Zelensky leva receio a Munique: "Putin prepara guerra contra países da NATO no próximo ano"
O presidente ucraniano vaticinou esta sexta-feira, à margem da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que a Rússia de Vladimir Putin poderá atacar alvos da NATO no próximo ano, caso não seja dissuadida. "É o que eu penso, não sei", ressalvou Volodymyr Zelensky.
O chefe de Estado ucraniano quis apresentar um argumento a favor das garantias de segurança que têm de ser dadas à Ucrânia como parte de quaisquer conversações de paz com a Rússia.
“Podem avançar para a Ucrânia, ou para a Polónia ou para os países bálticos, e penso que é essa a ideia dele. E penso que tudo o que tenho dos serviços secretos é que Putin está a preparar a guerra contra os países da NATO no próximo ano. É isso que eu penso, não sei, não tenho 100 por cento, mas Deus nos abençoe, vamos parar este louco”, acrescentou.Em Munique, o presidente ucraniano esteve reunido com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Zelensky disse ainda que a perspetiva de adesão da Ucrânia à NATO é uma questão secundária e que o mais importante são as garantias essenciais de proteção da população.
“O que eu não quero é deixar os ucranianos sem garantias de segurança. Não podemos aderir à NATO neste momento? Tudo bem, mas vamos multiplicar o meu exército".
“Querem que esperemos, nós esperamos, mas não esperamos sem garantias de segurança”, acrescentou.
Zelensky revelou ainda que a Ucrânia negociará com a Rússia quando Washington, Kiev e os seus aliados tiverem uma posição comum.
“Estamos prontos para falar com os Estados Unidos e os nossos aliados. Se nos derem respostas específicas aos nossos pedidos específicos e se houver um entendimento comum do perigo Putin, então, com esta posição unificada, estaremos prontos para falar com os russos”, acrescentou Zelensky.
Segundo o presidente ucraniano, Donald Trump não tem um “plano pronto” para acabar com a guerra e frisa que o homólogo norte-americano “quebrou o status quo e o isolamento do Ocidente em relação a Vladimir Putin ao telefonar-lhe na quarta-feira e declarar o início das negociações”.“Estamos prontos para qualquer construção para travar Putin. Estamos abertos, mas queremos atuar no âmbito do Direito Internacional. Já comunicámos todas estas informações aos americanos”, sublinhou Zelensky.
Volodymyr Zelensky afirmou ainda que seria “muito estranho” se Donald Trump estivesse inclinado a aceitar as condições da Rússia para pôr fim ao conflito na Ucrânia.
“Parecer-me-ia muito estranho se a posição dos Estados Unidos fosse reorientada para a Rússia”, realçou.
Os Estados Unidos estão representados em Munique pelo vice-presidente JD Vance, com quem Zelensky se reunirá à margem da conferência, num encontro previsto para a tarde desta sexta-feira.
O presidente ucraniano reconheceu a importância essencial dos Estados Unidos e espera discutir a situação atual com o vice-presidente norte-americano, manifestando a expectativa de que JD Vance ratifique o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia por uma questão de princípio.
“Penso que os Estados Unidos não estão numa posição de mediador. Penso que os Estados Unidos estão por cima. E devem estar do nosso lado porque foi a Rússia que nos atacou. Nós temos razão e eles estão errados. E não deve haver concessões de qualquer tipo aqui”, afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.
Zelensky disse que “será muito interessante ouvir o que JD Vance pensa” sobre a questão, alegando que ainda não teve tempo de “discutir tudo com Trump”.
“Temos o maior respeito por toda a equipa do Presidente, embora compreenda que há decisões que só ele pode tomar. Mas é claro que esta reunião [com Vance] é necessária”, afirmou.
“Podem avançar para a Ucrânia, ou para a Polónia ou para os países bálticos, e penso que é essa a ideia dele. E penso que tudo o que tenho dos serviços secretos é que Putin está a preparar a guerra contra os países da NATO no próximo ano. É isso que eu penso, não sei, não tenho 100 por cento, mas Deus nos abençoe, vamos parar este louco”, acrescentou.Em Munique, o presidente ucraniano esteve reunido com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Zelensky disse ainda que a perspetiva de adesão da Ucrânia à NATO é uma questão secundária e que o mais importante são as garantias essenciais de proteção da população.
“O que eu não quero é deixar os ucranianos sem garantias de segurança. Não podemos aderir à NATO neste momento? Tudo bem, mas vamos multiplicar o meu exército".
“Querem que esperemos, nós esperamos, mas não esperamos sem garantias de segurança”, acrescentou.
Zelensky revelou ainda que a Ucrânia negociará com a Rússia quando Washington, Kiev e os seus aliados tiverem uma posição comum.
“Estamos prontos para falar com os Estados Unidos e os nossos aliados. Se nos derem respostas específicas aos nossos pedidos específicos e se houver um entendimento comum do perigo Putin, então, com esta posição unificada, estaremos prontos para falar com os russos”, acrescentou Zelensky.
Segundo o presidente ucraniano, Donald Trump não tem um “plano pronto” para acabar com a guerra e frisa que o homólogo norte-americano “quebrou o status quo e o isolamento do Ocidente em relação a Vladimir Putin ao telefonar-lhe na quarta-feira e declarar o início das negociações”.“Estamos prontos para qualquer construção para travar Putin. Estamos abertos, mas queremos atuar no âmbito do Direito Internacional. Já comunicámos todas estas informações aos americanos”, sublinhou Zelensky.
Volodymyr Zelensky afirmou ainda que seria “muito estranho” se Donald Trump estivesse inclinado a aceitar as condições da Rússia para pôr fim ao conflito na Ucrânia.
“Parecer-me-ia muito estranho se a posição dos Estados Unidos fosse reorientada para a Rússia”, realçou.
Os Estados Unidos estão representados em Munique pelo vice-presidente JD Vance, com quem Zelensky se reunirá à margem da conferência, num encontro previsto para a tarde desta sexta-feira.
O presidente ucraniano reconheceu a importância essencial dos Estados Unidos e espera discutir a situação atual com o vice-presidente norte-americano, manifestando a expectativa de que JD Vance ratifique o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia por uma questão de princípio.
“Penso que os Estados Unidos não estão numa posição de mediador. Penso que os Estados Unidos estão por cima. E devem estar do nosso lado porque foi a Rússia que nos atacou. Nós temos razão e eles estão errados. E não deve haver concessões de qualquer tipo aqui”, afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.
Zelensky disse que “será muito interessante ouvir o que JD Vance pensa” sobre a questão, alegando que ainda não teve tempo de “discutir tudo com Trump”.
“Temos o maior respeito por toda a equipa do Presidente, embora compreenda que há decisões que só ele pode tomar. Mas é claro que esta reunião [com Vance] é necessária”, afirmou.
A reunião desta sexta-feira entre Zelensky e Vance segue-se à conversa telefónica que Trump manteve na quarta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, durante a qual falaram sobre a guerra na Ucrânia.
Costa e Von der Leyen prometem “apoio contínuo e estável”
Os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia prometeram esta sexta-feira ao presidente ucraniano um “apoio contínuo e estável” ao seu país, visando colocá-lo em “posição de força antes de quaisquer negociações” com a Rússia.
Em comunicado conjunto do Conselho Europeu e da Comissão Europeia sobre a reunião - realizada à margem da Conferência de Segurança de Munique -, lê-se que, respetivamente, António Costa e Ursula von der Leyen se “comprometeram a prestar um apoio contínuo e estável à Ucrânia até que seja alcançada uma paz justa, abrangente e duradoura”.
Na ocasião, os dois responsáveis europeus sublinharam ao chefe de Estado ucraniano que “só essa paz conduzirá a uma Ucrânia soberana e próspera e garantirá a segurança da Ucrânia e da Europa”.
Além disso “manifestaram a vontade de colocar a Ucrânia numa posição de força antes de quaisquer futuras negociações e de lhe dar fortes garantias de segurança”, pedindo também que, do lado comunitário, haja mais despesas com defesa para “reforçar as capacidades e ajudar as forças ucranianas”, de acordo com a nota à imprensa.
Os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia prometeram esta sexta-feira ao presidente ucraniano um “apoio contínuo e estável” ao seu país, visando colocá-lo em “posição de força antes de quaisquer negociações” com a Rússia.
Em comunicado conjunto do Conselho Europeu e da Comissão Europeia sobre a reunião - realizada à margem da Conferência de Segurança de Munique -, lê-se que, respetivamente, António Costa e Ursula von der Leyen se “comprometeram a prestar um apoio contínuo e estável à Ucrânia até que seja alcançada uma paz justa, abrangente e duradoura”.
Na ocasião, os dois responsáveis europeus sublinharam ao chefe de Estado ucraniano que “só essa paz conduzirá a uma Ucrânia soberana e próspera e garantirá a segurança da Ucrânia e da Europa”.
Além disso “manifestaram a vontade de colocar a Ucrânia numa posição de força antes de quaisquer futuras negociações e de lhe dar fortes garantias de segurança”, pedindo também que, do lado comunitário, haja mais despesas com defesa para “reforçar as capacidades e ajudar as forças ucranianas”, de acordo com a nota à imprensa.
Bruxelas vai acelerar adesão da Ucrânia à UE
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou entretanto que pretende “intensificar o trabalho para acelerar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia”, com “progressos significativos já efetuados”.
Von der Leyen considera que o bloco precisa de “mover montanhas” para se adaptar à nova realidade e “cumprir a promessa duradoura de paz da Europa”. Von der Leyen recordou ainda que a Europa tem a Rússia "nas fronteiras" o que implica "vários desafios à soberania e à segurança" da União. "Nós não devemos subestimar o potencial disruptivo, a concorrência feroz, ou mesmo um conflito bipolar entre a China e os Estados Unidos".Para a presidente da Comissão Europeia, “uma Ucrânia fracassada enfraqueceria a Europa, mas também enfraqueceria os Estados Unidos”, apelando a Donald Trump para que trabalhe por uma “paz justa”.
Segundo Von de Leyen, Zelensky “está preparado para trabalhar para uma paz que honre o sacrifício do seu país e dos seus compatriotas mortos”.
“O que temos são os autoritários deste mundo a observar cuidadosamente se existe alguma impunidade se invadirmos o nosso vizinho, se violarmos as fronteiras internacionais ou se existem verdadeiras medidas dissuasoras”.
Von der Leyen também reiterou que é vital para a Europa aumentar as suas despesas com a defesa.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou entretanto que pretende “intensificar o trabalho para acelerar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia”, com “progressos significativos já efetuados”.
Von der Leyen considera que o bloco precisa de “mover montanhas” para se adaptar à nova realidade e “cumprir a promessa duradoura de paz da Europa”. Von der Leyen recordou ainda que a Europa tem a Rússia "nas fronteiras" o que implica "vários desafios à soberania e à segurança" da União. "Nós não devemos subestimar o potencial disruptivo, a concorrência feroz, ou mesmo um conflito bipolar entre a China e os Estados Unidos".Para a presidente da Comissão Europeia, “uma Ucrânia fracassada enfraqueceria a Europa, mas também enfraqueceria os Estados Unidos”, apelando a Donald Trump para que trabalhe por uma “paz justa”.
Segundo Von de Leyen, Zelensky “está preparado para trabalhar para uma paz que honre o sacrifício do seu país e dos seus compatriotas mortos”.
“O que temos são os autoritários deste mundo a observar cuidadosamente se existe alguma impunidade se invadirmos o nosso vizinho, se violarmos as fronteiras internacionais ou se existem verdadeiras medidas dissuasoras”.
Von der Leyen também reiterou que é vital para a Europa aumentar as suas despesas com a defesa.
JD Vance confiante em “acordo razoável”
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, quis mostrar, por sua vez, confiança em que será possível “chegar a um acordo razoável entre a Rússia e a Ucrânia”. Vance apelou à Europa para que reforce as suas capacidades de defesa e permita que Washington se concentre nas ameaças no resto do mundo.
“Acreditamos que é importante, como parte de uma aliança comum, que os europeus reforcem as suas defesas enquanto os Estados Unidos se concentram em regiões do mundo que estão em grande perigo”, afirmou o vice-presidente norte-americano na Conferência de Segurança de Munique.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, quis mostrar, por sua vez, confiança em que será possível “chegar a um acordo razoável entre a Rússia e a Ucrânia”. Vance apelou à Europa para que reforce as suas capacidades de defesa e permita que Washington se concentre nas ameaças no resto do mundo.
“Acreditamos que é importante, como parte de uma aliança comum, que os europeus reforcem as suas defesas enquanto os Estados Unidos se concentram em regiões do mundo que estão em grande perigo”, afirmou o vice-presidente norte-americano na Conferência de Segurança de Munique.
c/ agências
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