A decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense de incluir algumas perguntas em língua portuguesa no debate dos candidatos presidenciais às eleições de 19 de março está a causar polémica em Timor-Leste.
A maior oposição à ideia tem sido vincada por dirigentes do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), partido que apoia a candidatura da atual vice-primeira-ministra, Berta dos Santos, que evidencia algumas dificuldades a falar português.
"Não há regras, procedimentos legais que exijam que o candidato tem que falar português", afirmou à Lusa Antonio Tilman, dirigente e deputado do KHUNTO.
"O debate é um meio de os candidatos darem a conhecer as suas políticas à população em geral, que não compreende bem português", afirmou.
Questionado sobre se a postura do partido tem a ver com o facto da sua candidata ter dificuldades em português), Tilman insiste que o debate não é sobre a "capacidade de falar ou não" português.
Contra a decisão manifestou-se igualmente o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri.
"Sou defensor da língua portuguesa. Mas neste caso a mensagem deve ser entendida pelos eleitores. 90% dos eleitores não vão absorver nada das mensagens", disse à Lusa.
Além da oposição pública da candidatura de Berta dos Santos, para já nenhum outro candidato criticou publicamente a decisão, anunciada pelo presidente da CNE, José Belo.
A primeira volta das eleições ocorre a 19 de março.