Vice-Presidente e chefe da diplomacia dos EUA nos Emirados para encontro com novo Presidente

por Lusa

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, chegou hoje aos Emirados Árabes Unidos, liderando uma grande delegação que inclui o secretário de Estado Antony Blinken, para se encontrar com o novo Presidente daquele país do Golfo, Mohammed bin Zayed.

Bin Zayed -- conhecido pelas iniciais "MBZ" -- foi eleito Presidente no sábado pelos governantes dos sete emirados que compõem este Estado, incluindo o Dubai e a capital, Abu Dhabi.

O príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed já governava o país de facto antes de suceder oficialmente ao seu meio-irmão doente, Khalifa bin Zayed Al-Nahyan, que morreu na sexta-feira.

"Os Estados Unidos levam muito a sério a sua relação e parceria com os Emirados Árabes Unidos", afirmou Kamala Harris, em comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Por isso, vamos expressar as nossas condolências, mas também expressar o nosso compromisso de fortalecer a relação", sublinhou.

Dignitários mundiais têm-se reunido em Abu Dhabi desde sábado para cumprimentar o novo Presidente deste pequeno Estado, mas muito rico em petróleo, que se tornou um importante ator do Médio Oriente nos últimos anos.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, estão entre os líderes que fizeram a viagem no fim de semana, enquanto a delegação norte-americana deverá chegar hoje.

A deleção dos EUA inclui também vários outros altos responsáveis do país, como Lloyd Austin, ministro da Defesa, John Kerry, enviado especial para o clima, ou William Burns, diretor da CIA, a principal agência norte-americana de serviços de informação de segurança.

Esta é a maior visita de autoridades dos EUA ao Golfo, uma região rica com vários importantes parceiros norte-americanos, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados.

As relações entre Washington e o Golfo passaram, no entanto, por períodos frios nos últimos anos, com os norte-americanos a serem acusados por alguns observadores de terem perdido o interesse na região, preferindo dar prioridade à Ásia.

A Administração Biden, dos EUA, ficou, por seu lado, insatisfeita com a recusa dos países do Golfo em aumentar a produção de petróleo para suster a subida dos preços nos mercados mundiais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no final de fevereiro.

No início de março, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos nos Estados Unidos, Youssef Al Otaïba, considerou que a relação entre Washington e Abu Dhabi estava "a passar por um teste" e insistiu que queria fazê-la renascer e durar muito tempo.

"A nossa relação com os Estados Unidos é como qualquer relação. Há dias em que está a ir bem e dias em que é questionada", referiu.

Próximas dos Estados Unidos, as várias potências do Golfo também estabeleceram relações importantes com Moscovo e com o Presidente russo, Vladimir Putin, um aliado de peso dos países exportadores de petróleo, mas nem a Arábia Saudita nem os Emirados apoiam a intervenção russa na Ucrânia.

Os dois países do Golfo esperam, no entanto, mais apoio dos Estados Unidos na questão do Iémen, onde se desenvolve uma guerra contra os Huthis, rebeldes próximos do Irão.

No final de março, Antony Blinken conheceu bin Zayed em Marrocos, tendo garantido que a parceria entre os dois países "contava mesmo".

"Estamos determinados a fazer tudo o que pudermos para ajudá-lo a defender-se de forma eficaz... contra ataques terroristas Huthis", disse Blinken.

Os Estados Unidos não são os únicos que procuram relações mais fortes com os Emirados Árabes Unidos, país do Golfo que tenta apaziguar as relações na região. Bin Zayed deu as boas-vindas a Tamim ben Hamad Al-Thani, emir do Qatar, Estado do Golfo com o qual tinha cortado relações.

Até o Irão enviou a Abu Dhabi o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, tendo o Presidente, Ebrahim Raisi, parabenizado bin Zayed e expressado a esperança num fortalecimento das relações.

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