Violência contra palestinianos aumenta após morte de adolescente israelita na Cisjordânia

por Joana Raposo Santos - RTP
Após a morte do adolescente, colonos judeus invadiram uma vila palestiniana e deixaram em chamas várias casas e viaturas. Mohammed Torokman - Reuters

As forças militares e policiais de Israel disseram este sábado ter encontrado o corpo de um adolescente israelita na Cisjordânia, indicando que provavelmente foi morto num ataque palestiniano. Em resposta, os habitantes dos colonatos israelitas naquela área entraram numa vila palestiniana e pegaram fogo a casas e carros. O episódio marca mais uma escalada na violência, numa altura em que a guerra no Médio Oriente entra no sétimo mês.

O adolescente, de 14 anos, foi dado como desaparecido na sexta-feira. Após várias horas de buscas das autoridades, o seu corpo foi encontrado na Cisjordânia naquele que Israel descreve como “um ataque terrorista”.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu veio já garantir que os responsáveis pelo sucedido serão encontrados e pediu aos cidadãos israelitas não se coloquem no caminho das forças de segurança.

Após divulgada a informação sobre a morte do adolescente, colonos judeus na área onde ocorreu o alegado ataque invadiram uma vila palestiniana nas proximidades e deixaram em chamas várias casas e viaturas.

Segundo as autoridades de saúde palestinianas, pelo menos uma pessoa morreu durante o tumulto, não sendo certo se terá sido baleada pelos colonos ou pelas forças de Israel.

Para além desta vila palestiniana, os colonos israelitas bloquearam a entrada de duas cidades naquela área este sábado e atiraram pedras a veículos que passavam, avançou a agência palestiniana de notícias Wafa. Oito pessoas terão ficado feridas.
Hamas pede a palestinianos que lutem
O Hamas já reagiu ao aumento dos confrontos na região, lançando um comunicado no qual pede aos palestinianos na Cisjordânia que lutem contra as “milícias de colonos”.

A violência neste território da Palestina era já elevada antes de a guerra em Gaza ter começado, após os ataques do Hamas contra Israel a 7 de outubro do ano passado. No entanto, aumentou desde então, verificando-se cada vez mais confrontos nas ruas.

Na Faixa de Gaza, onde continua sem ser alcançado um cessar-fogo, a ofensiva militar de Israel já matou pelo menos 33.686 palestinianos, de acordo com os dados lançados este sábado pelo Ministério da Saúde do enclave. Além destas vítimas mortais, registam-se 76.309 feridos.

Só num espaço de 24 horas, terão morrido 52 pessoas e 95 ficaram feridas, segundo a mesma fonte.

c/ agências
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