Violência contra civis no Afeganistão constitui crime de guerra (ONG)

por Lusa
Omar Sobhani - REUTERS

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) condenou hoje a morte de dezenas de civis no Afeganistão, nos recentes ataques perpetrados pelos talibãs, considerando tratarem-se de crimes de guerra.

Em comunicado, a HRW pediu o fim dos "ataques criminosos dos talibãs contra atividades eleitorais" no Afeganistão, sublinhando que a violência cometida contra civis, para "minar o processo eleitoral no país", constitui um crime de guerra.

"Os ataques dos talibãs contra comícios políticos e outros eventos eleitorais são parte de uma aparente campanha para semear o medo, minar o processo eleitoral e negar aos afegãos o direito de participar na vida política", disse a diretora adjunta da HRW, Patricia Gossman, citada no comunicado.

Na terça-feira, pelo menos 26 civis morreram e 42 ficaram feridos na sequência de um ataque contra uma ação de campanha do Presidente afegão na província de Parwan. Horas depois, um segundo ataque suicida perto do Ministério da Defesa afegão, em Cabul, matou pelo menos 22 civis e feriu 38.

Os dois ataques foram reivindicados pelos talibãs, que já ameaçaram boicotar todo o processo eleitoral com violência, para impedir a realização, por considerarem que o processo é manipulado por potências estrangeiras.

Para a HRW, a reivindicação destes ataques contra civis é "essencialmente o mesmo que assumir a responsabilidade por um crime de guerra".

Dias antes, um atentado bombista suicida matara já dez civis, incluindo um soldado dos Estados Unidos e outro da Roménia.

"Atacar comícios eleitorais não só mostra o desrespeito dos talibãs pelos civis, mas também o desprezo pelos processos democráticos", sublinhou a organização não-governamental.

As eleições presidencias no Afeganistão estão marcadas para 28 deste mês.

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