Os centros de detenção de imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México foram incluídos na “Lista de Campos de Concentração e de Detenção” da Wikipédia. Estes centros passam a figurar ao lado dos maiores campos de concentração do mundo.
O site descreve como é que “dois mil menores foram separados dos seus pais” e colocados em campos de detenção, após tentarem “passar, ilegalmente, a fronteira entre os Estados Unidos e o México”. A medida faz parte da política de "tolerância-zero" para com os imigrantes, instituída por Trump.
Depois da transmissão de imagens e áudio que demonstram as condições em que são mantidas estas crianças, têm surgido várias vozes que comparam a situação com os campos nazis.
O antigo diretor da CIA, Michael Hayden, alertou na segunda-feira para as semelhanças entre a política de imigração de Trump e o nazismo.
"Sei que não somos a Alemanha nazi, mas há algumas coisas em comum (...) temos que ter cuidado para não ir nessa direção", declarou à CNN.
As suas declarações ao órgão de comunicação vieram no seguimento da publicação de uma foto no seu Twitter. A foto retratava o campo de concentração nazi de Auschwitz-Birkenau, onde era possível ler: “houve outros Governos que separaram mães e crianças”.
Other governments have separated mothers and children pic.twitter.com/tvlBkGjT0h
— Gen Michael Hayden (@GenMhayden) 16 de junho de 2018
Por outro lado, há quem defenda que a comparação é exagerada, como é o caso de Jeff Sessions, ministro da Justiça dos Estados Unidos.
"É realmente exagerado. Na Alemanha nazi impediam os judeus de abandonar o país", defendeu numa entrevista à Fox News, na noite de segunda-feira.
Afirmou, no entanto, que estas questões são “um assunto sério” sobre o qual se deve pensar: “Queremos conceder asilo para aqueles que são elegíveis", declarou.