Volvo Ocean Race combate a praga do plástico nos oceanos

por RTP
CNN

Dane Nicolai Sehested está neste momento a navegar pelo oceano, a bordo da Volvo Ocean Race. Enquanto participa na corrida, ajuda equipas científicas nos estudos sobre a poluição no oceano.

Dane Nicolai Sehested faz parte de uma das equipas que estão a participar na Volvo Ocean Race e, ao mesmo tempo, a recolher amostras da água do oceano.

Para quem navega no mar, o tempo para dormir é escasso. Todos os minutos contam. Mas Sehested abdica desses minutos para ajudar os cientistas a combater esta “praga” dos oceanos, que são os plásticos. "Não considero tirar parte do meu tempo a navegar, só está a tirar metade do meu off watch, mas é por uma boa causa, certo?”, disse Sehested, em declarações à CNN.

“Se posso sacrificar um pouco do meu sono e as pessoas puderem parar de usar plástico descartável e atirá-lo para os oceanos, acho que vale a pena e fico feliz por dormir depois da corrida”, acrescenta.

A bordo do barco AkzoNobel, Dane Nicolai Sehested e a sua equipa encontraram micropartículas no sítio mais remoto do planeta. Conhecido por “Point Nemo”, em português descrito como “polo de inacessibilidade”, situa-se no oceano Pacífico. Um sítio tão remoto que, tal como é dito pela Volvo Ocean Race, os seres humanos mais próximos são os astronautas. No entanto, até o ponto mais distante do mundo se encontra poluído por plástico.

De acordo com os dados publicados pela Volvo Ocean Race, no Point Nemo “havia entre nove e 26 partículas de microplástico por metro cúbico”. Assim que os barcos passaram pela zona do Cabo Horn, na ponta da América do Sul, “as medições aumentaram para 57 partículas por metro cúbico”, acrescentam.
Volvo Ocean Race 2017-2018 zela pela saúde do oceano
A mais conhecida corrida de barcos à volta do mundo inseriu este ano uma nova componente. Os organizadores da corrida pretendem passar uma mensagem ambiental e, para isso, colocaram todas as sete equipas participantes e respetivos marinheiros a ajudar a salvar o planeta. Ao mesmo tempo que participam na corrida, colecionam amostras de água no oceano.

Em parceria com as Nações Unidas, a Volvo Ocean Race realizou, em Maio de 2017, o debate Ocean Summit, que reuniu vários especialistas e autoridades. Anne-Cecile Turner, líder do Programa de Sustentabilidade da Volvo Ocean Race, afirma que as descobertas feitas pelas equipas que participam na corrida são “informações extremamente valiosas”, uma vez que ajudam “a preencher as grandes lacunas na nossa compreensão de como o plástico se decompõe ao longo de vários anos e se espalha até os pontos mais extremos pelas correntes oceânicas”.

O objetivo da corrida é, por isso, contribuir para uma “maior sustentabilidade” e “melhoria da saúde do oceano”, segundo a CNN. A Volvo Ocean Race ocorre de três em três anos. A edição 2017-2018 teve início a 14 de outubro de 2017 e tem chegada prevista a 30 de junho de 2018.
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