos defendermos”, acrescentou ainda nesta entrevista à agência France Presse.
"Estamos muito aquém destas condições, que temos de cumprir antes de 2030. Não podemos pedir a Putin que adie os seus planos para 2044", alertou.
No entanto, esse esforço adicional para aumentar os gastos de defesa é urgente, perante uma Rússia que gasta 9 por cento do PIB em despesas militares.
Caso contrário, a Europa irá “repetir os erros” cometidos em 1930, afirmou o comissário perante o Parlamento Europeu, na quinta-feira, aludindo ao período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
Depois da independência, tornou-se membro do Parlamento do país e tem estado na política lituana desde então.