A Google não gosta de mim

No seguimento de um constante ataque feroz contra os meios de comunicação social do país, que se mantém, o Presidente dos EUA acordou esta manhã com um novo inimigo. A Google. Diz Donald Trump que o motor de busca do gigante da tecnologia apresenta apenas resultados do que ele qualifica como media de "fake news". O mais caricato é por que é que Trump se lembrou agora disto.

Diz o Presidente norte-americano que 96 por cento dos resultados, quando se pesquisa por "Trump" no motor de busca da Google, são de meios de comunicação de esquerda, "muito perigosos".

Conta o The Guardian que, muito provavelmente, Trump acordou para aqui virado depois de ter tido contacto com uma história que se tornou viral no fim-de-semana publicada pelo site PJ Media, que afirmava que a maior parte dos resultados, quando se pesquisa pelo nome do presidente norte-americano, estão relacionados com meios de comunicação de esquerda.

Acontece que esse site, explica o The Guardian, utilizou uma classificação que coloca praticamente todos os principais meio de comunicação do país como de esquerda. Menos a FOX News, Wall Street Journal, The Economist e o DailyMail.com.

Um trabalho muito duvidoso e sem qualquer valor científico.

A Google apressou-se a esclarecer que as pesquisas no motor de busca não são utilizadas em prol de uma agenda política. Garante a empresa que não altera os resultados em benefício de qualquer ideologia política.

E logo acrescenta que estão sempre a melhorar o motor de busca, através do seu algoritmo, para garantir os melhores resultados em resposta às pesquisas das pessoas.

Se isso fosse verdade, ou seja, se a Google estivesse a manipular os resultados com motivações políticas, seria um dos maiores escândalos de sempre, com graves implicações.

Mas Sr. Presidente Donald Trump, se por acaso a Google partilhar consigo o algoritmo que utiliza - um dos maiores segredos do século - envie-me esse documento. Também gostava de saber como é que aquilo funciona de forma a colocar o site da RTP sempre no topo das pesquisas. Que bom que isso seria. 

Na volta até me arriscava a ser eleito Presidente de Portugal, com esse cálice de sabedoria.

A verdade é que esse algoritmo milagroso nunca será revelado. Não pode. A manipulação desses resultados em benefício próprio representa um risco gigantesco. 

Imaginem, por exemplo, se Putin o dominasse. Ou Trump.

Ou eu.

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